No último fim de semana, tive o prazer de visitar o “Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes”, e preciso dizer: foi um dia delicioso, daqueles que a gente quer repetir. A cidade de Tiradentes, com seu charme barroco, ruas de pedra e arquitetura histórica, nos envolve em um abraço mineiro. As ruas estavam lotadas de turistas, e os bares transbordavam aquele ambiente boêmio que tanto amamos.
Para quem aprecia a mineiridade e a gastronomia, esse festival é mais que um parque de diversões. A 27ª edição do festival, organizada pela Plataforma Fartura – Gastronomia do Brasil, trouxe uma verdadeira imersão cultural e gastronômica, com mais de 200 atrações espalhadas pelas praças da Rodoviária, Santíssimo e o Largo das Forras.
Ao passear pelas ruas de Tiradentes, fui atraída pelo comércio local, muito bem estruturado para receber o turismo. Os estandes de restaurantes ofereciam pratos que iam desde a simplicidade de uma receita caseira até criações sofisticadas, capazes de encantar diversos paladares. Não posso deixar de mencionar as cozinhas ao vivo, onde os chefs se apresentavam como verdadeiros artistas, transformando ingredientes em obras de arte culinária na frente de uma plateia ávida por conhecimento e sabor. Isso era comum não somente nas praças do evento, mas também nos bares e restaurantes da cidade.
Este ano, o festival teve um toque especial com a celebração do encontro entre as culturas gastronômicas de Minas e do Porto, em Portugal. Foi impressionante ver como ingredientes e técnicas, que em muitos momentos se assemelham, podem também divergir e contar histórias tão distintas. Os festins, jantares harmonizados com vinhos das regiões do Douro, Porto e Vinhos Verdes, foram um espetáculo à parte, onde chefs mineiros e portugueses uniram forças para criar menus maravilhosos.
No primeiro fim de semana, o evento apresentou alguns dos maiores nomes da culinária contemporânea em ação. Rogério Sá, do restaurante Rogério do Redondo, de Porto, compartilhou sua cozinha com Rafael Pires, do Mia, combinando ingredientes, tradições e histórias. O evento também contou com a participação de Bruna Martins, do Florestal e Birosca, de Belo Horizonte, ao lado de Vitor Matos, do restaurante Antiqvvm, em Porto.
Para os que se identificam com a gastronomia mais afetiva e belo-horizontina, encontrei por lá o estande do Bar do Zezé do Barreiro, as meninas do Matula, as carnes do COAL BBQ, Timbuca, La Palma, Paladino, Odoyá e Per Lui, além do Cogumelado, representando muito bem a nossa cidade.
A programação não se limita apenas à gastronomia; o evento conta com atrações musicais com bandas, DJ e, em destaque, as apresentações da Orquestra de Câmara Sesc e do Dudu Lima Trio para as noites frias de Tiradentes, que contrastaram com o calor que tem feito durante o dia.
A riqueza da gastronomia mineira também estava presente na Mercearia Fartura e no Espaço Sebrae Origem Minas, onde produtos típicos como queijos, cachaças, pães e embutidos foram exibidos com orgulho, representando cidades como Resende da Costa, Belo Horizonte, São Gonçalo do Rio das Pedras e Barbacena.
Ao final do dia, ao me despedir das ruas de Tiradentes, carregava um orgulho de ser mineira. Havia um sentimento de pertencimento, como se cada história compartilhada, cada sabor experimentado, tivesse me conectado ainda mais à minha própria cultura. O Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes não é apenas um evento; é uma celebração daquilo que somos, de onde viemos e das novas possibilidades que podemos explorar.
Se você ainda não foi, recomendo fortemente que faça uma visita. Ainda há tempo de curtir essa edição que celebra a gastronomia mineira e portuguesa; o acesso às praças gastronômicas é gratuito e o evento vai até o próximo domingo, 01 de setembro.
Sobre hospedagens, se Tiradentes já estiver lotada, as cidades vizinhas de São João Del Rey e Santa Cruz de Minas também são ótimas opções de hospedagem, mantendo você pertinho desse festival que, sem dúvida, me conquistou.
