Literatura de autoajuda ajuda mesmo?

mulher lendo livro na cama debaixo das cobertas
Imagem ilustrativa – Reprodução da internet

A leitura, por si só, é um prazer. Mas é bem melhor quando podemos tirar dela algum resultado prático, certo? É por isso que muitas pessoas adoram a categoria que chamamos de autoajuda. Como o nome diz, esse material traz reflexões pontuais para que pessoas com problemas consigam resolvê-los a partir de mudanças de atitudes ou processos que vem de dentro.

Uma definição tão simples não impede, porém, que a categoria da autoajuda não seja vista sem preconceito. Muita gente acredita que livros de autoajuda não ajudam em nada. O motivo? Bem, uma série de obras que se dizem de autoajuda são, de fato, um grande embuste.

Escrever autoajuda é relativamente fácil, já que qualquer assunto pode virar um tema para livro e qualquer junção de sujeito e verbo está no caminho certo para virar uma frase. Por isso, assim como temos uma série de bons livros de autoajuda, sérios e capazes de, realmente, entregar um produto final prático, também temos muitas opções que só não deveriam ser jogadas no lixo porque o lixo não é lugar de livro, mesmo o ruim.

Pensando bem, não é assim em todas as áreas da vida? Existem os bons e os maus exemplos pra tudo. Não é justo julgar toda a categoria de autoajuda por alguns autores que não fizeram o dever de casa de forma honesta.

Como descobrir se autoajuda ajuda mesmo

Para além de tudo isso que já falei, quando vamos ler autoajuda, temos que pensar também na subjetividade do leitor. Ou seja, uma obra de autoajuda que funciona pra mim pode não fazer a menor diferença na sua vida, e vice-versa. Isso é diferente, no entanto, de lidar com um autor ou autora picareta. Bem diferente!

Eu tenho um checklist para identificar a picaretagem na autoajuda. Funciona assim: se o autor/livro em questão marca um “não” no questionário, já começo a ficar atenta. Se marca mais de um, nem compro. Se quiser adotar esse sistema, a lista é simples:

O/a autor/a comprova prática ou cientificamente o que está falando?

(   ) Sim

(   ) Não

O/a autor/a tem o respaldo de pelo menos um outro autor/pesquisador de destaque dentro da sua área?

(   ) Sim

(   ) Não

O/a autor/a tem um histórico de respeito aos críticos que divergem de suas opiniões?

(   ) Sim

(   ) Não

O/a autor/a participa de debates sobre o tema em que se denomina especialista?

(   ) Sim

(   ) Não

Acredite nisso: toda pessoa que quer te ajudar precisa saber do que está falando e estar disposta a conversar abertamente sobre isso, até com quem tem ponto de vista diferente.

Se a pessoa que escreveu o livro de autoajuda que você tem em mãos não tem paciência em ouvir outras opiniões, ou não é corroborada por outros especialistas dentro da área em que ela atua, desconfie. E, se puder, não indique a obra.

Dica de leitura: a sutil arte da autoajuda

Uma leitura recente que me fez ticar no “sim” em todas as respostas foi A sutil arte de ligar o f*da-se, obra de Mark Manson que, inclusive, não quer ser vista como autoajuda. Fazendo o que a licença poética me permite, digo ao autor: foda-se. É autoajuda sim e, pra mim, é autoajuda das boas.

Nele, Manson fala sobre ligar o foda-se não como uma forma de ser indiferente a tudo, mas de priorizar as coisas da vida pelas quais vale a pena dar alguma atenção.

Ele começa a obra falando sobre Charles Bukowski, que quase não se tornou famoso, mas hoje é um escritor consagrado. Se não gostar do livro e desistir de passar para o capítulo 2, pelo menos não terá saído de mãos vazias.

Escrevi sobre A sutil arte de ligar o f*da-se aqui. Leia antes de comprá-lo.

Esse é apenas um exemplo de autoajuda que, na minha opinião, é bem escrita e cumpre seu propósito. Poderia fazer listas intermináveis de sugestões, mas prefiro ouvir as suas. Qual livro de autoajuda realmente mudou sua vida?

Deixe sua resposta nos comentários e vamos tornar a categoria de autoajuda incrível novamente. :p

Lais Menini

Laís Menini é redatora sênior, com nove anos de experiência na criação de conteúdo para internet. Nas horas vagas, ministra cursos e oficinas de escrita criativa e é blogueirinha de literatura no Literama.

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