A gripezinha não deixou barato: quase 10% dos casos confirmados no mundo estão no Brasil e mais de 10% das mortes causadas pela Covid também se deram no país. Estamos no top 10 no ranking de mortos por milhão de habitantes e não há nenhuma previsão de início da vacinação. Nem as seringas nós conseguimos comprar…
A boiada também passou no meio ambiente: a Amazônia bateu todos os recordes de desmatamento, o Pantanal e o pampa nunca registraram tantas queimadas e os órgãos de controle foram enfraquecidos. E a viagem de Salles pela Europa acabou conhecida como o “Tour da Mentira”…
O toma lá dá cá da “velha política” voltou com força total: o Centrão já assumiu a direção de vários órgãos e secretarias e hoje controla a destinação e aplicação de bilhões de reais em recursos públicos. Mas, como disse o presidente, não adianta “ficar satanizando partidos”…
O superministro da economia se vê às voltas com 14 milhões de desempregados, 6 milhões de desalentados, queda do PIB, dívida pública em disparada e incertezas fiscais crescentes. Das privatizações prometidas, nenhuma saiu do papel. Por outro lado, a primeira estatal acaba de ser criada…
O combate à corrupção também ficou pelo caminho, juntamente com o que ainda restava da dignidade de Sérgio Moro. Suspeitas de intervenção no comando da Polícia Federal, raspadinhas e depósitos não identificados tomaram conta dos noticiários, enquanto a população se perguntava por andaria Queiroz…
A primeira metade do mandato presidencial chega ao fim evidenciando o ocaso do governo, incapaz de se articular para levar adiante as pautas que o conduziram ao Planalto. Essa, talvez, seja a única boa notícia do ano de 2020.