Além da onda de frio, os moradores da capital mineira ainda precisarão enfrentar um tempo seco nesta semana. Os índices de umidade relativa do ar ficarão em torno dos 30%, no decorrer desta tarde (26), e chegarão a nível de alerta até a quarta-feira (29). A Defesa Civil advertiu os belo-horizontinos a reforçarem não só o agasalho nos próximos dias, mas também a hidratação.
O BHAZ conversou com a meteorologista Anete Fernandes, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), para saber como a umidade vai ficar em Belo Horizonte. “Hoje deve ficar na casa dos 30% no período de maior aquecimento”, diz, referindo-se aos horários de temperatura máxima, ou seja, entre 14 e 15h, quando a umidade atinge o menor valor do dia. Normalmente, o índice tem porcentagens maiores pela manhã e durante a noite.
“Amanhã [27] já deve cair para valores inferiores a 30%, mas entre 20 e 30%. Na quarta-feira [28] persiste, tem um aumento da temperatura, então deve cair um pouco mais da umidade à tarde, também abaixo dos 30%”, explica. Na quarta, os termômetros devem subir e ficar entre 12ºC e 28ºC (veja mais aqui).
Estado de atenção
De acordo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o índice adequado de umidade do ar deve ficar entre 50% e 80%. Quando está abaixo de 30%, os riscos à saúde aumentam, causando desconforto físico ou mesmo desencadeando doenças. A organização recomenda a decretação do estado de atenção quando a umidade relativa do ar fica entre 20 e 30%. Quando o índice está entre 12 e 20%, é considerado estado de emergência.
“Na quinta-feira, porém, com a tendência de aumento da umidade e da nebulosidade, então a gente deve ter o índice em torno de 40% na capital e na casa dos 30% na sexta, então os valores de umidade abaixo de 30 seriam mais nesse início de semana, até a quarta-feira”, esclarece a meteorologista.
Névoa seca
Os belo-horizontinos podem avistar, no período da tarde, uma “nuvem de poeira” no horizonte, mesmo nos dias em que a umidade não chegue abaixo dos 30%. “Abaixo de 30% a gente já tem névoa seca, já começa a preocupar. Mas a questão é persistência, apesar da gente estar com a umidade em torno de 30, 35% no período da tarde, como foi no final de semana, a gente está sem chuva há muito tempo, então mesmo com índices não tão críticos, a gente ainda tem névoa seca aqui na região metropolitana”, alerta a meteorologista.
A última chuva registrada em BH foi em 1º de junho e ainda não previsão de novos registros. “A massa de ar frio não vai chegar com umidade suficiente para chuva”, explica Anet.
O fenômeno chamado de “névoa seca” é comum no outono e no inverno, quando a massa de ar seco predominante favorece as partículas de poluição, que ficam suspensas na atmosfera. A baixa umidade agrava ainda mais os efeitos da poluição, já que a dispersão dos gases poluentes é dificultada. “Quando você vê esse material particulado em suspensa, quer dizer que não tem vento, ele está parado ou fraco, então fica esse material”, esclarece.
O ar mais seco favorece essa camada da poluição, que pode causar danos para saúde. “Tem risco para a saúde, o que chamamos de poluição atmosférica”, diz o meteorologista Claudemir de Azevedo, também do Inmet. A meteorologista Anet Fernandes complementa: “No outono e inverno, a qualidade do ar dá uma afetada mesmo, tanto que nessa época aumenta a gripe e moléstias de ordem respiratória”.
Recomendações da Defesa Civil
- Hidrate-se durante o dia;
- Prefira alimentos leves e frescos, como saladas, frutas, carnes grelhadas;
- Evite frituras;
- Durma em local arejado e umedecido por aparelhos umidificadores, ou ainda coloque uma bacia com água;
- Evite atividades físicas ao ar livre e exposição ao sol entre as 10 e 17 horas;
- Evite banhos com água quente, para não potencializar o ressecamento da pele, se necessário use hidratante;
- Em caso de problemas respiratórios procure um especialista;
- Em caso de incêndio em mata ou floresta, avise imediatamente, ao Corpo de Bombeiros (193), Defesa Civil (199) ou Polícia Militar (190).