Dois homens de 35 e 39 anos, responsáveis pelo incêndio que atingiu uma garagem de ônibus de turismo em Belo Horizonte, na manhã dessa terça-feira (15), foram presos em flagrante ainda ontem. A Polícia Civil investiga o caso e trabalha com duas hipóteses para a motivação do crime: uma desavença entre o proprietário da empresa de ônibus e o suspeito, por causa de um testemunho em um processo criminal, ou a prática do proprietário de vender a passagem abaixo do valor de mercado, o que estaria prejudicando empresas concorrentes.
Segundo o delegado Artur Vieira, assim que acionada, a Polícia Civil iniciou os levantamentos e conseguiu identificar os suspeitos. Na garagem, que fica no bairro Aparecida, na região Noroeste de BH, a equipe levantou provas materiais e testemunhais que a levaram de imediato à prisão de um dos suspeitos, dono de empresa concorrente, que seria o mandante do crime. O veículo utilizado pelos suspeitos também foi apreendido.
Identificação
O inspetor Renan Mendonça explica que, por meio de imagens de câmeras de segurança, os policiais identificaram dois homens em um carro. “O passageiro saiu do veículo, caminhou em direção à empresa e logo em seguida saiu em fuga. Posteriormente, iniciamos pesquisas nos sistemas policiais e diligências que resultaram na localização do indivíduo que se encontrava próximo ao veículo [utilizado no crime]. Ele estava em sua empresa de viagens, situada no terminal JK”, descreve.
Durante buscas, os policiais também encontraram, dentro do veículo apreendido, um galão de combustível branco e seu comprovante de compra, com data e horário anteriores ao crime. Na empresa do suspeito, a equipe também encontrou roupas com características compatíveis às utilizadas pela pessoa flagrada pelas câmeras de segurança.
Na sequência, os policiais localizaram e prenderam o segundo envolvido em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. “Ele confessou que os dois se encontraram no final da madrugada para cometer o crime, mas não revelou a motivação”, conta o inspetor.
De acordo com o delegado Artur Vieira, “o mandante compareceu ao local no veículo cinza apreendido e deixou o outro suspeito nas imediações para que ele ateasse fogo no estabelecimento, que culminou no prejuízo de cerca de R$1 milhão para a vítima, proprietária da empresa de transporte”.
Motivação
“Trabalhamos com duas hipóteses: primeiramente, de que o proprietário da empresa estava praticando o preço de passagem um pouco abaixo do valor de mercado, o que estaria prejudicando demais empresas. A outra motivação seria uma desavença anterior entre o proprietário da empresa e o suspeito preso, em relação a um processo criminal que esse rapaz possui”, explica o delegado sobre a motivação do crime.
O suspeito de 35 anos possui um processo criminal relacionado a tráfico de drogas e o outro, de 39, já tem passagens por crimes de roubo. “No processo criminal, em 2015, o suspeito foi condenado e a vítima [dona da empresa de ônibus] foi testemunha dos fatos relacionados ao tráfico de drogas. Ele cumpria pena e estava em liberdade provisória”, conclui.
Os dois homens foram encaminhados ao sistema prisional, e a investigação da Polícia Civil prossegue.
Com PCMG