Bolsonaro diz que inflação dos alimentos é provocada pelo aumento de consumo: ‘Todo mundo engordou’

bolsonaro comendo
Presidente deu declaração sobre alimentos durante live (Alan Santos/PR)

Fazer compras não está nada fácil para as famílias brasileiras. A inflação de alimentos impulsiona o aumento dos produtos e vem sendo duramente criticada pela sociedade. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) relacionou a ocorrência disso com o aumento do consumo e do ganho de peso pela população. A declaração foi dada em live realizada nessa quinta-feira (9).

“Aumentou a inflação no Brasil. Não vou negar que não aumentou”, disse o presidente. Ele ainda ressaltou que o mesmo foi registrado “no mundo todo”. “O mundo todo passou a consumir mais. Além do mundo crescer em média mais de 60 milhões de habitantes por ano, ele passou a consumir mais. O pessoal ficou mais em casa”.

Mesmo com milhares de pessoas passando fome no Brasil, o presidente disse que a média que passou a comer mais foi maior. “Alguns passam fome? Sim, passam fome. Mas a média dos que passaram a comer mais foi bem maior. Se você perguntar em casa, ou olhar para você e lembrar quanto pesava no passado e pesa agora, na média, todo mundo engordou um pouco mais”.

Bolsonaro disse que o ganho de peso é uma “realidade” e não deixou de culpar os gestores que adotaram medidas restritivas para combater a pandemia de Covid-19 nos estados e municípios. Ele ainda passou a questionar as pessoas que estavam com ele durante a live sobre quantos quilos cada um ganhou.

“Vamos falar a verdade”, disse. “Teve gente contando ter engordado de três a 10 kg”. “Se eu falar que ficou fofucho vai me processar?”. O presidente questionou a intérprete de libras e ela respondeu que o peso dela “aumentou muito”. Bolsonaro voltou a questionar rindo: “Uma arroba?”.

Custo de vida

Uma pesquisa da UFMG apontou que o custo de vida, em Belo Horizonte, aumentou 0,44% no mês de agosto. Os estudos do mês mostraram uma alta generalizada nos valores da capital mineira, seja nos itens de consumo ou nas taxas de juros, Selic e de captação. 

De acordo com as pesquisas, a gasolina foi o item de maior contribuição para o aumento do custo de vida em BH de agosto, com alta de 2,06%. A alta também foi motivada pelos aumentos de 4,83% para “alimentos in natura”, de 2,61% para “alimentos industrializados”, de 2,14% para “vestuário e complementos”, de 1,47% para “alimentos elaboração primária” e de 1,06% para “alimentação em restaurante”.

O aumento no custo de vida na capital é medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e pelo Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR). Ainda conforme resultados divulgados pela UFMG, em agosto não houve itens com quedas significativas de preço.

Edição: Roberth Costa
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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