[Coluna do Orion] PSDB mineiro não deverá ter candidato a governador em 2018

Alberto Pinto Coelho e Dinis Pinheiro prestigiam homenagem a Ronaldo Caiado em BH (Tião Mourão/Blog PCO)

Após o terremoto provocado pelas delações que atingiram o tucanato, especialmente o de Minas Gerais, o PSDB perdeu oprotagonismo junto aos aliados e está avaliando a possibilidade de não ter candidato próprio a governador nas eleições de 2018. Segundo as delações, endossadas por gravações, o ex-presidente nacional do PSDB e senador afastado Aécio Neves pediu R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, dono da JBS, no episódio que ainda levou à prisão a irmã do tucano, Andrea. O senador contesta as denúncias e ainda tenta evitar a própria prisão, além da reversão da decisão que o afastou das atividades do cargo.

Tudo somado, os tucanos perderam o rumo diante dos fatos e a orientação de Aécio, depois de duas importantes derrotas consecutivas, o Governo de Minas, em 2014, e a Prefeitura de Belo Horizonte, em 2016, ambas com candidatura própria apesar da insatisfação de boa parte dos partidos aliados. As primeiras avaliações são de que a sucessão de 2018 não reeditará a polarização entre PSDB e PT na disputa pelo comando do governo mineiro, ao contrário do que aconteceu nos últimos 15 anos, dos quais 12 foram vencidos pelo primeiro.

Nome sempre apontado como favorito, o ex-governador e senador tucano Antonio Anastasia não quer nem ouvir falar em eleição e chegou a pensar até em deixar a vida pública após o fim do atual mandato (2022). Familiares seus estão incentivando-o a romper com Aécio Neves e a mudar de partido. Sem Aécio e Anastasia, o PSDB não criou nem permitiu que outros quadros se emancipassem.

Outro contexto que contribui para a ausência dos tucanos é que os aliados não querem mais depender do aval deles e buscam vida própria. Além de priorizar a “independência”, querem um nome novo, que não tenha disputado cargo majoritário e que não esteja envolvido ou tenha sido citado em esquemas ou na prática de caixa dois. De acordo com pesquisas feitas por eles, o eleitor não está buscando um nome totalmente fora da política, mas que apresente também capacidade de gestão e de liderança.

Esse grupo de aliados dos tucanos envolve cinco partidos e tem como pré-candidato o ex-presidente da Assembleia Legislativa Dinis Pinheiro (PP). Afastado da política oficial há três anos, desde que perdeu a eleição na condição de candidato a vice-governador na chapa do tucano Pimenta da Veiga, Dinis já foi do PSDB e deixou o partido por ter sido preterido pelo tucanato.

Ele manteve o sonho de ser governador e, por isso, tem viajado frequentemente ao interior mineiro, apresentando-se como alternativa. Pessoalmente, tem se preparado com recursos como media training e entrevista diamante para melhorar a imagem e o desempenho como porta-voz, além de pesquisas qualitativas. A um ano e meio das eleições, ele já montou estrutura de pré-campanha.

Se virar candidato, Dinis mudará de partido

Enquanto se apresenta como pré-candidato a governador, Dinis Pinheiro deverá mudar de partido até o prazo final (setembro) de filiação partidária para quem for disputar as eleições do ano que vem. Ele deverá deixar o PP e não pretende voltar ao PSDB. Suas conversas hoje têm o DEM e o PSD como alvo. Ele tem sido acompanhado com frequência pelo presidenciável do DEM, senador goiano Ronaldo Caiado, de quem é amigo e aliado político.

Presidente da Assembleia critica judicialização da oposição

Dois depois que o Tribunal de Justiça cassou, no dia 19, a liminar que suspendia a tramitação do projeto do governo do Estado que cria fundos imobiliários, o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes (PMDB), disse que a decisão era esperada e, numa alfinetada aos deputados de oposição, disse que o Judiciário respeitou a independência dos poderes.

E mais, Adalclever ainda colocou o projeto em pauta prioritária nesta terça (23), além de convocar reuniões em três turnos. Ou seja, tirou a Assembleia da paralisia que a levou a não votar nada nos primeiros cinco meses do ano. A alegria da oposição durou apenas uma semana.

O projeto pretende vender ou hipotecar cerca de 6 mil imóveis públicos em todo o estado. O governo também refez a primeira listagem que incluía imóveis onde funcionam escolas, postos de saúde e sedes de prefeituras no interior.

 Liberdade para ex-assessora de Marcos Valério

O Supremo Tribunal Federal extinguiu a pena da ex-assessora do operador Marcos Valério e ex-diretora da agência de publicidade SMP&B, Simone Vasconcelos. Como o empresário, Simone havia sido condenada (a 12 anos de reclusão) pelo envolvimento no mensalão do PT.

Simone foi beneficiada pelo indulto de Dia das Mães, concedido em abril pela Presidência da República para as mulheres que não foram condenadas por crime violento nem eram reincidentes, além de ter mais de 60 anos e ter cumprido um sexto da pena.

(*) Jornalista político; leia mais no www.blogdoorion.com.br

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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