Bolsonaristas e petistas turbinam rejeição a Sergio Moro, diz pesquisa

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Moro consolida o terceiro lugar no cenário em que Lula poderia vencer no 1º turno (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil + Antonio Cruz/Agência Brasil)
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Mais uma rodada de pesquisa para avaliar os últimos fatos políticos que fecham 2021, projetando-os para 2022. Em um ano até então polarizado, o destaque foram os números da parte invertida da disputa presidencial. Que Jair Bolsonaro (PL) tinha alta rejeição já era sabido por conta da falta de capacidade administrativa e, principalmente, pela gestão falha e omissa no combate à pandemia. Bateu a casa dos 64%.

A novidade dessa rodada é que o ex-ministro da Justiça dele, o ex-juiz federal Sergio Moro (Podemos) segue na mesma frequência, com 61% de rejeição. Ou seja, ambos lideram a parte inversa das pesquisas, da rejeição. Ainda trazem juntos o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 59%. Com esse percentual, é como se tivessem uma pedra na cabeça a estabelecer um teto para o crescimento deles. A rejeição do ex-presidente Lula (PT), apontado como favorito na sucessão, chega a 43%.

O dado preocupante para Moro é que o índice de rejeição dele está sendo detectado um mês depois que lançou sua pré-candidatura presidencial. A antipatia está concentrada na região Sudeste, o maior colégio eleitoral do país. A alta rejeição ao ex-juiz é atribuída à soma da avaliação que fazem dele os bolsonaristas e petistas juntos. Confira abaixo os percentuais de quem conhece e não votaria em determinado candidato.

Lula venceria no 1º turno

A pesquisa é do instituto mineiro Quaest, em parceria com a Genial Investimentos, foi realizada entre os dias 2 e 5 de dezembro. Foram ouvidas 2.037 pessoas presencialmente em seus domicílios em todo o país. A margem de erro é de 2,2 p.p.

Na pesquisa, Bolsonaro manteve a segunda colocação com 24%, mesmo índice obtido por aqueles que não querem Lula nem Bolsonaro – de 24%, mais conhecidos como a 3ª via. É nessa faixa que poderiam se encaixar Moro ou Dória, ou ainda o presidente do Senado, o mineiro Rodrigo Pacheco (PSD), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT). Do ponto de vista do nome estimulado, o de Moro foi o mais bem pontuado nessa faixa. Alcançou 11%.

Lula mantém-se favorito com 46% e, no segundo turno, também bate todos os rivais. Pelas contas preliminares, a 11 meses da eleição, Lula poderia vencer ainda no primeiro turno, por ter intenção de votos acima da soma de todos os outros.

Caso Lula não vá ao segundo turno, no cenário em que o atual presidente estaria, Bolsonaro perderia para Moro e até para Ciro Gomes, respectivamente, quando esses são os rivais.

Economia é maior preocupação

Ainda na pesquisa, registra-se que para 70% dos 2.037 entrevistados, a economia piorou e é o principal problema a ser resolvido no país para 41%. Aqui o desemprego ganhou a maior preocupação para 18%. Outros 19% apontaram a saúde, com foco na pandemia do coronavírus e variantes. Um total de 14% avaliam que as questões sociais, entre elas a fome, devem ser tratadas com prioridade. Apenas 10% se manifestaram preocupados com a corrupção.

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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