Bloco Chama o Síndico homenageia Tim Maia e Jorge Ben Jor no Carnaval de BH

bateria do bloco chama o síndico
Bloco Chama o Síndico representa na folia do Carnaval de BH e durante o resto do ano com banda homônima (Beatriz Kalil Othero/BHAZ)

O renascimento do Carnaval de rua de BH possibilitou a criação de uma grande diversidade de blocos, que atendem aos mais variados gostos. Quem gosta de Tim Maia e do Jorge Ben Jor também tem vez na folia do Carnaval BH 2024 nos desfiles do bloco Chama o Síndico. O bloco desfila nesta quarta-feira, dia 7, na Avenida Afonso Pena, palco de cortejos do Síndico em anos anteriores.

Em 2010, durante a efervescência do Carnaval de BH, diversos músicos e grupos culturais tinham uma ideia para colocar em prática. No caso do Chama o Síndico, os amigos fundadores queriam homenagear os ícones da MPB Tim Maia e Jorge Ben Jor.

Naroca, a cofundadora do bloco, conta ao Guia BHAZ que tudo começou como uma brincadeira entre amigos e o meio musical no qual ela estava inserida. “Eu já fazia parte desse contexto porque eu já tocava percussão no Maracatu, no Trovão das Minas e no grupo Frito na Hora”.

“Aí veio o bloco da Alcova Libertina, em 2011, juntaram os percussionistas de cada grupo e nesse momento de reflorescimento do Carnaval, todo mundo estava com essa ideia de criar blocos novos”, completa Naroca.

Brincadeira política

A vontade de ter um bloco de Carnaval também passou por um objetivo político. “Fundamos o bloco como uma brincadeira de amigos e também participando do movimento político de ocupar as ruas de BH com um Carnaval de luta, democrático, de esquerda, levantando essas pautas todas”, conta a cofundadora.

A percussionista criou o conceito do Chama o Síndico junto com Mateus Rocha, o vocalista. Amigos dos fundadores se juntaram à ideia, e, aos poucos, o bloco foi se formando. O nome apareceu como um ponto de convergência entre os dois cantores homenageados.

“O Tim Maia era conhecido como síndico, e tem uma musica do Jorge Ben que chama ‘W/ Brasil (Chama o Síndico), em que ele faz uma homenagem ao Tim Maia. Esse nome une os dois”, explica Naroca.

Foliões ocuparam o Centro de BH para acompanhar o bloco no Carnaval 2023 (Beatriz Kalil Othero/BHAZ)

Primeiros passos do bloco

A primeira vez do Chama o Síndico nas ruas de Belo Horizonte foi em 2012. Ele saía da Praça da Liberdade e seguia até o Viaduto Santa Tereza, no Centro. O bloco desfilava na quarta-feira à noite, antes do Carnaval. À época, o cortejo reunia cerca de 60 mil pessoas na avenida Afonso Pena.

Com o passar do tempo, o Chama o Síndico optou por se apresentar em novos locais e horários, e já chegou a fazer o cortejo na Pampulha, durante o dia.

No início dos trabalhos do bloco, o grupo de fundadores se reunia na Casinha Espaço Cultural, no Barro Preto. “A gente tem muito carinho por esse espaço, a história do Chama o Síndico é ligada à história da Casinha, mas à medida que o projeto foi crescendo, tivemos que ir para lugares maiores”.

Músicos do bloco Chama o Síndico no Carnaval de BH (Beatriz Kalil Othero/BHAZ)

Chama o Síndico se transforma em banda

Da criação do bloco, surgiu também a banda Chama o Síndico. Porém, conforme conta Naroca, não era intenção inicial do grupo. “Mas aí a gente recebeu um convite de um produtor para estrear com a banda, e o primeiro show foi no Music Hall, que, na época, era uma das maiores casas de shows de BH”.

“A gente já tocou ao lado de artistas muito grandes, como Fernanda Abreu e o Djonga. A história da banda é muito bonita”, acrescenta a cofundadora. A banda toca durante todo o ano em festivais, eventos privados, casamentos, formaturas, em festas no interior de Minas Gerais e onde mais forem convidados.

A banda Chama o Síndico é composta por quatro percussionistas, baixista, guitarrista, dois vocalistas e um trio de sopros. Para o Carnaval, o grupo convida pessoas para compor a bateria e o naipe de sopros, formando um agrupamento de cerca de 80 pessoas.

Banda Chama o Síndico (Divulgação/Tamas Bodolay)

Repertório do Chama o Síndico

No repertório, o bloco não poderia deixar de tocar as músicas dos homenageados. “A gente faz releituras trazendo os ritmos afro-brasileiros, ritmos de rua, como maracatu, ijexá, marchinhas, samba, reggae, funk e também mesclando com o funk soul, que é o estilo popularizado no Brasil pelo Tim Maia”. 

Para Naroca, o diferencial do bloco é o pioneirismo musical no Carnaval de BH pelo fato de tocarem músicas específicas. Nesse meio, o Chama o Síndico se aventura bastante no pop. “O Carnaval de BH tem muitos grupos fazendo um trabalho interessante, e o mais bonito é a coletividade, é a somatória dos trabalhos”.

A homenagem a Tim Maia e a Jorge Ben Jor é apenas um dos fatores que fazem o bloco estar entre os maiores do Carnaval de BH. A qualidade musical oferecida pela banda faz com que o bloco tenha seu diferencial.

Encontros do bloco e Carnaval 2024

O Chama o Síndico tem feitos vários eventos neste fim de ano, dentre eles, o Baile do Síndico. As datas e locais são divulgados por meio do Instagram do bloco.

No Carnaval de 2024, o bloco sairá na quarta-feira (7). O horário e o local serão definidos no final de janeiro do ano que vem.

Anota aí:

Data: 7 de fevereiro (quarta-feira)
Endereço: Avenida Afonso Pena, 1377, Centro
Horário: 18 horas

Edição: Pedro Rocha Franco
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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