Cazeca promete construir mais 50 centros de saúde e 50 escolas em BH

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Fabiano Cazeca foi o nono sabatinado na rodada de entrevistas do BHAZ (Moisés Santos/BHAZ)

O candidato do PROS (Partido Republicano da Ordem Social) à PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), Fabiano Cazeca, promete criar 55 novos centros de saúde; retomar o ensino presencial em 2021; construir ao menos novas 50 Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil); fazer nova licitação com empresas de ônibus; assumir de vez o Anel Rodoviário, além de construir um novo – o Rodoanel -; e implementar programas sociais para acolher pessoas em situação de rua. Essas e outras informações foram reveladas em entrevista exclusiva ao BHAZ.

O empresário mineiro é o nono candidato a participar da sabatina realizada pelo portal com todos os 15 postulantes a assumir a prefeitura a partir de 2021. Acompanhe a cobertura das eleições municipais em todas as nossas redes e clique no nome do candidato para conferir as entrevistas realizadas:

Fabiano Cazeca também promete dar atenção especial aos professores da rede municipal focando na valorização desses profissionais; viabilizar mais bases comunitárias da Polícia Militar nas ruas da capital mineira; construir mais UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) e inaugurar a maternidade Leonina Leonor Ribeiro.

Novos Centros de Saúde

Na área da saúde, o candidato garantiu que, caso eleito, serão criados novos 55 centros de saúde em Belo Horizonte. Segundo o postulante, “isso não custa tão caro, não chega a ser tão impossível face ao orçamento da prefeitura”. “Vamos caminhar pra isso, vamos fazer. Podemos fazer parcerias, eu, que sou da iniciativa privada, eu gosto muito de parcerias, minha empresa tem parcerias pelo estado afora com diversas prefeituras. Eu acho que é uma coisa muito boa e que dá um resultado muito bom para ambas as partes”, afirmou, ao complementar que um projeto com esses novos centros foi deixado pronto pelo ex-prefeito Marcio Lacerda. 

‘Não são bichos’

Em resposta a pergunta reproduzida do especialista em segurança pública Jorge Tassi, Fabiano Cazeca afirmou que pretende viabilizar moradia para os moradores em situação de rua. “’Não são bicho, são seres humanos jogados na rua. O que não pode é deixar como está. Eu achei, assim, um absurdo, ali no complexo do viaduto da Lagoinha, tinha um espaço ocupado por essas pessoas lá embaixo do viaduto foram lá e botaram umas pedras pontudas”, afirmou o concorrente.

“Não, gente, vamos botar especialista pra conversar, mas a base é a moradia, moradia decente para essas pessoas. Se você fizer moradia decente, às vezes [o morador em situação de rua] tem uma restrição de ir para os abrigos porque lá tem regras, tem normas, mas tem que ter, aí ele não quer ir. Mas se você der uma casinha pra ele boa ali, limpinha, asseadinha, a maioria eu tenho certeza eu vai”, complementou. “Então é enfrentar a situação, pega profissionais especialistas, psiquiatras, psicólogos, vamos ver aqui estudar o problema e ação imediata”, concluiu.

Cirurgias eletivas

O candidato do PROS afirmou que falta interesse em diminuir as filas de procura por cirurgias eletivas. Cazeca disse que a escolha da sua vice – a médica Paula Gomes – foi justamente por priorizar o sistema de saúde na capital. Em sua possível gestão, ele diz que vai utilizar melhor o orçamento do município para a área da saúde. 

“A prefeitura tem o orçamento de mais de R$ 13 bilhões por ano. É inadmissível com um orçamento desses uma consulta eletiva levar dois anos, isso tem que acabar. Isso é competência, vontade política para fazer, e vai fazer. Primeiro passo que eu dei foi antes de ser eleito, foi trazer como vice uma médica, experiente na área da saúde, uma psiquiatra e que trabalhou na área da saúde da família, tem toda essa experiência”.

