O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) protagonizou mais um episódio de ataque à imprensa nesta segunda-feira (21). Em uma cerimônia de formatura da Escola de Especialistas da Aeronáutica, o político tirou a máscara e intimidou a repórter Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da Globo no interior de São Paulo.
Quando confrontado pela jornalista por ter chegado ao evento sem máscara, o político disparou: “Eu chego como eu quiser, onde eu quiser. Eu cuido da minha vida. Parem de tocar no assunto”. Irritado, ele tira a máscara do rosto e questiona a repórter. “Você vai botar aí agora que estou sem máscara em Guaratinguetá? Essa Globo é uma m**** de imprensa. Vocês são uma porcaria de imprensa”.
Laurene tentou intervir, mas foi interrompida por Bolsonaro, que a mandou “calar a boca” e prosseguiu com as ofensas. “Vocês fazem um jornalismo canalha, canalha que não ajuda em nada. Vocês não ajudam em nada! Vocês destroem a família brasileira, a religião brasileira, vocês não prestam! A Rede Globo não presta! É um péssimo órgão de informação. Se você não assiste a Globo, você não tem informação. Se assiste, está desinformado”. “Você tinha que ter vergonha na cara em se prestar a um serviço porco que você faz como esse na Globo”, concluiu e se retirou.
A Globo não foi o único veículo de comunicação a sofrer críticas do presidente. Na mesma entrevista, ele questiona o trabalho da emissora CNN na cobertura das manifestações pró-impeachment que aconteceram nesse fim de semana. “Vocês elogiaram a passeata agora de domingo, jogaram fogos de artifício em cima de vocês e vocês elogiaram ainda”, disse.
Veja o vídeo:
Comoção nas redes sociais
Pelo Twitter, vários profissionais da comunicação se solidarizaram com Laurene Santos. “A jornalista foi atacada ao fazer perguntas pertinentes. Rodeado de bajuladores, o presidente se sentiu à vontade pra humilhar uma mulher que apenas cumpria seu dever profissional de informar. Covardia total”, apontou Luciano Huck.
“Laurene se manteve firme, mesmo com a violência machista e misógina que sofreu. Toda nossa solidariedade, Laurene”, escreveu o também jornalista William De Lucca. Já Mariliz Pereira Jorge, profissional da Folha de São Paulo, pontua que “o episódio do descontrole presidencial estará em todos os registros da história, que mostrarão o nível da distopia que vivemos no governo Bolsonaro”.
Veja um pouco da repercussão:
Toda a minha solidariedade à repórter Laurene Santos. A jornalista foi atacada ao fazer perguntas pertinentes. Rodeado de bajuladores, o presidente se sentiu à vontade pra humilhar uma mulher que apenas cumpria seu dever profissional de informar. Covardia total.
— Luciano Huck (@LucianoHuck) June 21, 2021
Esta é Laurene Santos, repórter da TV Vanguarda, afiliada da Globo no interior de São Paulo e que foi atacada pelo presidente @jairbolsonaro nesta segunda-feira. Laurene se manteve firme, mesmo com a violência machista e misógina que sofreu. Toda nossa solidariedade, Laurene. pic.twitter.com/Gl8bSOiTHB
— William De Lucca (@delucca) June 21, 2021
Minha solidariedade à repórter Laurene Santos. O episódio do descontrole presidencial estará em todos os registros da história, que mostrarão o nível da distopia que vivemos no governo Bolsonaro.
— Mariliz Pereira Jorge 🇧🇷 (@marilizpj) June 21, 2021
O nome da repórter da @vanguardatv é Laurene Santos. Palmas pra ela, que se manteve firme e seguiu fazendo perguntas ao presidente, mesmo sendo atacada.
— Ricardo Abreu (@Ricardo_Abreu_) June 21, 2021