Wäls: Da primeira cerveja à venda para a Ambev

Em menos de dez anos, Minas Gerais viu surgir, cair no gosto do povo e fazer uma mudança brusca de rumo uma das principais marcas de cerveja do país: a Wäls. Fruto do sonho de uma família mineira, a cerveja artesanal ajudou a elevar a fama cervejeira do estado no país e no mundo e acabou se tornando parte de um grupo maior ainda: a Ambev. O Arreda pra Cá, podcast do BHAZ, conversou com o fundador da cervejaria, José Felipe Carneiro, sobre a trajetória de sucesso e os momentos de desafio da Wäls.

Para divulgar a marca, que ia na contramão de tudo que era esperado de uma cerveja à época, a Wäls decidiu arriscar: apostou tudo nas festas e eventos de rua, como as festas francesa e italiana e o St. Patrick’s Day. “A gente tinha que colocar o chope em algum lugar, então o público ia beber nossa cerveja não porque eles preferiam, mas porque era a única que tinha nesses eventos”, lembra José Felipe.

Neste momento inicial, a cervejaria começou a ganhar público, mas ainda não tinha reconhecimento: “A gente estava ali porque tinha, era a mais barata. Só que, de repente, a gente começou a ganhar prêmios e de todos os prêmios que a gente começou a ganhar, a gente ganhou um muito importante em 14 de abril de 2015, que foi o World Beer Cup, a Copa do Mundo das Cervejas. Aquilo foi um tiro de canhão”.

Quem fazia?

Logo no início da empreitada, a família decidiu contratar um mestre-cervejeiro de fora, mas boa parte das invenções e receitas vinha de Tarso, um amigo de longa data do pai de José Felipe, que trabalhava na parte de pesquisa e desenvolvimento da empresa. No fim dos anos 2000, Tarso sofreu um infarto fulminante e, junto com a dor da perda, veio um desafio.

“Quando o Tatá foi, ninguém sabia muito bem o que fazer, porque ele era um cara muito genial e, ao mesmo tempo, um pouco genioso, então ele não explicava muito pra ninguém, ele que tinha as fórmulas guardadas ali a sete chaves, as receitas, do jeitão dele, gênio. Só que ele tinha a mim como o preferido dele ali”, lembra Zé.

Foi então que ele, o próprio José Felipe, decidiu extrapolar os limites da área de marketing da empresa e virar o mestre-cervejeiro da Wäls. “Todo mundo falou ‘como assim? você não é mestre cervejeiro’. E aí eu falei ‘eu faço o curso’. À época, o único curso que existia era lá em Vassouras, no Rio de Janeiro, curso do Senai”, conta.

Ambev entra na jogada

“No início, ele [Tarso] tinha criado a Wäls Dubbel, a Wäls Bohemian Pilsner e a gente estava em vias de lançar a Wäls Trippel. Era o que existia dessas cervejas especiais. E aí acaba que essas cervejas se tornam ícones até de receitas belgas e a Wäls, lá em 2015, quando a gente foi vender para a Ambev, já tinha mais de 400 cervejas registradas. A cervejaria com mais número de cervejas registradas no Brasil”, detalha José.

Em 2015, quando veio a proposta da Ambev, foi quando a família se desvencilhou, em parte, do negócio. Os pais, que, até então, tocavam tudo com José Felipe e o irmão, deixaram de participar do negócio. Já os dois irmãos se tornaram sócios da Ambev, comprando outras empresas em seguida e participando da área de inovação que deu origem ao Zé Delivery, entre outros produtos.

Mais tarde, em 2018, os irmãos venderam novamente a parte da Wäls a que tinham direito para a Ambev e, desde então, deixaram de ter qualquer relação com a empresa e passaram a se aventurar em novos negócios.

Confira o papo na íntegra abaixo:

Arreda pra Cá

Se tem duas coisas que o mineiro gosta de verdade, elas são: Minas Gerais e uma boa conversa. Se juntar os dois então, já viu… E foi exatamente isso que o BHAZ fez: o Arreda pra Cá, nosso podcast, recebe personalidades mineiras e figuras importantes que têm tudo a ver com a história do nosso estado. Tem esporte, internet, arte e uma bebidinha que não pode faltar, né!?

Gostou? Arreda pra cá, então! Pra conferir tudo sobre o podcast e assistir os papos com outros convidados, é só clicar aqui.

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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