Extraído das telinhas dos smartphones, Angry Birds é reinventado nas telonas de cinema

Livros que viram filmes, que viram jogos de videogame, que viram grandes parques de diversão. Transitando pelas diversas plataformas de mídias e atuando nas infindáveis frentes de mercado, Senhor dos Anéis, Harry Potter e as animações da Disney, são exemplos de produções que se transformaram em grandes marcas.

É com essa lógica de mercado, que o mais famoso dos aplicativos pagos da era digital saiu das telinhas de smartphones e foi parar nas telonas de cinema. “Angry Birds: O Filme”, em cartaz desde a última quinta-feira (12/5/16), é a versão cinematográfica do passatempo preferido de milhões de pessoas mundo afora: lançar pássaros furiosos contra porquinhos verdes diante da telinha de seus smartphones.

Com essa ideia um tanto nonsense para a linguagem cinematográfica, o maior desafio que os produtores de Angry Birds tinham pela frente era criar uma narrativa convincente. E conseguiram. No filme, o protagonista Red — o famoso pássaro vermelho de sobrancelhas cerradas — é obrigado a frequentar um grupo de terapia para tratar de surtos de raiva. Lá, ele conhece o hiperativo Chuck (dublado por Fábio Porchat), o explosivo Bomba (na voz de Mauro Ramos), e a terapeuta Matilda (por Dani Calabresa).

Desconfiado, após presenciar a chegada dos porquinhos verdes à Ilha dos Pássaros, Red — dublado com brilhantismo por Marcelo Adnet — investe em uma importante missão: desmantelar os planos dos porquinhos, que pretendem saquear os ovos da Ilha dos Pássaros.

Entre boas piadas, referências ao “O Iluminado” e aos “X-Men”, o ponto alto do filme é deixado para o fim. Nesse ponto, a ideia original do game se entrelaça com a narrativa do cinema. Assim, o roteirista Jon Vitti (“Os Simpsons”) consegue convencer o espectador, alcançando o objeto central do filme, que é adaptar e expandir a ideia de lançar pássaros furiosos contra porquinhos verdes em uma narrativa de cinema.

O trabalho gráfico do longa é um destaque à parte. Veteranos do cinema de animação, como Clay Kaytis (“Detona Ralph”; “Frozen: Uma Aventura Congelante”) e Fergal Reilly (“Tá Chovendo Hambúrguer; Hotel Transilvânia”), criaram um cenário impecável e cheio de vida, além de conseguir construir personagens extremamente bem desenhados. São frequentes o uso de slow-motion, quando fica evidente o trabalho meticuloso de criação gráfica na estética do filme.

Com roteiro bem escrito e excelente trabalho de animação, “Angry Birds: O Filme” conquistou a crítica especializada, vem arrancando boas gargalhadas das crianças e convencendo o público adulto. Contudo, vem formando fila nas salas de cinema de mais de 50 países, alcançando bons números de bilheterias.

Em Belo Horizonte, os pássaros furiosos mais divertidos da telona têm lugar marcado na programação de todos os cinemas da capital. Vale a pena conferir.

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

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