A taxa de transmissão da Covid-19 na capital mineira passou apenas um dia no nível verde, que indica controle, e já voltou para o nível amarelo nesta sexta-feira (21), representando um alerta para a cidade. O índice foi de 0,99, ontem, para 1, hoje. Os níveis de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e de enfermaria destinados ao tratamento da doença também subiram.
As informações são do boletim epidemiológico divulgado hoje pela PBH (Prefeitura de Belo Horizonte). Quando o índice de transmissão da Covid-19, que aponta o número médio de transmissão por infectado (Rt), fica acima de 1, ele representa um alerta para a cidade, de acordo com infectologistas. A taxa indica quantas pessoas um paciente contaminado pelo novo coronavírus tem potencial para infectar.
A ocupação de leitos de UTI destinados ao tratamento da doença aumentou de 78,2% para 79,6% de ontem para hoje, e permanece no nível vermelho e máximo de alerta. Já os leitos de enfermaria, que tinham 61,4% de ocupação ontem, agora estão 61,8% ocupados. Apesar do pequeno aumento, o indicador segue no nível amarelo de alerta.
Ainda segundo o boletim, Belo Horizonte já registrou 199.192 casos de Covid-19 e 4.898 mortes em decorrência da doença. Além disso, 8.296 casos estão em acompanhamento e 185.998 pessoas já se recuperaram da infecção pelo novo coronavírus na cidade.
Já em relação à imunização contra a doença, 739.545 pessoas já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em BH, e 356.272 receberam a segunda dose. Ao todo, 1.516.985 doses foram destinadas à cidade e 1.269.534 já foram distribuídas para os grupos prioritários de imunização.
Isolamento em queda
A taxa de isolamento social em Minas Gerais e na capital vem caindo gradativamente, chegando agora ao número mais baixo desde o início de fevereiro. A queda acontece desde a segunda quinzena de abril, quando o estado saiu da Onda Roxa – fase mais restritiva do plano Minas Consciente –, e quando a PBH permitiu a reabertura do comércio, após quase cinquenta dias de grandes restrições.
Segundo o painel Monitora Covid-19, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em 15 de maio, o Índice de Permanência Domiciliar (IPD) em Minas era de apenas 8,94%, e em Belo Horizonte, de 22,31%. Já em 15 de março, quando Minas anunciou a fase mais restritiva, era de 21,68%, e chegou a 32,08% no dia 15 de abril, quando o governador anunciou que a maior parte das regiões do estado deixariam a Onda Roxa.
Em BH, na mesma data, o isolamento social era de 30,35% – nessa época, a cidade já estava há uma semana com o comércio fechado. Em 15 de abril, quatro dias antes do anúncio da nova reabertura, a permanência domiciliar chegou a 48,27%.
O médico infectologista Unaí Tupinambás, na ocasião da explosão de novas variantes da Covid-19 no Brasil, falou sobre os riscos da circulação extrema e necessidade de redução da mobilidade social. “É isso que faz com que o vírus passe de uma pessoa pra outra. Isso é absolutamente necessário”, disse ao BHAZ, em março. Ele ainda reforçou a necessidade não só de se ficar dentro de casa, mas também não se aglomerar dentro dela. “As pessoas precisam entender que não dá pra aglomerar dentro de casa”.