Pesquisa revela quem é eleitor de Lula, Bolsonaro, Zema e Kalil; onde você está?

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Os pré-candidatos Lula, Bolsonaro, Kalil e Zema (Antonio Cruz/Agência Brasil + Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil + Moisés Teodoro/BHAZ + Henrique Coelho/BHAZ)
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A campanha ainda não começou, mas a pré-campanha já permite enxergar o eleitorado e o que ele quer. Pelas intenções manifestadas até agora, os institutos de pesquisas identificam onde estão e quem são os eleitores dos pré-candidatos a presidente e a governador. E também o que pensam.

De acordo com o diretor do instituto mineiro de pesquisa Quaest, o cientista político, Felipe Nunes, a polarização que se formou no plano nacional, com repercussão para o estadual, extrapolou o campo político e atingiu em cheio o social.

Nunes avaliou que, além de pertencer a grupos sociais diferentes, os brasileiros que votam em Lula (PT) e Bolsonaro (PL) também pensam de formas opostas. Estudando e cruzando os dados do instituto, a Quaest identificou a manifestação do eleitor quanto à região onde vive, condição socioeconômica, renda, raça, religião e sexo. Para Nunes, viu-se ali dois brasis entre ricos e pobres, homem e mulher, brancos e pretos, jovens e idosos.

Ricos e pobres

Os ricos se dividem, mas os pobres estão manifestando voto em Lula. Os que ganham até 2 salários mínimos estão optando pelo petista e os que ganham até 5 salários mínimos ou acima disso votam em Bolsonaro (44% a 36%). Os brancos se dividem (39% a 37% para Bolsonaro), já os pretos votam em Lula (59% x 23%).

Metade das mulheres brasileiras vota em Lula (50%), enquanto os homens se dividem entre Lula (39%) e Bolsonaro (42%). O Sul do país se divide (41% para Bolsonaro e 39% para Lula); já o Nordeste vota no petista (61 x 22). Os católicos, em sua maioria, votam em Lula (53%) e os evangélicos (47%) em Bolsonaro. No geral, Lula lidera com 47%; Bolsonaro tem 29%.

Zema mantém a vantagem

Já outro instituto mineiro, o DataTempo, percebeu que os eleitores do governador Romeu Zema (Novo), pré-candidato à reeleição, em Minas, têm predominantemente renda mais alta. E que estão espalhados pelo interior do Estado. Ainda assim, Zema tem menos votos entre os jovens, os que não têm religião e entre quem mora na região metropolitana de BH. 

Tudo somado, Zema continua liderando as pesquisas por sua reeleição, com 45,7% dos votos. O principal rival, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil, tem 22,1%, segundo a sondagem desse instituto.

Os homens (48,12%) preferem mais Zema do que as mulheres (43,46%). O instituto esclarece que as variações em relação à sua média geral, estão dentro da margem de erro.

No quesito renda, os eleitores que recebem mais de cinco salários mínimos (acima R$ 6.061,00), preferem Zema (51,86%). Na faixas etárias, ele tem desempenho semelhante à média. Entre os jovens, 16 a 24 anos, ele cai para 40,46%.

Desempenho regional

No campo religião, Zema tem votação similar entre os religiosos: católicos (46,87%), evangélicos (47,46%), espíritas (45,31%) e outras religiões (46,43%). No contraponto, tem queda entre ateus ou pouco religiosos (32,56%).

No desempenho regional, o governador tem desempenho acima de sua média em metade das regiões do Estado. Na Central Mineira (56,82%), Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (55,91%), Norte de Minas (54,24%), Noroeste de Minas (53,85%), Zona da Mata (53,42%) e Oeste de Minas (52%).

Seus desafios maiores estão no Vale do Mucuri (39,13%) e no Jequitinhonha (35,21%), caracterizadas pelo alto índice de pobreza. Inclui nessa dificuldade a região metropolitana (34,18%), mas por outras razões. Nessa região, o eleitorado conhece melhor seu rival.

A mesma pesquisa do mesmo DataTempo, apontou que Kalil vai bem na região Metropolitana, onde foi prefeito da capital mineira. Suas dificuldades crescem na maioria das regiões mineiras. Por isso, seu melhor desempenho está na Grande BH, e o pior, no interior de Minas.

Religião e gênero

O ex-prefeito é bem avaliado pelas pessoas que têm religião, mas não são católicas, espíritas ou evangélicas. De forma geral, segundo o instituto, a votação dele é bem distribuída nos quesitos gênero, renda e faixa etária.

O ex-prefeito de Belo Horizonte tem mais votos entre os homens (23,85%) do que entre as mulheres (20,48%). Na renda, Kalil tem o melhor desempenho entre quem ganha de dois a cinco salários mínimos (mais de R$ 2.425,00 a R$ 6.060,00), com 23,84%. Entre quem ganha até dois salários (R$ 2.424,00), o ex-prefeito cai para 19,97%, percentual igual aos que têm renda acima de cinco salários mínimos (acima de R$ 6.061,00), onde ele registra 20,93%.

Na divisão por idade, Kalil vai mal (19,12%) entre os mais jovens, 16 a 24 anos, e 19,13% entre quem tem 60 anos ou mais. Com bom desempenho, Kalil tem apoio dos católicos (23,16%), espíritas (25%) ou evangélicos (19,49%). Ele tem 19,77% entre os eleitores que declararam não ter religião.

O ex-prefeito de Belo Horizonte tem votação abaixo da média na maioria das regiões do interior, como o Sul/Sudoeste de Minas (5,08%), Noroeste de Minas (10,26%), Norte de Minas (11,3%), Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (11,36%), Zona da Mata (11,87%), Oeste de Minas (13%) e Central Mineira (13,64%). Na grande BH, tem 41,18%, seguido do Jequitinhonha (29,58%) e do Vale do Mucuri (26,09%).

Pensamentos opostos

No debate entre os presidenciáveis, na campanha, dois temas deverão ser recorrentes: a pandemia e economia, segundo os mesmo eleitores, de acordo com o instituto Quaest. Segundo os dados, 85% dos eleitores de Lula acham equivocadas as decisões de Bolsonaro na pandemia. Apenas 16% dos eleitores do presidente concordam que ele errou. A segunda maior discordância entre os dois grupos foi em relação à situação da economia: 80% dos eleitores de Lula acham que ela piorou. Já entre os eleitores de Bolsonaro, apenas 28% dizem o mesmo, e ainda assim, a maioria passa pano, avaliando que as coisas vão melhorar e que a inflação é um problema mundial.

Esses dados foram retirados da 11ª rodada da  pesquisa Quaest, contratada pelo banco Genial e está registrada no TSE sob o número BR-01603/2022. Foi realizada entre os dias 2 e 5 de junho, com 2.000 entrevistas presenciais domiciliares em 120 municípios. A margem de erro é de 2  pontos percentuais com 95% de nível de confiabilidade. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-03552/2022.

A pesquisa DataTempo foi contratada pela Sempre Editora e teve os dados coletados de 27 de maio a 1 de junho de 2022. Foram realizadas 2.000 entrevistas domiciliares. A margem de erro é de 2,19 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95. Pesquisa registrada TSE nº BR-00448/2022 e TRE nº MG-05705/2022.

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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