Maternidade em Venda Nova

Ainda sobre a saúde, Cazeca acredita que Belo Horizonte precisa sim da maternidade Leonina Leonor Ribeiro, que foi construída na região de Venda Nova mas nunca chegou a ser utilizada. A proposta do candidato é dar atenção à maternidade, colocá-la em funcionamento e, se for preciso, revitalizar a construção antes da inauguração. 

“Conversando com minha vice, a doutora Paula, ela disse que precisa sim, e, se já está pronto, por que não utilizar? Não concordo com isso [não inaugurar o espaço] de jeito nenhum, será utilizada sim, e se for preciso será revitalizada e equipada, e vai prestar atendimento à população. Vai ser inaugurada na minha gestão”. 

‘Ser humano é ser humano’

Outra pergunta reproduzida de uma referência foi a do presidente do Cellos (Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais), Azilton Viana: “O que o candidato propõe como medida efetiva para garantir a saúde integral da população LGBTI de Belo Horizonte?”.

Fabiano Cazeca afirmou que “se for detectada uma necessidade maior” para determinado grupo, vai direcionar uma atenção maior. “Pra mim o ser humano é um ser humano, eu não discrimino classe social. Agora, se for detectada numa determinada classe uma necessidade maior, toda atenção para aquela classe. Por que não? Não precisa discriminar a pessoa porque ele tem lá uma bandeira, uma opção. Vamos fazer de acordo com a necessidade, colocando quem entende do assunto para descobrir e avaliar essas necessidades, as reais necessidades”, respondeu.

Retorno das aulas

Outra observação que Fabiano Cazeca reforçou foi a volta às aulas presenciais. Durante a entrevista, o candidato expressou que o ideal era o retorno acontecer ainda este ano, e que isso seria possível com as medidas de proteção à saúde e o preparo do ambiente para que ele se torne seguro. Para o candidato, o retorno é urgente e, no seu possível mandato, um dos primeiros decretos que garante assinar será do retorno das aulas. 

“Estamos numa dependência da pandemia, não se brinca com uma coisa dessa magnitude. Eu sou a favor da volta às aulas agora, já, este ano. O que temos que fazer para isso? Seguir o protocolo sanitário, fazer a coisa com responsabilidade, com distanciamento. A escola é importante na vida de todo mundo, de todos nós, principalmente a escola pública para essas crianças, elas estão sofrendo porque o lugar que ela se alimenta melhor, é na escola”. 

Mais escolas

A construção de mais Emeis é uma das pautas defendidas por Cazeca, que garantiu que novas unidades serão construídas no ano que vem, caso eleito. Além disso, o candidato citou a escola em tempo integral como uma das suas metas de governo. O postulante também garante que o orçamento do município é suficiente para custear a construção de no mínimo 50 novas Emeis. 

“Belo Horizonte precisa de mais Umeis [como eram chamadas as atuais Emeis], tem uma necessidade, mas é preciso que essas Umeis funcione em horário integral para que os pais possam deixar as crianças em segurança, com alimentação, e trabalhar fora para aumentar sua renda, isso é uma proposta nossa e vamos fazer. Construir mais Umeis, vamos avaliar, mas no mínimo mais 50. Belo Horizonte precisa de mais 50 Umeis, é possível, é tranquilo, não tem problema não, tem dinheiro e orçamento é bom”. 

‘A guarda tem que ter arma’

O candidato do PROS também sinalizou positivamente para o armamento da Guarda Civil Municipal e garantiu o aumento do efetivo desses profissionais. Um outro ponto levantado foi em relação às bases comunitárias da Polícia Militar: sua proposta é aumentar a quantidade dessas bases e estender a segurança para outros bairros da cidade, principalmente nas regiões mais populosas.

“Olha, eu não gosto de arma, não uso arma, sou contra usar arma. Agora, a guarda tem que ter arma, guarda tem que ter arma no meu ponto de vista, e tem que ser ampliada. Tivemos um concurso aí, parece que não chamou ninguém, então se fez o concurso tem uma necessidade, e tem mesmo. Então, vamos aumentar o efetivo da guarda municipal, mas quero ir um pouco além”, afirmou. 

