Biel sugere que branco sofre racismo e esgota a paciência de Jojo

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Jojo e Biel discutem após formação de roça em A Fazenda (Reprodução/Twitter)

O cantor Biel afirmou à Jojo Todynho, erroneamente, que o racismo não existe somente de brancos para negros, mas que o inverso também pode ocorrer. A cantora usou a declaração do funkeiro para justificar seu voto nele, durante e formação da oitava roça de A Fazenda, na noite dessa terça-feira (3). Durante a madrugada, Jojo se irritou ao tentar explicar para o funkeiro que racismo reverso não existe.

No momento de seu voto, Jojo começou: “Então, baseado no jogo que teve essa semana, que o Biel me deu o voto de fake. Se tem uma coisa que eu não sou e nunca serei é fake, né? Tem outra coisa que me irritou, mas mais pra frente eu vou concluir minha tese”.

Jojo já havia concluído o voto, mas Marcos Mion não deixou a conclusão no ar e pediu para que a cantora explicasse a tal tese. “Então, na roça passada, eu tava tão em Nárnia que não tinha percebido que ele já tinha lido o poder. Só fui me ligar quando a Teté votou nele que eu falei: ‘meu Deus’, que eu pedi para o Mariano se eu podia votar nele porque eu estava sem opção e porque eu também tinha que botar minha estratégia”.

A cantora relembrou a festa e explicou que racismo reverso não existe. “Aí, não acabei não votando nele, mas o meu voto pra ele seria da festa do Neon. Que no momento em que eu estava conversando, tava Juliano, Mirella e eu tava falando com eles e ele tava junto e ele falou pra mim que eu não gostava dele ‘porque eu sou branco’? Eu falei pra ele que não. Eu nunca usei minha cor nem minha história para chegar em lugar nenhum. Racismo reverso não existe. O típico racismo branco, nunca será”.

“Eu falei pra ele que eu não me identifico e quando você não se identifica, obviamente você vai cortar caminhos para não cruzar com a pessoa”, argumentou. “Seria meu voto dele por causa disso. Ele poderia até me cancelar, mas uma coisa que eu não sou é fake. Fake pra mim é ele, nas atitudes que ele tem”, completou.

‘Tá filmado’

Logo após as falas de Jojo, Biel se mostrou surpreso. “Agora foi um pouco além do que eu esperava. Primeiramente, palavras totalmente infelizes. Não me lembro de ter falado isso”. “Ué, tá filmado. Se não sabe beber, bebe mijo”, retrucou Jojo.

Biel lamentou ser ignorado por Jojo nas vezes que tentou se aproximar da cantora no confinamento. “Então, Jojo, eu vim do funk. Ganhei visibilidade de uma vertente musical de onde você sabe de onde vem. Aqui tentei muito me entender com você. Você sabe disso. Me humilhei baixando a guarda para você”.

“Identificação não tem nada a ver com musical. Tudo o que acontece é filmado. Graças a Deus tenho a consciência tranquila de tudo que falei. Tudo o que tinha pra te falar, falei. Estou te dando um voto pelo fake e pelo que você falou pra mim na festa. Eu te cortei na hora e depois a Mirella veio me perguntar se ela tinha falado”, começou.

“Você falou isso e não sou doida. Jamais vou falar aqui algo que não aconteceu. Às vezes, a gente alterado no álcool, fala coisa que não deve. Você pode ter errado e é um direito seu e é direito meu te votar. Questão musical não tem nada a ver. Você não se identificar com a pessoa é uma coisa. Música diferente é outra. Eu não sinto em você vontade de falar”, concluiu Jojo.

Discussão seguiu após o programa

Após o fim do programa, os cantores seguiram discutindo sobre a formação da roça. Biel não ficou nada satisfeito com a atitude de Jojo. “Levantar a bandeira por causa de uma pergunta que eu fiz? Que se eu te trato…”, perguntou o funkeiro, quando a cantora o interrompeu e disse: “Que eu não gostei”. “Se eu te trato desse jeito. E você acha que gosto do jeito que me trata? Me faz pensar o quê? Racismo não é só do branco para o negro, Jojo, pelo amor de Deus!”, falou Biel.

“Tá bom, Gabriel! Meu Deus, você precisa estudar porque não sabe das coisas então”, explicou a cantora. “Preciso estudar o porquê você faz o que faz, você é um ser para ser estudado. Agora, pelo amor de Deus, racista é muito forte”, rebateu o funkeiro.

“Eu te chamei de racista? Eu apenas falei que racismo…”, disse a cantora, mas Biel seguiu com sua argumentação: “Se eu te trato como você me trata, tenho certeza que a sua indignação ia puxar essa pergunta também”. Veja um trecho da confusão:

Racismo reverso não existe

Vale ressaltar que o racismo reverso é um termo que não existe. Segundo o site Alma Preta, “o racismo é fruto de um mito criado sobre a cor de pele negra na qual o fenótipo (conjunto de características físicas de uma pessoa) são os escolhidos para terem criado um ódio e características negativas à pessoas com concentração alta de melanina. A essas pessoas foram atribuídas diversas características negativas (gente amaldiçoada, suja, violenta, cabelo duro e ruim e etc), sustentadas pelas elites sociais em todas as épocas da história da humanidade, que se inseriram e perpetuaram no imaginário social, mantidas até os dias atuais”.

Veja mais explicações abaixo e o artigo completo aqui.

“Ao contrário do racismo, como já vimos que é um fenômeno antinegro, o preconceito pode ter muitas vertentes, entre elas a própria questão racial, mas não só ela. Pode-se ter preconceito pela roupa de uma pessoa, o cabelo, o local onde mora, a orientação sexual, enfim uma quantidade infinita de tipos preconceitos.

Por isso, quando uma pessoa branca sofre algum tipo de agressão verbal relacionada à sua cor, ela não pode dizer que sofreu racismo reverso, porque o racismo é única e exclusivamente direcionado a pessoa negra. A pessoa branca nesse caso sofreu um preconceito, uma discriminação ou uma injúria racial que esta relacionada á ofensas contra a honra da vítima, independente de seu fenótipo. Racismo é um crime histórico que foi criado pelo ódio à etnia negra e que matou e continua a matar milhares de pessoas negras em todo o mundo”.

Edição: Thiago Ricci
Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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