Três crianças estavam sendo usadas pela própria família em um ritual religioso que supostamente acabaria com a pandemia. O Conselho Tutelar interveio na atividade, que aconteceu nessa sexta-feira (16) em Bragança, no Pará, e resgatou as crianças, que tratam-se de três meninas. Segundo mensagens que circulam nas redes sociais, duas das menores de idade seriam sacrificadas no ritual.
De acordo com o Uol, os familiares alegaram ao Conselho Tutelar de Bragança que o ritual religioso tinha como objetivo acabar com a pandemia da Covid-19. A comunidade relatou a situação ao conselho, e disse que a atividade consistia em rezar em volta das crianças, que ficavam de pé em frente a uma cruz, no quintal da residência. As garotas ficavam dentro de um desenho do que seria uma arca. A cerimônia acontecia com todos em jejum, durava horas e ocorreria ao longo de três dias.
Uma criança CRUCIFICADA em ritual para “acabar com a pandemia”.
— Samuel Pancher (@SamPancher) April 17, 2021
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“Fomos acionados devido às denúncias de maus-tratos das crianças. Elas estavam sofrendo e sendo agredidas. Chegamos lá e os familiares rezavam porque queriam acabar mesmo com a pandemia [através da cerimônia]”, disse a conselheira tutelar Maria Rosa. Após a denúncia da comunidade ao Conselho Tutelar, o caso chegou até a Delegacia de Investigação de Crimes Contra a Criança e o Adolescente.
Familiares se exaltam
Nas redes sociais, também circulam os vídeos com a operação do Conselho Tutelar, em que os familiares ficam exaltados no momento que os agentes pedem para as crianças serem entregues. As meninas possuem 1, 8 e 11 anos, e todas são irmãs. O registro também mostra uma das garotas coberta por um pano branco e de pé em frente a uma cruz.
A Polícia Civil apura o caso como maus-tratos contra as crianças. A investigação está sendo comandada pela delegada Luciana Nunes e ocorrerá em sigilo. Na delegacia, alguns parentes tiveram seu depoimento colhido, sendo liberados em seguida.
Em nota enviada ao Uol, a Polícia Civil informou que “novas diligências serão realizadas a partir dos depoimentos para apuração dos fatos e identificação de todos os envolvidos”. Segundo o Conselho Tutelar, as crianças estão em um abrigo municipal, esperando pela decisão da Justiça para saber se voltarão para a casa ou não.