“Mas quero ir um pouco além. Tem uma coisa que deu certo demais em BH, não só em BH, em toda cidade que tem. Essas bases comunitárias da Polícia Militar. O policial no meio do povo traz segurança e facilita a ação na repressão de um crime. PM é Estado, para isso precisa conversar, dialogar com o governador”, complementou.

Nova licitação para ônibus

Caso eleito, Fabiano Cazeca promete pressionar as empresas de ônibus de Belo Horizonte. Para o concorrente, a qualidade do serviço de transporte coletivo é péssima e uma das formas de conseguir atingir a boa qualidade é abrir uma nova licitação. Cazeca também afirmou que foi um crime, durante a pandemia, os ônibus coletivos da capital circularam com número excessivo de pessoas.

“É uma incoerência tão grande você tem distanciamento aqui, nos restaurantes, agora que estão funcionando com rigor, né, e os ônibus, os trabalhadores, o belo-horizontino, tá viajando igual uma sardinha na lata. Agora, lá você fica quase que beijando um ao outro dentro do ônibus. Gente, a incoerência é grande, mas por quê? Porque a verdade crua e nua é que as empresas de ônibus não respeitam o prefeito, não respeitam a prefeitura, e isso tem que mudar”. 

“Na nossa gestão, as empresas de ônibus vão ter que respeitar. Se não vamos chamar uma nova licitação”, complementou. O concorrente também defende a volta dos cobradores na sua possível gestão. “Trocador tem que voltar, até porque, na planilha de recebimento das empresas, já está incluso o valor dos trocadores. Então não vai voltar com 5 mil trocadores, sei lá, vai onerar? Não. Já está na planilha, então volta imediata dos trocadores”, afirma.

‘Novo Anel’

Uma das formas de desafogar o trânsito de Belo Horizonte é a construção de um novo Anel Rodoviário – o chamado Rodoanel -, segundo a proposta de Fabiano Cazeca. O postulante afirmou que acredita que a prefeitura deve sim assumir as obras do Anel e buscar recursos com o governo estadual e federal para a construção de mais uma rodovia. 

“Eu acho que a prefeitura deve assumir esse Anel e fazer outro, Belo Horizonte precisa urgentemente de um outro Anel. Por que o Kalil não conseguiu? É porque ele não relaciona bem com o governo do Estado, ele não relaciona bem como presidente da República, ele não relaciona bem com a bancada, isso tá errado”. 

Além disso, o candidato também pretende motivar a bancada de Minas Gerais para garantir as melhorias no metrô de Belo Horizonte, e mostrou insatisfação com as promessas antigas de outras eleições para o transporte na capital. “Esse metrô virou um metrô da mentira, toda eleição fala-se nesse metrô e ele não acontece”, comenta. 

App de transporte

Fabiano Cazeca afirmou que vai regulamentar trechos da lei que disciplina os aplicativos de transporte – mesmo sancionado, o texto ainda tem definições em aberto. “Prestam um grande serviço a cidade, é uma coisa do mundo inteiro, você deve viajar também, eu viajo. Raríssima a cidade hoje que não tem o serviço de aplicativo então tem que ter, tem que ser valorizado. Mas disciplinado, ser duro colocar exigência de segurança e tudo mais”. 

‘Estender a mão’ para o comércio

Os comerciantes que sofreram o impacto da pandemia neste ano serão auxiliados por Fabiano Cazeca em sua possível gestão. Ele afirma que vai “estender a mão” para os empresários locais que foram afetados economicamente e trazer de volta a circulação do comércio na capital para que esses empreendedores consigam a recuperação fiscal desses meses em que estiveram fechados. 

“O Kalil quebrou milhares de empresários, comerciantes, prestadores de serviços, e deixou dezenas de milhares de trabalhadores desempregados. Meu primeiro ato será chamar esse pessoal, organizarmos e trazer de volta. Você faz isso com o quê? Primeiro, motivação, levantando a cabeça, a pessoa que tem um comércio de 40 anos quebrou, ele tá desmotivado, precisa conversar com essa pessoa, precisa estender a mão pra ele”. 

