O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a questionar a integridade das urnas eletrônicas nesta terça-feira (20). Em entrevista à Itatiaia ele disse que vai provar, na próxima semana, que o deputado federal Aécio Neves (PSDB) venceu Dilma Rousseff (PT) nas eleições de 2014.
Para Bolsonaro, o parlamentar tucano foi o vencedor do pleito e isso só não foi concretizado por conta de fraudes nas urnas. “Semana que vem quero apresentar provas de que as eleições na urna eletrônica não são seguras. Aécio Neves venceu as eleições em 2014”, disse.
“Ministro Barroso [presidente do TSE] disse que não tem como invadir o sistema do Tribunal Superior Eleitoral, mas vou provar que tem. Temos um hacker preso em Minas que invadiu o TSE”, complementou a resposta.
Disputa acirrada
Dilma foi reeleita presidente do Brasil em uma disputa acirrada com o conterrâneo mineiro Aécio Neves. A candidata do PT saiu vitoriosa do pleito após conquistar 51,64% dos votos válidos. O postulante do PSDV teve 48,36%. Dilma somou 54,5 milhões de votos contra 51 milhões do adversário.
Após a derrota, Aécio e o PSDB entraram na Justiça Eleitoral para questionar o resultado das eleições. No entanto, ele acabou reconhecendo a derrota para a petista.
E ano que vem?
Durante a entrevista, Bolsonaro foi questionado sobre as eleições de 2022. Pesquisas apontam favoritismo de Lula na corrida ao Palácio do Planalto. O presidente afirmou não acreditar nos levantamentos de institutos de pesquisas e voltou a questionar o resultado da eleição vencida por ele.
“Lula sempre ganha no Datafolha. As pesquisas estão furadas. Tenho certeza. Datafolha disse que não iria para o segundo turno em 2018. Além disso, eu não confio na apuração de votos daquele ano, eu que tive muito voto, por isso fui eleito. Se fosse uma votação normal, bigode a bigode, eu teria perdido”.
A última pesquisa Datafolha revelou que o ex-presidente Lula ampliou a vantagem sobre Bolsonaro nas intenções de voto para a eleição de 2022. O petista, em um segundo turno, venceria o atual mandatário do país com 58% contra 31% dos votos, conforme aponta a pesquisa.
O levantamento do instituto foi divulgado após a reprovação do governo Bolsonaro atingir o recorde de 51%. O Datafolha mostrou que, na pesquisa espontânea, Lula chegou a 26% e Bolsonaro 19%. Na anterior, eles tinham 21% e 17%, respectivamente.