Cacildis! Cerveja em homenagem a Mussum chega oficialmente a BH

Divulgação/Faya

Nesta terça-feira (23), a cerveja Cacildis será lançada oficialmente no mercado mineiro, só para convidados, com direito a show do grupo Purarmonia.

A marca presta homenagem a Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, saudoso trapalhão e líder da primeira formação do conjunto Originais do Samba, ícone do gênero nos anos de 1960 e 1970, e farol para as gerações posteriores, incluindo a do Fundo de Quintal.

Mussum, que tinha a expressão “cacildis” como um dos seus maiores jargões, faleceu em 29 de julho de 1994, após complicações na cirurgia de transplante de coração.

Mas, afinal, “nóis viemo aqui pra beber ou pra conversar”? A expressão, criada por Adoniram Barbosa e eternizada em comercial de uma marca de cerveja, simboliza em parte a relação estreita entre samba e cerveja.

Com exceções, o mercado cervejeiro ainda não mirou grande artilharia no público do samba e pagode, cujo mercado ainda é dominado pelas grandes indústrias, liderada pela Ambev. A chegada da Cacildis a Minas Gerais fortalece esse movimento de eventos e festivais gastronômicos, tendo o samba no centro da roda.

Ano passado, o público presenciou gratuitamente na avenida Brasil, no bairro Santa Efigênia, o festival “Samba da Independência”, patrocinado pela Walls, com a presença de grandes nomes do samba como Aline Calixto e Toninho Geraes, conhecido consumidor de cervejas artesanais.

“Eu gosto da noite cerveja gelada, conversa fiada na mesa de um bar, mas se for pro samba só fico feliz quando você está”, diz o compositor em Livro Aberto, parceria com Gilson Roque, e tantas outras.

O grupo Zé da Guiomar mantém parceria com a cervejaria artesanal Mantrap em vários eventos, incluindo o já tradicional Sagrado Samba, na Praça da Grota, no Sagrada Família. Outro destaque é o bar Saruê, no bairro Castelo, região da Pampulha, onde cerveja especial sempre harmoniza com o samba, principalmente aos domingos, com a presença do cantor e compositor Rafael Soares. Além de sambista, Rafa também é produtor de cerveja em sociedade com a companheira, a produtora cultural Cinara Gomes.

“A Cacildis para o samba é o mesmo que falar em irmandade. Estamos falando de um produto em que o homenageado é um dos maiores sambistas deste país. Um cara apaixonado pela música. Vai ser um grande prazer a Cacildis ser parceira de eventos de samba”, disse Sandro Gomes, filho do humorista e sambista Mussum.

Ele conta que a premium de 600 ml, a mesma lançada aqui, já é a cerveja oficial das quadras de samba do Salgueiro e da Estação Primeira de Mangueira, escola de Mussum ( cujo apelido foi dado pelo mineiro de Uberlândia, Grande Otelo, durante apresentação do Originais do Samba).

“O samba está no meu sangue. Tirando os instrumentos de corda, toco tudo”, afirma, ao relembrar com saudade as reuniões de artistas, como João Nogueira, Emílio Santiago, Clara Nunes ou Elis Regina.

Ao lado do amigo de infância e publicitário Diogo Mello, Sandro criou a empresa Brassaria Ampolis detentora das marcas. Desde 2017, a empresa fechou parceria com o Grupo Petrópolis para produção, envase e distribuição da Cacildis e das marcas Biritis, Ditriguis e Forévis.

No segundo semestre de 2020, afirma a assessoria de imprensa, a Petrópolis deve inaugurar, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, a maior fábrica do grupo no país, com investimentos de cerca de R$ 1 bilhão e capacidade de produção de 9 milhões de hectolitros de cerveja por ano.

A Petrópolis não adianta quais as linhas serão produzidas na planta do Triângulo Mineiro, mas certamente a Cacildis não ficará de fora. “Minas Gerais é um mercado estratégico para nós. Não tem como uma cervejaria não pensar em Minas como um dos principais mercados”, afirma Sandro, que neste momento vai destinar 150 mil litros/mês da Cacildis para o mercado mineiro. E será oferecida nas versões garrafa 600 ml, Lata 355 ml. Antes a versão premium da cervejaria só existia em long neck.

Segundo a assessoria da Petrópolis, até o fim do ano o projeto é investir R$ 15 milhões em ações e projetos de marketing para os produtos da Brassaria Ampolis, em todo o Brasil.

Diante de todos esses movimentos, resta torcer para que a chegada da Cacildis abra novas possibilidades de diálogo entre o mercado cervejeiro e o universo do samba. Para a jornalista Fabiana Arreguy, do blog Pão e Cerveja, é comum o mercado associar a cerveja ao rock ou ao blues. Na 6ª Edição do Festival Internacional de Cerveja e Cultura (FICC), programada para agosto, a programação é dominada pelo rock.

Porém, ela mesma lembra que fez um programa em que a bebida tem uma relação antiga com a MPB, conforme entrevista com o produtor e filho de Elis Regina, João Marcelo Bôscoli. Clique aqui para ouvir.

Uma das histórias contadas é a clássica “Cerveja e Conhaque”, em que Noel Rosa, o poeta da Vila, é repreendido pelo caricaturista Nássara ao ser visto bebendo logo cedo, após internação para tratar da tuberculose. Noel, para se defender, diz que cerveja não era bebida alcóolica, mas um alimento  a base de carboidratos, cereais e por aí vai. Mas ao ser indagado sobre o conhaque, ele saiu-se com essa: “Ahh! Nássara, eu não sei comer sem beber alguma coisa..!!!.”

Lenda ou não, o fato é que a cerveja, bebida associada à alegria e à celebração, sempre andou lado a lado do público e dos sambistas….em muitos casos, até nos animados gurufins (velórios de sambistas). 

Almanaque do Samba[email protected]

O Almanaque do Samba – A Casa do Samba de Minas Gerais é um projeto patrocinado pela Cemig, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (2011/001/2017), que busca valorizar o samba no estado e os artistas mineiros. Tem um portal (www.almanaquedosamba.com.br) e um programa de rádio, que vai ao ar aos sábados, às 21 horas, pela Rádio Inconfidência (880AM). O conteúdo também pode ser acessado por meio das redes sociais (Facebook, Instagram e Youtube).

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