Após insinuar que rival queria se promover com racismo, Brusque pede desculpas

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Time chegou a levantar a possibilidade de processar Celsinho, vítima de racismo no último sábado (Reprodução/@ZePassini/Twitter)

Menos de 24 horas após deixar aberta a possibilidade de processar o meia Celsinho, do Londrina, o Brusque recuou e pediu desculpas ao jogador, vítima de racismo.

Em nota divulgada em seu site oficial nesta segunda-feira (30), a equipe catarinense classificou de “infeliz” o texto publicado no domingo (29), que insinuava um desejo do atleta de se promover com o episódio.

Na partida entre as duas equipes, disputada no último sábado (28), pela Série B, Celsinho chamou a atenção da arbitragem para as ofensas que recebia de pessoas que estavam na arquibancada. Na súmula, Fabio Augusto Sá Júnior relatou que um integrante do estafe do Brusque gritou para armador: “Vai cortar esse cabelo, seu cachopa de abelha”.

“Uma equipe recém-promovida para a Série B do Brasileiro estar cometendo um ato desses é inadmissível. Mas providências serão tomadas”, prometeu Celsinho.

No dia seguinte, o Brusque divulgou nota que causou revolta nas redes sociais. No texto, a equipe falava em “oportunismo” do rival e afirmava que “ele é conhecido por se envolver neste tipo de episódio”.

A repercussão negativa fez com que o presidente Danilo Rezini assinasse uma retratação.

“O Brusque Futebol Clube diante do ocorrido vem respeitosamente pedir desculpas ao atleta Celso Honorato Junior pelo transtorno causado a sua pessoa, a nossa torcida, simpatizantes, patrocinadores e imprensa devido ao nosso posicionamento equivocado. Esperamos que entendam esse momento infeliz que estamos vivendo, cabe a nós, humildemente reconhecer o erro da nota anterior e pedir desculpas mais uma vez ao atleta Celsinho e a compreensão de todos”, diz o Brusque, dando meia-volta.

Em outras duas partidas da Série B, o cabelo de Celsinho foi motivo de piadas e reclamações de racismo. Contra o Goiás, em 17 de julho, narrador e comentarista da Rádio Bandeirantes de Goiânia disseram que o atleta parecia “uma bandeira de feijão” e que seu corte era “um negócio imundo”. Os dois foram afastados pela emissora após pedirem desculpas nas redes sociais.

Na rodada seguinte, quando o Londrina enfrentou o Remo, narrador da Rádio Clube de Belém chamou o cabelo do atleta de “ninho de cupim”. Ele também foi afastado.

Nesta segunda-feira, o Londrina se manifestou em seu site oficial. O clube paranaense considerou a primeira nota divulgada pelo Brusque de “lamentável”, “inadmissível” e afirmou ter colocado seu departamento jurídico à disposição de Celsinho.

“O racismo é assunto sério e jamais seria utilizado como artifício esportivo pelo atleta, o qual vem sofrendo ataques racistas nessa competição e está envolvido sim neste tipo de episódio, como citado pelo Brusque em sua nota, pois infelizmente ainda há no mundo pessoas irracionais, racistas, que querem atacar e desconstruir essa luta”, reclama o Londrina.

Folhapress

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