O candidato também promete isenção fiscal e viabilização de crédito com custos mais baixos para esses comerciantes. Cazeca diz que isso não é “abrir mão de receita” para o município, mas seria uma forma de recuperar as perdas do mercado em Belo Horizonte neste momento delicado de prejuízos econômicos. 

Doação ao concorrente

Um assunto que chamou a atenção na disputa pela PBH foi a doação inesperada de Cazeca a um de seus concorrentes na disputa eleitoral, o candidato Cabo Xavier (PMN). O empresário doou para a campanha do outro candidato o valor de R$ 20 mil. Ao ser questionado, Cazeca afirmou que não há arrependimento e que o valor foi doado porque ele viu o desespero do amigo.

“Ajudar o amigo é fácil, agora o inimigo que está no fundo do poço, está no chão [é difícil]. Doei para ele o dinheiro com todo prazer, o Cabo Xavier chegou desesperado na minha empresa: ‘Fabiano se eu não conseguir R$ 20 mil (…) ‘Você quer emprestado?’ ‘Eu não tenho condição de te pagar’ Eu falei assim: ‘Então eu dou o dinheiro pra você’. Doei o dinheiro pra ele, legal, transparente, e que problema tem isso?”, disse.

‘Se eu for para o 2° turno, eu ganho’

O postulante também comentou as desavenças com seu próprio partido, que vem se estendendo ao longo da disputa eleitoral. Fabiano afirma que está abandonado pelo PROS e que existe uma perseguição dentro da sigla que tenta impedir que o candidato chegue até o 2° turno – o que, para ele, seria sinônimo de vitória. 

“De repente, o meu partido que me convidou para eu ser candidato, falou que eu reunia as qualidades e não sei o que, de repente faz parceria com outros. Mais absurdo, o dinheiro que foi prometido não deu, quer dizer, não recebi nada, também não pedi dinheiro pra ninguém, estou fazendo com recurso próprio. Eu imagino que isso é pra não deixar eu ir para o 2° turno porque, se eu for para o 2° turno, eu ganho”. 

Carnaval 2021

Pensando no futuro da folia de Belo Horizonte, que arrasta milhões de pessoas todos os anos, a meta de Fabiano Cazeca é dar continuidade à festa, mas prorrogando as datas. Para ele, a semana de festa deveria ser agendada “mais pra frente”, mas não pode de forma alguma ser cancelada. 

“Agora, de imediato, eu acho complicado. Eu acho que podia prorrogar um pouco mais, mas não deixar de fazer. Carnaval de Belo Horizonte foi retomado e assim, tá bombando, né?! Tem 5 milhões de pessoas, Belo Horizonte precisa disso, né, os hotéis, os restaurantes, as lanchonetes, o povo belo-horizontino gosta muito de Carnaval. Então, prorroga mais um pouquinho, chega mais pra frente mas vamos fazer o Carnaval”.

Cazeca foi homenageado no Carnaval deste ano pela Acadêmicos de Venda Nova. A escola de samba fez questão de homenagear o empresário e sua trajetória de vida como empreendedor que veio do interior de Minas. Ele afirma que o convite foi feito pela própria Acadêmicos e que se sentiu tocado pela homenagem.

“Eu adoro Carnaval, já tive a oportunidade de desfilar pela Beija-Flor no Rio de Janeiro, um sonho que realizei na minha vida, eu e minha atual esposa nós desfilamos lá. De repente, chegam essas pessoas e falam: ‘Você vai ser homenageado pela Acadêmicos de Venda Nova’. Confesso que chorei”. 

Edição: Thiago Ricci
Jordânia Andrade[email protected]

Repórter do BHAZ desde outubro de 2020. Jornalista formada no UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) com passagens pelos veículos Sou BH, Alvorada FM e rádio Itatiaia. Atua em projetos com foco em política, diversidade e jornalismo comunitário.

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