Adolescente obrigada a descer de ônibus terá que ser indenizada pela Viação Sertaneja

A adolescente B.C.F vai receber R$ 8 mil a título de dano moral da empresa de transporte Viação Sertaneja, que a obrigou a descer do ônibus um quilômetro depois de sair do terminal rodoviário, sob alegação de que ela não tinha a documentação necessária. A decisão é do Tribunal de Justiça de Minas (TJMG) que confirmou sentença da Justiça de primeira instância.

De acordo com os autos, a adolescente embarcou no ônibus na rodoviária de Santana do Riacho, Sudoeste de Minas, onde não lhe foi exigida a carteira de identidade. No entanto, cerca de um quilômetro depois, em local ermo, escuro e perigoso, ela foi obrigada a descer do coletivo desacompanhada.

A empresa foi condenada  pela juíza Mônica Barbosa dos Santos, da comarca de Matias Barbosa, mas recorreu da decisão ao Tribunal de Justiça. A empresa alegou que seus profissionais fizeram a menina descer do ônibus no local do embarque porque verificaram que ela tentava viajar sem a documentação exigida.

O desembargador-relator Manoel dos Reis Morais, da 10ª Vara Cívil, ao confirmar a sentença, entendeu que a atitude do motorista e do cobrador não foi correta. Ele foi acompanhado pelos desembargadores desembargadores Ronaldo Claret de Moraes e Álvares Cabral da Silva votaram de acordo com o relator.

Ao justificar a decisão, disse no acordão: “A partir do momento em que a passageira embarcou no veículo, a obrigação de zelar por sua segurança e incolumidade física passou a ser da empresa de transporte. Os profissionais não se mostraram preparados para lidar com a situação, pois deixaram uma menor sozinha na estrada à noite, em vez de ligarem para a mãe, procurarem um adulto responsável, um posto de polícia, de bombeiros, o juizado de menores, qualquer autoridade pública competente ou local onde a menina pudesse ficar em segurança”, afirmou.

 

 

 

 

Maria Clara Prates

Formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG). Trabalhou no Estado de Minas por mais de 25 anos, se destacando como repórter especial. Acumula prêmios no currículo, tais como: Prêmio Esso de 1998; Prêmio Onip de Jornalismo (2001); Prêmio Fiat Allis (2002) e Prêmio Esso regional de 2009.

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