Atacante da seleção, Chú Santos diz que Paulo Gustavo ‘foi para o inferno’

Chu Santos Selecao
Atacante atua pelo Palmeiras e pela seleção brasileira (Daniela Porcelli/CBF)

Chú Santos, atacante do Palmeiras e da seleção brasileira de futebol feminino, é alvo de críticas neste domingo (9) por ter dito que o ator Paulo Gustavo “foi para o inferno”, em referência à orientação sexual do artista e também ao fato dele ter incentivado a tolerância religiosa em vida. O ataque à memória do humorista foi feito em uma postagem no Facebook que destaca o fato da Covid-19 já ter causado a morte de pessoas com diferentes histórias. O texto exalta a necessidade das pessoas serem mais bondosas e respeitarem as diferenças.

“Irmão Lázaro: Evangélico, cantor gospel, servo de Deus. Paulo Gustavo: Umbandista, ator e homossexual. Ambos levados pelo mesmo vírus. Aqui nesse mundo somos apenas carne. Não é sua religião que vai te salvar da morte. Então preocupe-se mais com o seu caráter e sua essência, seja bondoso e humilde”, diz o texto da publicação.

Em resposta à postagem, Chú escreveu: “Blz, morreram pelo mesmo vírus, a diferença é: que um Lázaro foi para o Céu e Paulo Gustavo para o Inferno”. A afirmação da atacante foi criticada na mesma publicação. Diante da repercussão, ela apagou o comentário.

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Reprodução/@MARIAPADILHAOFC/Facebook

Chú Santos pede desculpas por não ter “agradado”

Neste domingo (9), Chú Santos chegou a publicar um vídeo pedindo desculpas por não ter “agradado” as pessoas com seu comentário. “Da mesma forma que eu tive peito de ir lá e comentar no Facebook, eu também tenho peito, tenho cara, coragem e caráter, de vir aqui me desculpar para vocês. Pode ter certeza que não vai mais acontecer. Foi uma forma, um impulso, que acabou gerando esse comentário. Quero pedir para todos vocês, se atingiu vocês de alguma forma, o que não foi do agrado de vocês, venho aqui pedir desculpa”, diz a atacante na gravação.

Menos de 30 minutos após divulgar publicamente o vídeo no Twitter, a atacante limitou o acesso ao seu perfil na rede social e também no Instagram, onde ela destaca na descrição ser “cristã”. O Palmeiras, clube pelo qual Chú atua, informou que o caso será resolvido internamente, sem esclarecer se a jogadora será punida.

Paulo Gustavo defendia a tolerância religiosa

Paulo Gustavo não era, de fato, umbandista praticante. Em entrevista à revista Claudia, em 2016, ele declarou que acredita que era mais importante rezar e ser do bem.

“Minha mãe sempre me criou de um jeito legal e tolerante. Ela sempre disse que mais importante do que seguir uma religião é se conectar com Deus. Tem um monte de beata ranzinza por aí. Umbanda, igreja católica, já fui a tudo. Não importa a religião, o importante é rezar e ser do bem. Ficar preso a uma doutrina e não levar os valores de verdade, dentro de você, é bobo, é vazio.” 

Atacante Cristiane desabafa

O comentário de Chú repercutiu entre atletas. Sem citar o nome da colega de profissão, a atacante Cristiane desabafou: “Triste por descobrir o tipo de gente que está ao nosso redor”.

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Reprodução/@crisrozeira/Instagram

Também sem citar nomes, a craque Marta Silva publicou stories no Instagram após a polêmica repercutir nas redes. “Eu estava aqui lembrando daquele filme ‘Meu passado me condena’. Pois é… Quem não tem passado, né!? Quem nunca errou na vida!? Ninguém é santo. Por isso, não julguem. Só Deus pode julgar, tá!? Ninguém sabe o dia de amanhã, não é isso!? Gente, que isso!? Ninguém pode julgar ninguém, quem vai para o céu, quem vai para o inferno, isso aí é com Deus”, disse.

Sempre bom lembrar: homofobia é crime!

Vale reforçar que a homofobia é um crime. Ela está classificada dentro da lei do racismo, já existente há 30 anos e, com isso, tem punições são semelhantes.

O STF (Supremo Tribunal Federal) criminalizou a homofobia em junho de 2019. Veja o que é considerado crime:

  • “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito” em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime;
  • a pena será de um a três anos, além de multa;
  • se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa;
  • a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.

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