‘Cidade pra todo mundo’: Qual a diferença da arte nas ruas e nas galerias?

Se você fosse fazer uma lista de obras de arte de Belo Horizonte, quanto tempo levaria para falar das pinturas nos prédios do Centro? Pioneiras na capital, as famosas empenas coloridas fazem parte do Cura (Circuito Urbano de Arte), que ganhou as ruas em 2017. O Arreda pra Cá, podcast do BHAZ, convidou uma das idealizadoras do Cura para falar sobre o projeto que ajuda a levar a arte para fora dos muros de museus e galerias direto para os braços do povo.

Janaína Macruz, uma das três idealizadoras do Cura, conta que o movimento ainda é novo em BH, mas não em outros lugares. “São Paulo já tem muita empena há muito tempo e são vários eventos acontecendo o tempo inteiro. Inclusive, tem um programa da Secretaria de Cultura que incentiva a pintura de empenas e tudo mais”, detalha.

Já em Belo Horizonte, ainda que o cenário do Centro esteja se transformando, a situação ainda é um pouco diferente. “Quando a gente começou, não tinha nenhuma empena em Belo Horizonte, o maior mural era do Shopping Oi”, lembra Janaína, que completa: “A gente achou que iam surgir outros projetos, outras iniciativas, e ainda não surgiu. Tem algumas empenas agora, mas não existe nenhum projeto que pinta empena”.

Pioneiro nesse tipo de movimento artístico na capital mineira, o Cura incentiva projetos parecidos. “A cidade tá aí pra todo mundo”, ressalta Janaína. Ela conta ainda que o Circuito Urbano de Arte nasceu como um “festival de arte urbana”, mas, a partir de 2019, passou a ser definido como um “festival de arte pública”.

Isso significa que, atualmente, o Cura se fortalece justamente nas ruas, ao alcance de todos e disposto a encarar as implicações disso. Ou seja, o projeto amadureceu e aprendeu a lidar com regulamentos e regras do poder público, negociações com o setor privado e opiniões e críticas da população, até mesmo incentivando essa interação com as obras.

Sucesso das instalações

O momento de virada do festival ao se definir como arte pública marcou ainda a chegada de um formato que fez sucesso com o público de Belo Horizonte: as instalações. As primeiras foram as famosas cobras nos arcos do Viaduto Santa Tereza – as “Entidades”, do artista indígena Jaider Esbell.

jaider esbell
As Entidades de Jaider Esbell fizeram sucesso na edição de 2020 do circuito (Cura/Divulgação)

Depois, vieram outras. “As bandeiras na janela, que a gente fez ali naquele antigo prédio da Engenharia, bem no Centro da cidade, então a gente convidou cinco artistas e colocamos bandeiras de 35 por 20 metros, eram bandeiras muito grandes. Aí em 2021 a gente fez a instalação do Giramundo, que era a comemoração dos 50 anos do grupo. E ano passado a gente chamou a Selma Calheira, com o Levante, que eram esses homens de barro”, lista Jananína.

Agora, o Cura volta de sua primeira excursão a outra região do Brasil. A convite de uma marca parceira, o circuito pintou duas empenas em Manaus, capital do Amazonas, que inspirou fortemente as últimas duas edições do festival em Belo Horizonte.

Confira o papo na íntegra abaixo:

Arreda pra Cá

Se tem duas coisas que o mineiro gosta de verdade, elas são: Minas Gerais e uma boa conversa. Se juntar os dois então, já viu… E foi exatamente isso que o BHAZ fez: o Arreda pra Cá, nosso podcast, recebe personalidades mineiras e figuras importantes que têm tudo a ver com a história do nosso estado. Tem esporte, internet, arte e uma bebidinha que não pode faltar, né!?

Pra conferir tudo sobre o podcast e assistir os papos com os demais convidados, acompanhe aqui.

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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