Morreu aos 42 anos, na noite desta terça-feira (4), o ator Paulo Gustavo em decorrência de complicações da Covid-19. O artista estava internado em um hospital em Copacabana, no Rio de Janeiro, desde 13 de março. Ele chegou a apresentar melhoras ao longo do tratamento, mas teve piora súbita e faleceu. Mais cedo, o boletim médico do famoso informou que ele tinha quadro clínico irreversível depois de sofrer uma embolia gasosa.
A morte de Paulo Gustavo foi constatada por volta das 21h12. Criador do personagem Dona Hermínia, o ator deixa o marido Thales Bretas e dois filhos. Nas redes sociais, internautas, fãs e famosos, lamentam a partida do humorista.
Meu Deus… não sei o que escrever.. Paulo Gustavo❤️🙏 uma pessoa que fez o país gargalhar.. 😔 Nao da pra acreditar.. que tristeza..
— Dani Calabresa (@calabresadani) May 5, 2021
Paulo Gustavo é a expressão da alegria brasileira. Essa alegria que nos veio de fora em forma de fama, já que minha geração cresceu crendo no mito das “três raças tristes” de que nosso povo se teria formado. + pic.twitter.com/bG8c1XcURN
— Caetano Veloso (@caetanoveloso) May 5, 2021
Carreira
Paulo Gustavo começou a ganhar visibilidade ainda em 2004, quando integrou o elenco do espetáculo “Surto” e a personagem Dona Hermínia apareceu pela primeira vez na peça. Dois anos depois, em 2006, Dona Hermínia cresceu ainda mais e ganhou um monólogo. A partir de então, Paulo Gustavo tornou-se uma estrela nacional.
O humorista ainda criou a peça 220 Votls, que não demorou a ir parar na TV. Ele ainda protagonizou Além da Ilha e A Vila nas telinhas, além de produções bastante reconhecidas como Vai Que Cola (2013), Divã (2011) e Minha Mãe É uma Peça, que ganhou duas sequências.
Histórico
Pouco mais de uma semana após ser internado, no dia 21 de março, o ator precisou ser intubado porque estava com dificuldade para respirar. Na época, foi divulgado que o procedimento era uma precaução e o marido do ator, o médico Thales Bretas, disse que era “mais um passo na cura da infecção”. O casal tem dois filhos.
“[Paulo] foi sedado e intubado para que a cura consiga se estabelecer nos seus pulmões sem cansá-lo tanto com a falta de ar que o incomodava”, disse. “Estou calmo, confiante e tenho certeza de que será um passo importante para a melhora completa do nosso guerreiro!!! Ele que é jovem, saudável, sem comorbidades e supercuidadoso, está passando por isso”.
O ator respondeu bem ao tratamento e teve uma evolução positiva nos dias seguintes. Porém, no dia 2 de abril, o estado de saúde dele piorou. Ele acabou precisando mudar de tratamento e passou a respirar com a ajuda de ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea), uma espécie de pulmão artificial usado apenas em casos mais graves.
Dois dias depois, Paulo Gustavo precisou passar por uma pleuroscopia, para que a equipe médica pudesse verificar a condição de seus pulmões. Na ocasião, foi identificada uma fístula broncopleural, espécie de comunicação anormal entre os brônquios e a pleura. Ela foi corrigida.
Em 7 de abril, o marido de Paulo contou que o ator teve que receber uma transfusão de sangue. Segundo ele, devido ao ECMO, o paciente ficou “anticoagulado” e perdeu “um pouco de sangue”. “Por isso precisou tomar algumas bolsas de sangue”, explicou. Na mesma publicação, ele também incentivou as pessoas a irem doar sangue.
Porém, dias depois foi realizada uma toracoscopia, na qual uma nova fístula broncopleural foi identificada e corrigida. De acordo com comunicado da assessoria de imprensa do humorista, o procedimento foi um sucesso.
No dia 11, o boletim médico dizia que a situação clínica do ator continuava crítica. “Todos os profissionais têm se empenhado incessantemente pela sua recuperação”, diz a nota publicada nas redes sociais.
“As diversas complicações pulmonares já demandaram procedimentos invasivos como broncoscopias, pleuroscopias e colocação de dispositivos intrapulmonares”, continua o texto. “Às fístulas broncopleurais identificadas e tratadas somaram-se a complicações hemorrágicas, mas que vêm respondendo, de certa forma satisfatória, à reposição dos fatores da coagulação deficitários.”
Com Folhapress