Em “Independence Day: O Ressurgimento”, efeitos visuais compensam falta de roteiro

Divulgação/Fox Movies

Duas décadas separam o primeiro “Independence Day” (1996) de sua sequência — o “Independence Day: O Ressurgimento” (2016), que marca a principal estreia da semana. O período entre a vitória dos terráqueos e o ressurgimento de um novo confronto intergaláctico, inclusive, é o elemento-chave deste novo longa dirigido por Ronald Emmerich — de “Godzilla” (1998) e o “Dia Depois de Amanhã” (2004).

São inúmeras as referências de personagens e passagens do filme de origem. Cinco atores que estiveram nas cenas do clássico da ficção científica estão de volta neste ressurgimento.

São eles: o presidente responsável por conduzir a exitosa missão de salvar a humanidade àquela época, Thomas J. Whithmore (Bill Pullman); o cientista maluco Dr. Okun (Brent Spiner), que acorda de um coma desde a invasão alienígena de 1996; o experiente técnico em assuntos espaciais, David Levinson (Jeff Goldblum) e o seu pai Julius Levinson (Judd Hirsch); e, por último, Jasmine Hiller (Vivica A. Fox), viúva do herói de guerra, Captain Hiller, interpretado por Will Smith no primeiro “Independence Day” (1996).

Will Smith, a propósito, recusou o papel ao pedir nada mais que R$ 50 milhões para reviver o personagem — a Fox não pagou o preço. A saída encontrada pelos roteiristas foi matá-lo em um voo teste de naves alienígenas — o que não é mostrado em cena, somente mencionado nos diálogos. Contudo, ele é relembrado em duas cenas: em um quadro dependurado no gabinete da presidente dos Estados Unidos e em uma foto de família.

Para não perder a linha, o herói da vez é o filho do Captain Hiller, o piloto Dylan Hiller (Jessie T. Usher). Dylan lidera o esquadrão responsável por combater uma nova ameaça vinda dos confins intergalácticos. Nesses 20 anos que se passaram, pesquisas feitas com extraterrestres capturados e seus equipamentos espaciais, contribuíram para o desenvolvimento tecnológico da humanidade. Agora, os homens utilizam-se de tecnologia alienígena — são armas superpotentes e aeronaves ultra velozes.

Diante de uma eminente ameaça alienígena, o alto comando de Defesa Espacial é colocado a posto novamente. Com isso, batalhas empolgantes de naves espaciais, tiros a lasers e clichês de ficções científicas logo mostram que “Independence Day: O Ressurgimento” é apenas um escape — um longa metragem sem demais pretensões, com o intuito de apenas divertir o espectador em 120 minutos duração. Se abstém, contudo, de discutir o enredo em profundidade.

O roteiro é pobre, beira a infantilidade. Não há a menor preocupação em contextualizar o espectador sobre o que aconteceu no tão mencionado ano de 1996 — quando os homens venceram a primeira batalha contra alienígenas. Logo, “O Ressurgimento” é mesmo para aqueles que gostam de ficção científica e, sobretudo, para os que estão na casa dos 30 e recordam-se da trama do “Independence Day” de 1996.

Já que não há boa roteirização, contextualização ou o menor tratamento aprofundado sobre o que se passa neste o longa, resta para os efeitos visuais fazer valer o ingresso do cinema. É aí que está o trunfo: o filme é perfeito para assistir na tecnologia 3D.

A experiência visual, não obstante, compensa a falta de um bom roteiro.

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

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