Sem folia! Prefeituras ‘no vermelho’ cancelam festas de Carnaval na RMBH

Prefeitura Vespasiano / Prefeitura Nova Lima / Prefeitura Lagoa Santa

A falta de recursos financeiros e a troca de gestão em prefeituras mineiras são os principais motivos para a não realização de festas de Carnaval em diferentes partes do Estado neste ano. Apenas na região metropolitana de Belo Horizonte 15 cidades vão deixar de promover shows e patrocinar blocos nos cinco dias de folia. O número representa quase a metade dos municípios da RMBH, composta por 34 localidades. Os posicionamentos são contrários ao que ocorre com a capital, onde são esperados mais de 2,4 milhões de pessoas entre os dias 24 e 28 de fevereiro.

Sem dinheiro, sem festa

Entre as cidades que fazem divisa com BH, Nova Lima é um das que possui um dos carnavais mais tradicionais. O município já chegou a reunir mais de 30 mil pessoas em blocos de rua, mas a administração municipal decidiu não bancar a folia este ano. Segundo a atual gestão, comandada por Vitor Penido (DEM), a prioridade é reduzir gastos. Em nota, a prefeitura informou que o foco é “investir em serviços básicos como saúde, infraestrutura, segurança e educação”.

Bloco dos Sujos é um dos mais tradicionais de Nova Lima
Reprodução/Instagram

Ainda de acordo com Prefeitura de Nova Lima, a expectativa é de que as contas do município sejam regularizadas e que o Carnaval 2018 seja realizado. “A Prefeitura espera regularizar a situação financeira da cidade e voltar a promover, caso a situação melhore, um carnaval tradicional e alegre como Nova Lima merece em 2018”, diz um trecho do comunicado.

Veja no mapa abaixo as cidades da RMBH com e sem festas de Carnaval neste ano

Legenda: Verde ::: Folia confirmada | Rosa ::: Sem folia | Amarelo ::: Festas reduzidas

Problema de Justiça

Ribeirão das Neves é outra cidade nos limites da capital que não terá programação oficial de Carnaval em 2017. Também é o caso das vizinhas Rio Acima e Raposos. Em Lagoa Santa, além da crise financeira, questões judiciais relacionadas à contratação de servidores na última gestão, entre 2013 e 2016, estariam entre os impedimentos para a não realização da folia. No início do ano passado, mais de 50 agentes comunitários de saúde foram demitidos na cidade. E a dispensa tem sido contestada pelos ex-colaboradores, que a consideram ilegal.

Falta de medicamentos

Em Ibirité, a falta de recursos foi agravada pela carência de medicamentos e, por tal motivo, o Carnaval que já não ocorria de maneira tradicional não será realizado. Segundo a prefeitura local, o Centro de Abastecimento Farmacêutico da cidade conta com apenas 40% do estoque abastecido. Ao todo, a administração diz ter investido R$ 689 mil na compra de novos remédios. Além disso, a conservação dos postos de saúde é outro problema enfrentado pelo município.

Boi da Manta

Em algumas cidades, para não deixar o Carnaval “passar batido”, as prefeituras vão investir em festas locais com infraestrutura que demande menos dinheiro. É o caso de Vespasiano, Capim Branco, São José da Lapa e Confins, municípios onde ocorrem a festa Boi da Manta. O evento se trata de um cortejo no qual as pessoas acompanham animadores fantasiados de boi pelas ruas. A festividade, que teve início no século XX, mistura tradições urbanas e rurais.

Em Pedro Leopoldo, o Boi da Manta é uma das festas mais tradicionais
Reprodução/Facebook

 

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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