Covid: 14 profissionais de saúde da linha de frente morreram em BH, aponta balanço

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Número se refere aos profissionais que atuam na linha de frente (FOTO ILUSTRATIVA: Diego Vara/Agência Brasil)

A pandemia do novo coronavírus já matou, pelo menos, 14 profissionais de saúde que atuavam na linha de frente do combate à doença em Belo Horizonte. O balanço é do CMSBH (Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte). Hoje (28) é celebrado o Dia Mundial em Memória das Vítima de Acidentes de Trabalho.

Dentre os profissionais vitimados estão técnicos de enfermagem, Agente Comunitário de Saúde, além de médicos de diversas áreas. Para evitar que mais trabalhadores morram, o CMSBH defende a vacinação de todas as pessoas que atuam no combate à pandemia, conforme diz Bruno Pedralva, secretário geral do conselho, ao BHAZ.

“Nossa grande preocupação, no momento, é a imunização que ainda não chegou a todos os profissionais de saúde. Os números indicam que BH tem 150 mil profissionais, mas 45 mil não receberam a primeira dose e 82 mil não tomaram a segunda”, conta.

CAT

O conselho também está preocupado com a ausência de emissão de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). Pedralva explica que o documento é essencial para comprovar o “nexo causal entre a doença e a situação de trabalho”. “Infelizmente muitos trabalhadores não estão emitindo, seja por falta de conhecimento ou por não permissão”.

“Em caso de óbito do profissional da saúde, o CAT garante indenização de R$ 50 mil ao dependente. Precisamos estimular e fazer campanha para alertar os profissionais de saúde e os em geral da necessidade de emitir a CAT”, alerta Pedralva.

O CMSBH apresentou alguns números que demonstram a não emissão do CAT. No Hospital Odilon Behrens, por exemplo, de 638 casos positivos, apenas 18 comunicações aconteceram.

Vítimas

A Covid-19 já contaminou 173.352 pessoas em Belo Horizonte e matou 4.185, segundo o Boletim Epidemiológico e Assistencial divulgado pela prefeitura de BH ontem (27). Dos 14 profissionais de linha de frente vitimados, estão idosos de 70 anos e adultos de 35.

Sete deles são servidores públicos municipais da Prefeitura de Belo Horizonte, dois são da FHEMIG (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais), um da Santa Casa/UPA-Centro Sul e quatro profissionais de clínicas e hospitais privados da capital mineira.

O conselho divulgou os nomes das vítimas:

  • Gerônimo Batista Pires – 53 anos – Técnico Enfermagem – 26/07/2020
  • José Célio da Silva – 54 anos – Técnico Enfermagem – 07/08/2020
  • Shirlene Alves dos Santos – 53 anos – Técnico Enfermagem – 14/08/2020
  • Márcia Aparecida Aquino de Oliveira – 57 anos – ACS – 27/09/2020
  • Marcos Evangelista de Abreu – 54 anos – Médico Pediatra – 22/01/2021
  • Juliana Rodrigues Pereira – 42 anos – ACS – 22/02/2021
  • Josielle Ribeiro dos Santos – 37 anos – Técnica Enfermagem – 12/08/2020
  • Luiz Alberto Alves – 48 anos – Técnico Enfermagem – 23/07/2020
  • Maria Aparecida Andrade – 53 anos – Técnica Enfermagem – 20/04/2020
  • Bruno Henrique de Souza – 35 anos – Técnico Enfermagem -17/08/2020
  • Gabriel Rabelo Guimarães – 70 anos – Médico Otorrino – 19/01/2021
  • Eduardo Goulart Campos – 39 anos – Médico Otorrinorologista – 26/08/2020
  • Eliane de Fátima Moura – 67 anos – Médica Clínica – 12/01/2021
  • Tania Nely Rocha – 63 anos – Médica dermatologista – 02/04/2021

Pandemia em BH

Pedralva ressalta que a pandemia na capital mineira ainda não está em uma “situação confortável”, principalmente com o aumento da taxa de transmissão do vírus. “Acabamos de sair do colapso do sistema de saúde onde tivemos filas de pessoas esperando por leitos. Teve gente morrendo. Agora, com o RT voltando a a subir mostra que a situação não está confortável”.

Os leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Covid estão com 80,6% de ocupação – vermelho, enquanto o de enfermaria 59,2% – amarelo. O RT citado por Pedralva está em 0,98, próximo do nível de alerta, mas segue na cor verde.

Indicadores Covid
RT se aproxima do estado de alerta (Reprodução/PBH)
Edição: Roberth Costa
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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