Medalhista olímpica, Carol Gattaz fala de episódio de burnout e alerta: ‘Não somos máquinas’

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Carol Gattaz se recupera de um episódio de burnout e abriu o jogo sobre o cuidado com a saúde mental no Arreda pra Cá (BHAZ/Divulgação)

Contratos renovados, uma carreira extensa e de sucesso, recordes, títulos e até mesmo uma medalha olímpica. O currículo extenso de conquistas é motivo de alegria, mas também trouxe desafios para Carol Gattaz, central do time de vôlei do Minas Tênis Clube e da seleção brasileira. A primeira convidada do Arreda pra Cá, podcast do BHAZ, deu detalhes da síndrome de burnout que sofreu e falou sobre a saúde mental no esporte.

“A gente tá sempre querendo buscar a nossa excelência e chega uma hora que não é tudo mil maravilhas. A gente tem os nossos problemas diários, a gente tem os nossos problemas no clube, a gente tem nossos altos e baixos. Só que o nosso corpo não é uma máquina. Nós somos seres humanos, nós não somos máquinas”, avalia a atleta.

Ainda se recuperando aos poucos do episódio, Carol pontua que não somente coisas ruins foram responsáveis por levá-la a um burnout: “Tive muitas situações boas, mas no final, o acúmulo de tudo aquilo. Eu acredito que o meu burnout foi de várias situações que eu vivi com a seleção, campeonatos pesadíssimos na minha idade, porque eu não tenho mais 20 anos. É uma coisa que eu faço um esforço sobrenatural pra estar ali, então eu me cobro muito”.

Além das cobranças, a competitividade natural de atletas de alto rendimento também pode acabar jogando contra a saúde mental. “Junto com nosso lado psicológico, junto com nosso lado pessoal, outros fatores externos também que a gente não controla. Tudo isso são fatores que causam burnout e me causaram burnout”, afirma.

Planos frustrados

Atualmente, Carol Gattaz está em fase de reabilitação após sofrer uma lesão no joelho, que veio justamente enquanto ela se recuperava do burnout. “Eu acho que muitos desses fatores foram causa da minha lesão, porque eu me cuido muito. Então eu falo assim: por que o meu corpo sentiu? Eu já saltei milhares de vezes na minha vida inteira, por que um movimento tão banal?”.

Junto com a síndrome seguida da lesão, que a impediram de ficar em sua melhor forma para seguir nos campeonatos, a central precisou lidar também com uma série de frustrações, que, segundo ela, apenas dificultaram a situação.

“Muitos planos futuros meus foram por água abaixo, então é o que eu falo: a gente nunca tem certeza de nada, a gente nunca pode, porque tem essas variáveis. Poxa, eu tinha acabado a nossa temporada da Superliga, vou para a seleção, quero disputar o pré-Olímpico esse ano”, lista a atleta.

‘Não estamos programados’

Mesmo após o diagnóstico de burnout, Carol Gattaz garante que está focada na recuperação e pretende brigar por uma vaga nas Olimpíadas de Paris 2024, onde pode superar o próprio recorde de atleta mais velha a ser medalhista olímpica no vôlei.

E para conseguir passar por esse período, ela foca em extrair pontos positivos do afastamento forçado do esporte: “Estou tendo mais tempo pra mim, para a Carol pessoa, para a Carol com a família, para viajar, para ter esses tempos livres que eu não me permitia ter”.

No episódio do Arreda pra Cá, Carol Gattaz aproveitou para deixar um alerta sobre os desafios que não só atletas enfrentam com a saúde mental e faz um alerta para o risco do ‘burnout’: “A gente não está programado. Vamos colocar aqui que você vai correr a 100 km/h. Você não vai. Você vai correr a 100, aí você vai pra 80, pra 60… não é uma linha reta. Você tem os altos e baixos e isso também que é o bom e o legal da vida”.

Arreda pra Cá

Se tem duas coisas que o mineiro gosta de verdade, elas são: Minas Gerais e uma boa conversa. Se juntar os dois então, já viu… E foi exatamente isso que o BHAZ fez: o Arreda pra Cá, nosso podcast, recebe personalidades mineiras e figuras importantes que têm tudo a ver com a história do nosso estado. Tem esporte, internet, arte e uma bebidinha que não pode faltar, né!?

Pra conferir tudo sobre o podcast e assistir os papos com outros convidados, é só clicar aqui.

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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