Kalil sinaliza cancelamento do Carnaval de BH em 2021: ‘Birutice’

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BH deste ano atraiu mais de 4,4 milhões de foliões (Moisés Teodoro/BHAZ)

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), sinalizou que o Carnaval da capital mineira em 2021 deve ser cancelado por causa da pandemia do novo coronavírus. A declaração foi dada em entrevista exclusiva ao BHAZ concedida nessa terça-feira (30).

“Ah, sim. Não sou astrólogo não, né?! Mas acho muito difícil fazer um Carnaval com uma pandemia que deve acabar em setembro, outubro, novembro. É uma birutice”, afirmou o prefeito de BH ao ser questionado se a folia do próxima ano será cancelada.

A pandemia interrompe uma escalada do crescimento do Carnaval da capital mineira iniciada nos primeiros anos desta década. Este ano, a cidade atraiu 4,45 milhões de foliões durante os dias tradicionais de folia: entre 22 e 25 de fevereiro. Para efeito de ilustração, apenas os mais de 200 mil turistas gastaram gastaram R$ 156 milhões na capital mineira, segundo a Belotur (Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte).

E toda a estrutura do Carnaval neste ano foi bancada com dinheiro da iniciativa privada. “O orçamento foi de R$ 6 milhões em verba direta, mais R$ 8,3 milhões em planilhas de estruturas e serviços, captado por meio de Edital de Patrocínio. Vale ressaltar que a contratação de músicos, subvenção de blocos e escolas de samba e toda a estrutura dos palcos espalhados pelas regionais da cidade durante o evento, assim como todo o orçamento da Belotur, foi proveniente de investimento privado”, esclarece a gestão municipal.

Carnaval 2020 e coronavírus

Apesar de sinalizar o cancelamento do Carnaval de 2021, Kalil rechaçou qualquer influência entre a folia realizada neste ano e a pandemia. “O Rio teve Carnaval? São Paulo teve Carnaval? Então, se não tivesse Carnaval, BH não teria nenhum caso? Isso é de uma estupidez absoluta. E outra coisa: eu iria proibir o Carnaval porque tinha um vírus que ninguém sabia? Que não tinha nem chegado na Europa?”, afirmou em entrevista exclusiva ao Estado de Minas.

“Engenharia de obra pronta é astrologia. Ela [a primeira pessoa infectada] chegou aqui, provavelmente, no dia 1º. E o Carnaval já tinha acabado. A doença foi trazida de fora. Falar em Carnaval é uma birutice”, complementou. A primeira confirmação de caso de coronavírus em BH, segundo a Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais, de fato, ocorreu no dia 16 de março, relativo a uma mulher de 34 anos.

No Estado, a primeira confirmação de caso de Covid-19 ocorreu no dia 9 de março. “Paciente do sexo feminino, 47 anos, residente no município Divinópolis, com histórico de viagem para Itália em 20/02/2020 com retorno ao Brasil em 02/03/2020, início de sintomas em 05/03/2020”, afirma boletim do Governo de Minas.

O Ministério da Saúde chegou a informar que a primeiro morte por Covid-19 no Brasil teria ocorrido em Minas, no dia 23 de janeiro. No entanto, a investigação citado à época pelo secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, não se concretizou, segundo o Governo de Minas Gerais.

“A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que o primeiro óbito confirmado por Covid-19 no estado ocorreu no dia 27 de março de 2020, na cidade de Espinosa. O paciente de 86 anos era residente do estado de São Paulo e apresentava outras comorbidades”, afirma, por nota, a administração estadual.

O BHAZ realizou entrevista exclusiva com o prefeito Alexandre Kalil para tratar de assuntos como coronavírus, transporte público, reeleição, futebol, entre outros. O conteúdo será publicado ao longo dos próximos dias. Confira o que já está no ar:

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Thiago Ricci[email protected]

Editor-executivo do BHAZ desde agosto de 2018, cargo ocupado também entre 2016 e 2017. Jornalista pós-graduado em Jornalismo Investigativo, pela Abraji/ESPM. Editor-chefe do SouBH entre 2017 e 2018; correspondente do jornal O Globo em Minas Gerais, entre 2014 e 2015, durante as eleições presidenciais; com passagens pelos jornais Hoje em Dia e Metro, TVs Record e Band, além da rádio UFMG Educativa, portal Terra e ONG Oficina de Imagens. Teve reportagens agraciadas pelos prêmios CDL, Délio Rocha, Adep-MG e Sindibel.

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