Fiocruz adia entrega de vacinas de Oxford para março

Aplicação de vacina
A entrega de um dos insumos necessários para a produção da vacina sofreu atraso (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O atraso de insumos vindos da China fez com que a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) adiasse, de fevereiro para março, a entrega das primeiras doses da vacina Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19 produzidas no Brasil. A fundação enviou ofício informando a nova data ao MPF (Ministério Público Federal) nesta terça-feira (19). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No documento, assinado pelo diretor do Instituto Biomanguinhos, a Fiocruz informou que o primeiro lote do IFA (ingrediente farmacêutico ativo) que será importado de uma parceira da AstraZeneca na China tem chegada prevista para 23 de janeiro, “ainda aguardando confirmação”. Por isso, as primeiras doses da vacina, que dependem do insumo, deverão ser entregues ao Ministério da Saúde no início de março.

“Estima-se que as primeiras doses da vacina sejam disponibilizadas ao Ministério da Saúde em início de março de 2021, partindo da premissa de que o produto final e o IFA apresentarão resultados de controle de qualidade satisfatórios, inclusive pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle da Qualidade em Saúde)”, disse a Fiocruz no ofício, ainda de acordo com o jornal.

“Importa mencionar que o período de testes, relativos ao controle de qualidade, está estimado em 17 dias, contados da finalização da respectiva etapa produtiva, acrescidos de mais 2 dias de análise pelo INCQS”, completa a fundação no documento enviado ao MPF.

Expectativa quebrada

A previsão divulgada pela fundação anteriormente indicava a entrega do primeiro lote das vacinas produzidas no Brasil na semana do dia 8 de fevereiro. De acordo com ofício encaminhado na época, um milhão de doses do imunizante seriam distribuídas entre 8 e 12 de fevereiro. Já a partir de 22 de fevereiro, a Fiocruz entregaria 700 mil doses diariamente, alcançando 100,4 milhões de doses até o fim do primeiro semestre.

Ainda segundo o Estadão, o atraso no envio dos IFAs se deve a um bloqueio do governo chinês na exportação de insumos para a produção de vacinas. Já em relação às doses prontas, que serão importadas da Índia, a Fiocruz afirma não saber a data de entrega. O Governo Federal chegou a enviar um avião para buscar as doses, mas a tentativa foi frustrada pelo governo indiano, que não autorizou o envio.

Em nota enviada ao jornal, a Fiocruz garantiu que “as instalações estão prontas para iniciar a produção, apenas aguardando a chegada desses insumos”, e também garantiu que “um cronograma detalhado da produção será divulgado em breve”. Também procurada pelo Estadão, a AstraZeneca afirmou que “está trabalhando atualmente para apoiar o desenvolvimento da produção no Brasil de 100,4 milhões de doses da vacina e liberar os lotes planejados de IFA para a vacina o mais rápido possível”.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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