[Coluna do Orion] Reforma política sobe no telhado com distritão e fundo público de R$3,6 bi

Divulgação/EBC

Como já havíamos dito aqui, a reforma política subiu no telhado. Ninguém se entende, na Câmara dos Deputados,  nesse debate. Em vez de reforma política ou eleitoral, estão mudando as regras para a sobrevivência própria, ou reeleição deles, e recursos financeiros, que não sejam deles, para isso.

Quanto maior o constrangimento dos políticos, menor vai ficando o tal do fundo eleitoral para financiar as campanhas políticas. Tenham certeza de uma coisa, eles estão fazendo a reforma política não é para aperfeiçoar o sistema político e eleitoral e evitar corrupção e caixa dois. Isso não vai acabar nunca, é como o crime e o roubo. Não existem sistemas perfeitos para isso numa democracia muito menos fora dela.

A reforma pretendida pelos deputados é porque chegou a hora da eleição e reeleição deles e será a primeira vez que irão disputar sem o financiamento eleitoral de empresas. No sistema anterior, deu no que deu. Você vota no candidato do partido a ou b, mas ele não é seu candidato nem do partido a ou b, boa parte era da Odebrecht, da JBS,  Andrade Gutierrez, OAS, enfim, atendiam aos interesses dessas empresas, claro, porque elas colocavam milhões de reais nas campanhas deles.

Agora, não pode mais. Desde 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu essa prática para evitar a influência nociva do poder econômico na eleição. Por isso, querem criar o fundo público de campanha. É certo que a democracia tem custo e precisa ser financiada, de preferência pelo estado do que pelo capital privado, mas se fizeram o abuso que cometeram com dinheiro privado, imagine com o dinheiro público. A maioria está denunciada, delatada, investigada e tem muita gente presa. Todo mundo diz, e com razão, que dinheiro público tem que bancar, primeiro, a saúde, educação, segurança, etc.

A reforma só está sendo feita por causa do financiamento. Outra preocupação, com o fim do financiamento empresarial, é como evitar que só os ricos e os famosos sejam eleitos? Eis a questão. Pergunta que não quer calar:  Por que não reduzem o custo de campanha e usam só o dinheiro do fundo partidário e o horário gratuito de tv? O fundo partidário chega a R$ 1 bilhão por ano e o horário gratuito de gratuito não tem nada (entra no abatimento de impostos).

O tal do distritão também não tem os 308 votos necessários para virar realidade.

PSDB comete sincericídio em rede nacional

O programa partidário do PSDB que foi ao ar, nesta quinta (17), reabriu as feridas do partido e a crise entre aqueles que querem deixar o governo e os que o apoiam. Quem fez o programa é quem está no comando partidário e é da turma que está contra a permanência no governo. Aí a mensagem que foi pro ar não equilibrou as coisas e jogou pedra no atual governo e no troca-troca de cargos, chamando-o de presidencialismo de cooptação. Os ministros que são tucanos, claro, estão irritados com isso, dizendo que o programa não os representa. Outro disse que errar é uma coisa, cometer suicídio é outra. Já tem gente pedindo o afastamento do senador Tasso Jereissati que assumiu a presidência após a derrocada do antecessor Aécio Neves.
O programa não irritou só tucanos, não, mas também os  aliados do presidente Temer, que viram na oportunidade mais uma chance de tomar os quatro ministérios tucanos. Eles estão dizendo que o PSDB está agindo de forma “cínica” e “hipócrita”.

Percalços de campanha

Em campanha pelo Nordeste,  o pré – candidato a presidente, Lula da Silva (PT), disse que, se ele fosse problema para o país, se mataria.
“O problema [para os adversários] não é o Lula, são os milhares de brasileiros que tem consciência política. Se o problema fosse eu, eu me matava”, disse, afirmando na sequência que não quer ser “nenhum revolucionário, mas um despertador de consciências”. Ainda assim, juiz proibiu Lula de receber honraria de universidade baiana.
Já outro pré – candidato, deputado Jair Bolsonaro (PSC), levou uma ovada em Ribeirão Preto (SP) aos gritos de ‘homofóbico’. Depois, foi chamado de ‘mito’ por sua turma. Ao entrar no carro que o aguardava, perguntou três vezes: “alguém viu o meu celular?”

(*) Jornalista político; leia mais no www.blogdoorion.com.br

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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