Ato contra Bolsonaro deve reunir 100 mil pessoas em BH, diz organização

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No último ato ‘Fora Bolsonaro’ em BH, no dia 19 de junho, cerca de 50 mil pessoas estiveram presentes (Moisés Teodoro/BHAZ)

Manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estão marcadas para acontecer em todo o Brasil, neste sábado (3). A mobilização nacional tem como bandeira o impeachment do chefe do Executivo, a ampliação da vacinação, e o reforço do auxílio emergencial. Segundo os organizadores, em Belo Horizonte, a expectativa é que esse ato seja o maior deste ano, com um público estimado em 100 mil pessoas.

O Movimento Acredito, um grupo de renovação política nacional, é um dos organizadores do ato, junto com a Frente Brasil Popular, a Frente Povo sem Medo, a Coalização Negra por Direitos, a UNE (União Nacional dos Estudantes), e mais alguns partidos políticos progressistas e dezenas de movimentos sociais e sindicados.

A presença da população é vista como essencial. “A gente não pode tolerar esse tipo de comportamento abusivo de um presidente da República. A gente vê que o governo Bolsonaro já cometeu uma série de crimes de responsabilidade, sobretudo violação patente deliberada ao direito social à saúde, com todo o negacionismo que ele conduziu essa pandemia, com toda a negligência, incompetência, que a gente vê esse número de quase 520 mil mortos, muito acima da média mundial”, pontua Lucas Azevedo Paulino, advogado e membro do Movimento Acredito de Minas Gerais.

“Brasil está entre os piores índices de óbitos, de casos, com a pandemia ainda descontrolada, houve um atraso deliberado da vacinação, então além do que, agora tem indícios que tinha corrupção, propina para aquisição de vacina”, lembra Paulino. “Um presidente também que glorifica o autoritarismo, ameaça a democracia, além de violar o direito social à saúde da população. E também deixar o povo na miséria enquanto está na pandemia”, explica.

Um dos cartazes chamando para o ato (Frente Brasil Popular/Divulgação)

Com isso, o slogan da manifestação se resume a “vacina no braço, comida no prato, e fora Bolsonaro”. Com os novos desdobramentos na política nacional, como a compra em investigação da vacina Covaxin, os organizadores esperam um público maior do que dos dois últimos atos, que aconteceram em 29 de maio e em 16 de junho.

“Em BH, a expectativa é de que o ato seja maior que o ato anterior e que reúna um público próximo a 100 mil pessoas”, estima Ana Carolina Vasconcelos, responsável pela comunicação da Frente Brasil Popular de Minas. Já Dérik Ferreira, do Levante Popular da Juventude, tem expectativas ainda maiores: “100 mil ou mais”, diz.

Onde e quando?

Na capital mineira, a concentração vai acontecer às 14h, na Praça da Liberdade, região Centro-Sul, e a manifestação se deslocará até a Praça da Estação, na área central da cidade. “Deve sair entre 15h e 15h30, e geralmente, pela nossa experiência, é 1h, 1h30 de caminhada até a Praça da Estação. Eu imagino que até umas 16h30, 17h, já chegaremos lá”, explica Lucas.

A BH Trans informou que vai acompanhar o trajeto, juntamente com a Polícia Militar (PM) e a Guarda Municipal, e postar sobre os desvios no trânsito ao vivo no seu perfil do Twitter (acesse aqui).

Medidas de segurança

Os organizadores pedem pelo respeito às medidas de segurança sanitária contra a Covid-19. “A gente recomenda as pessoas irem com as máscaras PFF2, que têm um nível de qualidade e proteção muito maior que as de pano, as máscaras mais corriqueiras que o povo geralmente usa. A gente pede, para dentro do possível, tentar manter uma distância entre os manifestantes, de 1,5 metros pelo menos, a 2 metros”, explica Lucas.

No ato, haverá distribuição de máscara PFF2. “Recomendamos também levar álcool em gel para higienização das mãos quando for necessário. A gente quer que essa manifestação seja o mais seguro possível”, pontua.

Por Minas e pelo Brasil

Mais de 260 atos já foram marcados por todo o país, de acordo com a última atualização dos organizadores, nessa quinta-feira (1º). Em Minas Gerais, já são 40 cidades confirmadas, dentre elas, Divinópolis, no Centro-Oeste; Juiz de Fora, na Zona da Mata; Ipatinga, no Vale do Aço; Uberlândia, no Triângulo mineiro; e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce (veja lista completa abaixo).

Covaxin

O ato contra Bolsonaro estava marcado para acontecer em 24 de julho, mas acabou sendo antecipado para o próximo sábado, devido ao caso envolvendo a compra da vacina Covaxin. Em depoimento na CPI da Covid, o deputado Luis Miranda disse que o presidente não informou as autoridades sobre as denúncias de irregularidades na aquisição do imunizante indiano. A compra estaria sendo coordenada pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), que é o líder do governo na Câmara.

Milhares de pessoas foram às ruas no mês passado (Moisés Teodoro/BHAZ)

Além disso, de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, divulgada na noite desta terça-feira (29), aponta que integrantes do governo Bolsonaro tentaram negociar propina em cima do valor de doses da vacina AstraZeneca. 

Manifestações antigas

No dia 29 de maio, na semana em que o Brasil ultrapassou o número de 450 mil vidas perdidas e mais de 16 milhões de casos pela Covid-19, um ato contra o Bolsonaro aconteceu por todo o país, em mais de 34 cidades mineiras, além de Belo Horizonte.

Concentração do último protesto também ocorreu na Praça da Liberdade (Moisés Teodoro/BHAZ)

No mês passado, em 19 de julho, mais manifestantes se reuniram pelo Brasil, no dia em que o país atingiu a marca de 500 mil mortos pela Covid. De acordo com os organizadores, o público desse ato foi ainda maior que o anterior e registrou cerca de 50 mil pessoas protestando nas ruas da capital mineira.

Edição: Vitor Fernandes

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