Um estudo da Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) revelou que Belo Horizonte é a quinta cidade do Brasil em que as mulheres vivem mais tempo. A pesquisa avaliou os perfis de expectativa de vida e de mortalidade em nove países da América Latina: são 363 cidades no total, incluindo a capital mineira e outras 21 cidades da região metropolitana.
Os pesquisadores calcularam que, em média, as mulheres de Belo Horizonte vivem até os 80 anos e seis meses. Com esse número, a capital ficou em 40º lugar da América Latina entre as 363 cidades avaliadas e na 5ª posição do Brasil entre as 152 avaliadas.
Já entre os homens, BH ficou em 131º lugar entre as cidades com maiores expectativas de vida da América Latina e em 37ª no Brasil, com a expectativa média de vida de 72,7 anos. Considerando o sexo, em todas as cidades os homens apresentam expectativa de vida mais baixas do que as mulheres.
Fatores econômicos e geográficos influenciam
Além de evidenciar uma grande variabilidade na expectativa de vida e comparar esses dados aos de países de alta e baixa renda, o trabalho apontou as diferentes causas de morte nessas regiões, encontrando locais com registros muito diferentes uns dos outros.
“Encontramos uma heterogeneidade enorme entre países e entre as regiões do mesmo país. Se considerarmos a expectativa de vida, por exemplo, houve variabilidade, tanto para homens quanto para mulheres, de até 8 anos dentro do mesmo país e de até 14 anos entre países”, aponta Amélia Augusta de Lima Friche, coautora do artigo e professora da Faculdade de Medicina da UFMG.
A pesquisadora, frisa, ainda, que no Brasil a questão geográfica tem um forte impacto nos índices de mortalidade. “As 10 cidades com maior expectativa de vida no Brasil estão na região Sul e Sudeste. E as 10 com menor expectativa de vida estão no Norte e Nordeste. Isso mostra que dentro do Brasil há um recorte norte-sul muito importante, com desigualdades regionais marcantes”, destaca.