Dono do Botafogo diz que tem gravações de árbitros reclamando que não tiveram suas propinas pagas

Dono do Botafogo diz que tem gravações de árbitros reclamando que não tiveram suas propinas pagas

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Dono do alvinegro carioca, John Textor disse que daqui 30 dias apresentará provas do que está falando. Foto: Vitor Silva/BotafogoFR Dono do alvinegro carioca, John Textor disse que daqui 30 dias apresentará provas do que está falando. Foto: Vitor Silva/BotafogoFR

Bravatas e conversas “pra boi dormir” são comuns no Brasil. Como se trata de um cidadão nascido nos Estados Unidos e investidor no Rio de Janeiro, vamos ver se não se trata de apenas mais um bravateiro.

Com a experiência que teve como vice-presidente do Flamengo no início dos anos 1980, Walter Clark (um dos principais executivos da criação da Rede Globo) escreveu no livro de memórias dele, “O Campeão de Audiência, de 1991: “…se os senhores pensam que não se compra mais árbitros de futebol no Brasil, os senhores estão redondamente enganados…”
Infelizmente ele morreu em 1997 e nunca abriu esta caixa preta que é a arbitragem no Brasil, e no mundo.

No site da ESPN a manchete: “John Textor abre o jogo e diz como atuará após forte denúncia contra arbitragem brasileira”

Falas de dirigentes de clubes são muito semelhantes às dos políticos, e raramente a gente pode acreditar. Mas este “abre o jogo”, da manchete, me fez interessar em ler.
Li e me decepcionei ao constatar que a expressão “abre o jogo” foi usada apenas para “caçar cliques”, como diz o Dr. Stefano Venuto Barbosa.

Mas são declarações fortes e o norte-americano John Textor prestaria um grande serviço ao Brasil se realmente “abrir o jogo”, com provas do que anda falando.
Depois da vitória do Botafogo sobre o Bragantino, pela Libertadores, dentre outras coisas, ele disse a O Globo:

“… os fãs vão ficar sabendo, nos próximos 30 dias, o que realmente aconteceu no campeonato…”

“… Alguém dizer que não há corrupção no Brasil, quando eu tenho juízes gravados reclamando de não terem suas propinas pagas… Talvez a CBF não devesse me processar…”

“…Houve manipulações e erros em 2021, 2022, 2023, e nós temos provas…”

Foto: BotafogoFR/divulgação

O gringo Textor assumiu o controle do Botafogo em 2022 e fala de manipulações que teriam ocorrido desde 2021. Mas só depois daquela virada ano passado, 4 x 3, em casa, que o alvinegro tomou do Palmeiras, é que ele começou a falar disso.

Todos sabemos que a corrupção existe desde antes da chegada da família real portuguesa por aqui, em 1808. O problema é provar e acima de tudo, punir.

No futebol, com a entrada em cena das casas de apostas eletrônicas a situação piorou.

Em 2013 a FIFA andava assustada com tantas denúncias e esboçou agir. Mas ficou só no esboço. As agências de notícias internacionais publicaram na época e postei em meu blog no dia 16 de janeiro daquele ano:

“Fifa diz que crime organizado está de olho em 50 campeonatos para manipular de resultados”
Das agências internacionais
A Fifa anunciou nesta quarta-feira que o crime organizado está analisando cerca de 50 ligas de futebol para praticar a manipulação de resultados e, segundo o chefe de segurança da entidade, Ralf Mutschke, nenhum país está livre da possibilidade de ter jogos com placares arranjados pelos criminosos.
Mutschke afirmou que se encontrou com um agente condenado e que ele disse que os criminosos estão deixando o tráfico de drogas para “investir” nas partidas arranjadas.
“Conheci um agente condenado aqui em Zurique e ele me disse que os criminosos estão migrando do tráfico de drogas para a manipulação de resultados por causa do baixo risco e do alto lucro. Ele me disse isso pessoalmente”, disse Mutschke, que trabalhou para a polícia federal da Alemanha por 33 anos.
“Eu diria que cerca de 50 diferentes ligas nacionais de fora da Europa estão sendo analisadas pela organização criminosa para o mercado das apostas”, analisou.
A Fifa entende que a manipulação de resultados é uma das maiores ameaças ao futebol com jogadores e juízes se corrompendo e pela enorme quantidade de dinheiro envolvido nas apostas. Mutschke ainda diz que os manipuladores estão infiltrados no alto escalão das confederações, que juízes foram promovidos para participarem do crime e que os agentes assumiram o comando de alguns clubes para facilitar o negócio ilícito.”


Porém, o próprio presidente da FIFA à época, Joseph Blatter enfrentava acusações e investigações de corrupção. E em junho de 2015 ele caiu, obrigado a renunciar quatro dias depois de reeleito para um quinto mandato consecutivo. E banido do futebol.
Aguardemos os 30 dias sobre os quais John Texto se referiu. Acredito que tudo continuará como “dantes no quartel de Abrantes”.

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