Cannes, Oscar, Sundance: As estratégias para escolher um festival de cinema

filmes de plástico 5
Diretores da Filmes de plástico contaram como analisam o perfil dos festivais (BHAZ/Divulgação)

Os festivais e premiações de cinema são, há tempos, um grande sucesso de mídia, atraindo públicos variados e com uma repercussão que vai além dos filmes. Mas o que muita gente não sabe é como os filmes selecionados vão parar lá. Convidados do Arreda pra Cá, podcast do BHAZ, dois fundadores da Filmes de Plástico – produtora responsável pelo filme Marte Um, que foi um dos indicados para selecionar o Brasil no Oscar 2021 – abriram o jogo sobre as estratégias para chegar até um festival de cinema.

André Novais Oliveira e Gabriel Martins, diretor do Marte Um, contam que eles e os outros dois sócios da Filmes de Plástico não fizeram o filme com a intenção de chegar ao Oscar. “A nossa percepção dos filmes que eram selecionados até acontecer isso com Marte Um é que eram muitos filmes do mercadão Rio-São Paulo, do eixo, a gente não via muito. Tanto que a gente sequer tinha inscrito os nossos filmes anteriores”, conta Gabriel.

A estratégia do grupo, desde que o filme ficou pronto, era tentar fazer a estreia no Festival Sundance de Cinema, que acontece nos Estados Unidos. “Foi algo que a gente almejou, de fato tentou”, lembra o cineasta. Segundo Gabriel, no entanto, isso não afetou a produção do filme.

“A gente não fez o filme pensando que poderia estrear em X ou Y. A gente fez a história da melhor forma que a gente achava que tinha que ser feita. Dito isso, a gente conhece o perfil dos festivais. Tem festivais que têm um olhar mais pra certo tipo de filme, tem festivais que são festivais só de documentário, por exemplo. O Festival de Sundance tem um perfil meio de filmes guiados por personagem”, detalha Gabriel.

A produtora conseguiu a estreia em Sundance e, a partir daí, começou a alinhar o lançamento com um festival de cinema relevante no Brasil – uma forma de conseguir atenção da mídia e do público. “A gente sincroniza o lançamento de Marte Um com uma certa estratégia de Brasil para tentar o Festival de Gramado, que é um festival que tem muita repercussão de mídia. Aí sim uma estratégia”, revela o diretor do filme.

Nos braços do povo

Com a estreia em Sundance levando o filme para o público estadunidense e a repercussão de Gramado ajudando na divulgação no Brasil, a lógica de indicar Marte Um ao Oscar se fortaleceu. Após duas semanas em cartaz, o filme foi um dos escolhidos para representar o Brasil no Oscar: “Isso fez com que um filme que, talvez, ficaria um mês em cartaz, ficasse sete meses em cartaz, só de estar com esse nome ‘Oscar’ do lado”.

No final das contas, o filme não foi indicado à categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Na prática, funciona assim: cada um dos 92 países participantes indica um filme que representa o país – no caso do Brasil, em 2021, foi Marte Um. A partir daí, uma comissão selecionada vota em uma lista de 15 e dela saem os cinco indicados. O filme do grupo mineiro ficou não estava na lista dos 15.

Mesmo assim, a Filmes de Plástico considera o projeto uma vitória. “Quem estava assistindo realmente tomou essa coisa de ‘esse filme é meu, eu quero o meu Oscar’. Várias pessoas falaram isso e até fora de Minas, então teve essa sensação, que eu não tinha visto isso acontecer com outros filmes que foram selecionados em outros anos, de realmente ir pros braços do povo”, celebra Gabriel.

Confira o papo na íntegra, com mais detalhes sobre a jornada dos mineiros até o Oscar:

Arreda pra Cá

Se tem duas coisas que o mineiro gosta de verdade, elas são: Minas Gerais e uma boa conversa. Se juntar os dois então, já viu… E foi exatamente isso que o BHAZ fez: o Arreda pra Cá, nosso podcast, recebe personalidades mineiras e figuras importantes que têm tudo a ver com a história do nosso estado. Tem esporte, internet, arte e uma bebidinha que não pode faltar, né!?

Pra conferir tudo sobre o podcast e assistir os papos com os demais convidados, acompanhe aqui.

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!