Por Jaynne Lamounier, especial para o BHAZ
Novo duelo contra um time na rabeira da Série B, nova decepção para o cruzeirense, cuja preocupação só cresce. Após perder para o então lanterna CSA, o Cruzeiro foi derrotado novamente na noite desta sexta (25), desta vez dentro do Mineirão, para o Avaí, que não vencia há quatro rodadas. E o que parecia uma piada de péssimo gosto em outrora ganha contornos cada vez mais dramáticos – e, o pior, reais -: o risco de ocupar a zona de descenso para a Série C.
Com o resultado, o Cabuloso continua fora do ZR, mas tem três jogos a mais do que um ocupante dessa zona (Sampaio Corrêa) e apenas um ponto à frente. Dependendo dos resultados de amanhã, o time de Ney Franco pode terminar a rodada entre os quatro piores. O próximo compromisso é na quarta-feira (30), de novo no Mineirão, mas contra a Ponte Preta, que está no outro extremo da tabela, no G4.
Perigo do alto!
O início do duelo foi animador para o torcedor celeste. Logo aos 6 minutos de jogo, Filipe Machado cobrou um escanteio fechadinho, cirúrgico, que bateu na trave após corte perigoso da zaga catarinense. Mauricio ainda tentou pegar o rebote, mas, na ânsia de fazer uma bela jogada, cometeu falta sobre o volante Jean Martim.
Lado esquerdo capenga
O ponto fraco da equipe de Ney Franco logo ficou evidente: a partida nem tinha chegado à metade e já estava clara a dificuldade do Cruzeiro em atacar pelo lado esquerdo. Enquanto Airton conseguia marcar presença pela direita e Mauricio e Arthur Caike centralizavam as jogadas, Matheus Pereira ficava claramente sobrecarregado.
Esperança também pelo alto
Já que estava difícil sair algo de pé em pé, o Cruzeiro lançou mão da jogada aérea. Aos 25 do 1T, Daniel Guedes fez a cobrança e Cacá, que já marcou seus golzinhos de cabeça, finalizou, mais uma vez, com uma cabeçada. Mas, para infelicidade azul, o arqueiro do Avaí, Lucas Frigeri, fez uma bela intervenção.
Show de cartões
Enquanto o gol não saía, o torcedor era obrigado a ver um verdadeiro show de cartões. Daniel Guedes foi o primeiro amarelado ao cometer uma falta, aos 31, em Rildo. Três minutos depois, foi a vez de Cacá cometer uma infração em Gáston Rodriguez, que já procurava o contra-ataque. Por fim, o estreante dos catarinenses, Renatinho, também entrou no time dos amarelados após entrada em Airton.
Agora vai?!
Se no campo não empolga, qualquer esperança é motivo para comemorar. Pois o cruzeirense vibrou com a mexida de Ney Franco logo no início da etapa final, aos 9: Régis entrou no lugar de Airton. Pelas redes, o torcedor depositou esperança, mas ainda contrariado: boa parte não entendia como o meia estava no banco. A outra alteração foi Marquinhos Gabriel no lugar do Maurício.
Cadê o apito, juizão?
Aos 16, cruzamento de Daniel Guedes para tentativa de cabeçada de Arthur Caike. Mas, na tentativa de acertar a bola em cheio, o atacante cruzeirense foi deslocado pelo marcador Arnaldo. O torcedor logo gritou: pênalti! O comentaria de arbitragem da Globo, Márcio Rezende de Freitas, logo cravou: pênalti! Mas o principal, o árbitro Alexandre Vargas Tavares de Jesus, nada marcou.
PQP!
Aos 33, o que o cruzeirense não imaginava nem no pesadelo. Em contra-ataque, o jogador catarinense Getúlio recebeu pela esquerda, tirou Cacá pra dançar e cruzou. Pedro Castro apareceu na segunda trave e… Gol do Avaí. Isso mesmo: o meia cabeceou para o fundo da rede cruzeirense. Pintava mais uma derrota.
Muita pressão, pouca qualidade
Após o gol, o Cruzeiro até que pressionou. Tentou com tabela, chute de fora da área… tentativas e suor não faltaram. Mas faltou qualidade. E o cruzeirense foi obrigado a assistir a mais uma revés pra lá de doído. A situação preocupa.
FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 0 X 1 AVAÍ
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 25 de setembro de 2020, sexta-feira
Horário: 21h30 (de Brasília)
Árbitro: Alexandre Vargas Tavares de Jesus (RJ)
Assistentes: Thiago Rosa de Oliveira e Daniel do Espirito Santo Parro (RJ)
Cartões amarelos: Daniel Guedes, Cacá e Ariel Cabral (Cruzeiro); Renatinho (Avaí)
Gols: Pedro Castro, aos 33 do 2T (Avaí)
CRUZEIRO: Fábio; Daniel Guedes (Rafael Luiz), Manoel, Cacá e Matheus Pereira; Ariel Cabral (Ramon), Machado e Maurício (Marquinhos Gabriel); Airton (Régis), Arthur Caíke (Thiago) e Marcelo Moreno
Técnico: Ney Franco
AVAÍ: Lucas Frigeri; Felipe (Arnaldo), Rafael Pereira (Kunde), Airton e Capa; Ralf, Ralf, Jean, Pedro Castro e Renatinho (Valdívia); Rildo (Vinícius Jaú) e Gastón Rodríguez (Getúlio).
Técnico: Geninho