[Coluna do Orion] Eleição já vive clima de 2º turno antecipado entre Haddad e Bolsonaro

Divulgação/EBC

Bastou Fernando Haddad ser oficializado candidato presidencial pelo PT para que ele disparasse nas intenções de voto (apontado por todas as pesquisas), buscando herdar o favoritismo do ex-presidente Lula – barrado pela Justiça Eleitoral, com base na Lei da Ficha Limpa – para ocupar o segundo lugar na corrida eleitoral. Com isso, Haddad descolou dos demais concorrentes, que não conseguiram pontuar, pior, perderam expectativas de voto.

E mais, a campanha acabou ficando polarizada entre o primeiro e o segundo lugar, Jair Bolsonaro (PSL) e o petista. Na última semana foi assim e tende a se acirrar até o dia da votação. A propaganda eleitoral gratuita dos candidatos à Presidência na TV e no rádio tem sido marcada pela polarização entre eles e, principalmente, reafirmada pelos demais rivais, que passaram a advertir para os riscos dessas opções.

Os candidatos do PSDB, Geraldo Alckmin; do MDB, Henrique Meirelles; do PDT, Ciro Gomes; e Marina Silva, da Rede criticam Bolsonaro e Haddad em seus discursos, com o objetivo de desconstruí-los por meio do seguinte mote “nem o petista, nem o militar seriam o melhor caminho”.

Já o programa do PT busca reforçar Haddad como candidato que representará Lula no governo, se eleito. Internado desde 7 de setembro no Hospital Albert Einstein (SP), Bolsonaro não exibiu nenhum programa novo.

Na última pesquisa do Ibope, de 22 e 23 de setembro, os dados confirmam o quadro: Jair Bolsonaro está com 28% e Fernando Haddad, 22%. Ciro Gomes (PDT) ficou estacionado em 11%. Haddad ampliou a vantagem sobre o 3º colocado. Geraldo Alckmin está com 8%. Já Marina Silva (Rede) apresenta 5% dos votos. Foram entrevistados 2.506 eleitores em 178 municípios. O nível de confiança estimado é de 95% e a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra.

Tudo somado, a sucessão passou a experimentar uma antecipação do segundo turno entre os dois primeiros colocados, deixando estragos nas campanhas dos demais. De olho no duelo final, vários partidos e eleitores estão adotando já o chamado voto útil, abandonando as preferências iniciais por estarem convencidos de que a disputa será mesmo entre eles. O quadro pode mudar? Pode. Restam apenas 12 dias. Quem viver verá!

Kalil: “Será pega pra capar”

Caso o segundo turno se torne, conforme as pesquisas, um duelo entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), avaliou, nesta terça (25), que a briga será um “pega pra capar”. “Essa polarização maluca que estamos arriscados a ter, de PT e Bolsonaro, vai ser um pega pra capar e nessa eu não quero entrar agora.”

Onze estados não terão 2º turno

A situação em 11 estados brasileiros, pelo menos, é de eleição de 1º turno na escolha de novos governadores. Pode aumentar? Reduzir? Pode. Vai depender do desempenho dos candidatos que, nesta reta final (faltam 12 dias), farão um esforço maior. Os estados onde não deverá haver segundo turno são: Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Piauí, Paraná e Tocantins, que ficarão sob o controle de oito partidos. Desses prováveis eleitos, três são do PT, dois do MDB, e um do PP, PCdoB, DEM, PSD, PSB e PHS.

Minas é candidata a não ter

Aqui em Minas, o estado ainda é candidato à eleição em turno único, dependendo do desempenho dos primeiros colocados. O líder das pesquisas, o candidato do PSDB, Antonio Anastasia, faz aquele esforço final de campanha para se eleger no dia 7 e eleger, pelo menos, um dos dois senadores de sua chapa, Rodrigo Pacheco (DEM) ou Dinis Pinheiro (Solidariedade).

Do outro lado, Fernando Pimentel, candidato à reeleição pelo PT, 2º lugar nas pesquisas, também faz o dever de casa final, agarrando-se ao crescimento do candidato presidencial do PT, Fernando Haddad, e vinculando-se ao ex-presidente Lula, além de atacar o rival tucano. Ele ainda conta com uma mãozinha (indireta) de outro inimigo político, o candidato do partido Novo, Romeu Zema, que cresceu nos últimos dias, descolando-se da turma que registra 3% e foi a 7 pontos. Se crescer mais dois pontos, favorece Pimentel.

Debate na PUC

A PUC Minas São Gabriel, em parceria com o Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas e Arquidiocese de BH, promove nesta sexta (28), mesa redonda sobre o cenário atual e as perspectivas das eleições 2018. O debate pretende lançar luz sobre questões como a extrema polarização da sociedade, a descrença na política e os possíveis cenários de um provável segundo turno. Aberto ao público, o evento terá a abertura do reitor da PUC Minas e bispo auxiliar da Arquidiocese de BH, professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães. Participam da mesa, este colunista e os professores Malco Camargos, Claudemir Alves e Lucas Cunha.

(*) Jornalista político; leia mais no www.blogdoorion.com.br

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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