[Coluna do Orion] Só a política poderá derrubar Temer: TSE deverá inocentá-lo

FOTO SUL 21: Ministros do TSE realizam terceiro dia de julgamento da chapa Dilma/Temer

Três dias depois de iniciado o julgamento final, já se formou uma convicção de que o presidente Michel Temer (PMDB), e sua antecessora, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), serão inocentados no processo que pede a cassação da chapa da dupla que concorreu às eleições presidenciais de 2014. Com base nisso, pode-se antever que o empate técnico formado até agora deverá desempatar nesta sexta-feira (9), ou sábado (10), a favor de Temer. De uma coisa pode-se ter certeza, se o placar mudar, alguém fará pedido de vista para ganhar tempo.

A opinião pública, como a Imprensa, já havia condenado Temer, especialmente porque, nessa avaliação, ficam incluídas as delações da Odebrecht e do casal marqueteiro do PT (João Santana e sua mulher, Mônica) e as gravações-bomba da JBS), mas nada disso mexeu com as convicções, até agora, da maioria dos ministros da Corte Eleitoral. Não será dela, como havia antecipado seu presidente Gilmar Mendes, a solução da crise política instalada nos centros de poder de Brasília.

Na curta e técnica visão deles, os ministros estão julgando somente as denúncias anteriores, de financiamento ilícito de campanha, sem nelas incluir as bombas recentes da Odebrecht e da JBS. Ao final, sobrará ao relator Herman Benjamin discutir apenas a ilicitude de caixa dois, já que as propinas serão ignoradas pelo TSE. Ou seja, “vamos separar o joio do trigo”, argumento que deverá pautar algumas próximas decisões judiciais.

Tudo somado, à falta de um fato novo e inquestionável, o julgamento de Temer lhe será favorável, deixando o desfecho de seu futuro para o campo político. O primeiro deles é a decisão do PSDB, o principal aliado, que, na segunda-feira (12), no dia especial dos namorados, avalia se desfaz a aliança com o governo Temer. O resultado do TSE poderá ajudá-los a optar pelo fico, mas os fatos que, a cada dia, vão se precipitando sobre o colo de Temer, influenciam uma decisão de desembarque. Se o PSDB sair, o governo não se sustentará mais.

De hoje até segunda-feira, Temer sofrerá outros ataques especulativos dos quais, quando reage, se enrola mais ainda, como aconteceu no caso da viagem no jatinho da JBS. No primeiro dia, o presidente negou, para, no dia seguinte, admitir que viajou em uma aeronave da qual não sabia quem era o dono e que também não pagou pela carona.

Para onde pensa ir Kalil?

Há quem viu na decisão do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), de convocar o ex-ministro da Cultura dos governos petistas, Juca Ferreira, como um ensaio para voos mais altos, como o governo de Minas, nas eleições de 2018. Kalil estaria se mexendo para estar no lugar certo, na hora certa. A mesma visão foi reforçada pela lembrança do nome de seu secretário da Fazenda, Fuad Nomam, como alternativa para a chapa, atraindo os tucanos. Nos bastidores, a repercussão tem sido intensa. Outros até imaginam a reedição da eleição municipal na estadual, quando Kalil poderia enfrentar o possível candidato do PMDB, Rodrigo Pacheco, que foi derrotado nas eleições municipais passadas. Tudo isso, claro, é um exercício dos estrategistas a 12 meses da campanha eleitoral de 2018.

Reforma de Kalil: começar de novo na Câmara

O líder de governo na Câmara de Belo Horizonte, vereador Léo Burguês (PSL), recuou e retirou o segundo substitutivo da reforma administrativa do Executivo e que havia apresentado na surdina.

“Retirei o substitutivo e agora quero ver quantas emendas os vereadores vão retirar, porque são mais de 150”, afirmou o líder, que, com a medida anterior, tentou evitar a desfiguração do projeto inicial.

Agora, tudo recomeça, da estaca zero e com desconfiança generalizada, para aprovar o projeto que corta cargos comissionados, enxuga secretarias e promete economizar R$ 30 milhões ao ano.

Movimentos de Julvan

FOTO ASCOM/AMM: Julvan Lacerda reúne-se com secretário Carlos Murta

O presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM) e prefeito de Moema, Julvan Lacerda, participou, nesta quarta-feira (7), na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, de várias reuniões em defesa das demandas municipais, levando consigo outra bandeira: a da conciliação, para superar ressentimentos de disputas políticas.

Na primeira delas, acertou parceria com o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, em favor dos repasses financeiros aos municípios. A ideia é planejar um sistema no qual cada prefeitura tenha acesso aos valores de repasses do Governo Estadual, de forma simplificada.

Com o secretário de Cidades e de Integração Regional, Carlos Murta, formalizou pedido de apoio do Estado para a proposta de regionalização da AMM e execução do escritório de projetos, que vem sendo articulado com o Crea-MG e a Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

A terceira reunião aconteceu com o subsecretário de Assuntos Municipais, Marco Antônio Viana Leite, para discutir as mudanças feitas pelo governo estadual no Cadastro de Convenentes do Estado (CAGEC). De acordo com Julvan Lacerda, as mudanças têm causado impedimentos aos municípios frente ao Tribunal de Contas do Estado, devido aos Restos a Pagar. Se as mudanças forem revistas, caem os obstáculos para que municípios celebrem convênios.

(*) Jornalista político; leia mais no www.blogdoorion.com.br

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!