Quem pensa que durante o Carnaval a população “esquece” os problemas enfrentados pelo país, está enganado. A folia deste ano comprova isso por meio das manifestações que têm ocorrido durante os desfiles de blocos de rua e escolas de samba. O alvo maior das críticas é o presidente da República, Michel Temer (PMDB).
Em Belo Horizonte, por exemplo, durante o desfile do bloco Quando Como se Lambuza, na avenida Afonso Pena, os foliões entoaram “Fora, Temer”. Eles foram conduzidos pelo trio elétrico, conforme mostra o vídeo.
“Fora, Temer” no Bloco Quando Come se Lambuza.
Vitor Fernandes/Bhaz pic.twitter.com/RwF3OjIQvr— BHAZ (@sitebhaz) 12 de fevereiro de 2018
Ainda em BH, o bloco Tico Tico entoou o grito de “Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula” enquanto o desfile passava pelo túnel da Lagoinha, na região Centro-Sul da cidade.
No Rio de Janeiro, a Paraíso do Tuiuti realizou uma forte crítica às mudanças na legislação trabalhista e ao governo Temer. Com o samba enredo intitulado como “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?”, eles destacaram os 130 anos da Lei Áurea, além de enfatizarem o racismo que, no entender da escola, continua presente no país. Uma das alas destacou operários com uma carteira de trabalho queimadas, fazendo alusão à perda de direitos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Um dos carros da escola trouxe um folião vestindo uma fantasia de vampiro com a faixa presidencial. As críticas não ficaram somente nisso. Os paneleiros, como ficaram conhecidos os brasileiros que foi para as ruas pedir a deposição da ex-presidente Dilma Roussef, foram lembrados no desfile pelos manifestantes fantasiados de fantoches e os patos da Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp).
Eis nosso vampirão, mais conhecido como Presidente Michel Temer, em destaque no desfile histórico dessa noite na Tuiuti. Ele suga nossos direitos e quer transformar a aposentadoria em pó! Xô Vampirão! pic.twitter.com/PA9UVPKeO6
— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) 12 de fevereiro de 2018
E as críticas direcionadas aos políticos continuarão na Marquês de Sapucaí nesta segunda-feira (12). O samba de enredo da Beija Flor faz fortes críticas à situação geral do país. “Ganância veste terno e gravata, onde a esperança sucumbiu, vejo a liberdade aprisionada”, diz um dos trechos do samba.
As agremiações do Rio também não estão poupando o prefeito Marcelo Crivell, que diminuiu a verba do município repassada às escolas. “Prefeito, pecado é não brincar de Carnaval”, estava escrito em uma dos carros alegóricos da Mangueira.