Jacyntho Lins Brandão assume presidência da Academia Mineira de Letras nesta quinta

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Professor Jacyntho Brandão leciona Língua e Literatura Grega na Faculdade de Letras da UFMG (Foca Lisboa/UFMG)

O professor Jacyntho Lins Brandão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), assume na noite desta quinta-feira (25) a presidência da Academia Mineira de Letras (AML). Quem passa o bastão é o jornalista Rogério Faria Tavares, que ficou no cargo por quatro anos.

A sede da AML vai servir de palco para a cerimônia de posse, a partir das 20h, no Centro de Belo Horizonte. Lecionando língua e literatura grega na Fale (Faculdade de Letras) da federal mineira, um dos objetivos de Brandão é pensar e valorizar a diversidade linguística do país.

Em conversa com o BHAZ, o professor explica que já integrava a diretoria da instituição. Uma de suas principais aspirações será refletir sobre o fato de que vivemos em um país multicultural, onde a língua não se manifesta de uma só forma.

Na solenidade de hoje, será lançada a edição 83 da revista da AML, com dossiês sobre poesia mineira, literatura e psicanálise. Além das mais de 500 páginas, haverá o anúncio e lançamento do Prêmio da Academia – que, anualmente, celebra o melhor livro do ano anterior. A comissão julgadora do prêmio entregará ao autor ganhador R$ 60 mil. Já outros R$ 40 mil irão para a editora parceira.

Diversidade linguística em pauta

Por fim, mas não menos importante, Rogério e Jacyntho farão seus discursos. Ele revela que está animado com as perspectivas para a Academia. “A AML está numa época muito boa, fazendo muita coisa e aberta pra sociedade, o que é importante. Queremos continuar por esse caminho, desdobrando propostas”, diz.

Jacyntho destaca que a diversidade vem sendo um dos carros-chefe da instituição. Recentemente, o escritor e líder indígena Ailton Krenak foi eleito para ocupar uma cadeira na Academia, por exemplo. A conquista levanta um debate sobre a valorização das inúmeras línguas com as quais o brasileiro se comunica.

“O item um do estatuto [da Academia] diz que a finalidade da AML é preservar, estudar e divulgar a língua, literatura e cultura portuguesas. Mas estamos pensando agora na diversidade linguística que existe no Brasil”, explica.

“O país tem mais de 230 línguas indígenas, algumas africanas e as dos migrantes do século XIX. Vou propor que modifiquem essa finalidade, para que o objetivo seja preservar, estudar e divulgar o português e as demais línguas, suas culturas e literaturas. O Brasil precisa tomar consciência disso”, reforça.

Para Jacyntho, esse pensamento tem grande importância no futuro da Academia Mineira de Letras. O educador também valoriza outros modos de produção artística, como os saraus. Ele compara a AML a uma espécie de “confraria”, que existe com finalidade de servir ao público.

Na área da educação, outro papel importante: os currículos dos cursos superiores prevêem que os alunos estudem fora da sala de aula, frequentando programas artísticos e culturais. “Pode servir de colaboração na formação de estudantes de vários cursos. Outra coisa que pretendemos é investir na área de literatura infantil e juvenil”.

Sobre Jacyntho Brandão

Jacyntho Brandão é doutor em Letras Clássicas pela USP e já escreveu diversos livros, incluindo “A invenção do romance” e “Antiga Musa: arqueologia da ficção”. Além de lecionar no Brasil, já foi professor também em outros países, como Portugal.

Em 2018, foi um dos 10 finalistas do Prêmio Jabuti na categoria tradução, pelo livro “Ele que o abismo viu: epopeia de Gilgámesh”, publicado pela Autêntica. Já foi, inclusive, colunista do Portal BHAZ.

Jacyntho assume a presidência, nesta quinta, ao lado da vice Maria Antonieta Cunha. Formada em Letras Neolatinas, ela tem doutorado e mestrado em Letras pela UFMG. Escreveu mais de 50 artigos para jornais e capítulos para livros e revistas especializadas em Leitura e Literatura. Além disso, já publicou cerca de 20 livros.

Edição: Giovanna Fávero
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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