Desabastecimento de energia em Minas pode acontecer ‘a qualquer momento’, diz Zema

Zema alerta para risco de desabastecimento
Governador participou de cerimônia do início do processo de tombamento do Lago de Furnas e do Lago do Peixoto (Marco Evangelista/Imprensa MG)

Regiões de Minas Gerais já correm risco de sofrer desabastecimento de energia elétrica “a qualquer momento”. A declaração é do governador Romeu Zema (Novo), que comentou nesta quarta-feira (22) a crise hídrica pela qual o estado está passando.

Na cerimônia do início do processo de tombamento do Lago de Furnas e do Lago do Peixoto, Zema disse que o sistema de abastecimento de energia está operando no limite, além de pontuar que o problema é antigo e envolve todo o país.

“Se esse problema fosse fácil, simples, ele já teria sido resolvido. É um problema complexo, ele está dentro do contexto Brasil, que é um país que tem pecado, infelizmente, pela falta de planejamento. É um país que tem escassez de chuvas, consequentemente, uma crise hídrica que está desdobrando para se tornar uma crise energética”, começou o governador.

Risco de desabastecimento

“Tenho acompanhado muito de perto a situação, a qualquer momento nós corremos risco de ter algumas regiões desabastecidas de energia elétrica. Nosso sistema está operando hoje no limite, apesar de todas as usinas termelétricas estarem funcionando”, continuou.

Zema ainda pontuou que os reservatórios de Belo Monte e Santo Antônio estão produzindo cerca de 4% da capacidade. Segundo ele, o problema se deu porque, quando os reservatórios foram construídos, não foi permitida a construção de um lago.

“Então, hoje, temos termelétricas altamente poluidoras, caras, que penalizam o consumidor, porque no passado tivemos opositores à construção de lagos. Não é um problema de hoje, é antigo”, protestou o governador ao alertar para o risco de desabastecimento.

Ele aponta que a solução do problema está em um planejamento a longo prazo, além de dizer que o estado também precisa de um pouco de chuva. Ele ainda contou que já se reuniu com o governo federal para discutir o assunto, mas eles ainda não obtiveram sucesso ao tentar resolver a questão.

Processo de tombamento

Zema participou virtualmente da cerimônia de início do processo de tombamento do Lago de Furnas e do Lago do Peixoto. De acordo com o Governo de Minas, a medida busca proteger áreas, garantir as atividades turísticas e estimular geração de empregos e renda.

Em dezembro de 2020, a ALMG (Assembleia Legislativa de Minas), por meio de emenda constitucional, acrescentou ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição do estado o tombamento dos dois Lagos para fins de conservação.

Agora, o Iepha-MG (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico) vai instaurar o processo administrativo com os estudos necessários para a definição técnica das áreas e diretrizes de preservação.

A proposta aprovada pela ALMG no ano passado e adicionada à Constituição mineira fixa limites mínimos para os níveis dos lagos de Furnas e Peixoto, utilizados como fonte de energia hidrelétrica. O intuito da proposta é “assegurar o uso múltiplo das águas para o desenvolvimento do turismo, da agricultura e da piscicultura, a par da geração de energia”.

O limite do reservatório de Furnas ficou estabelecido em 762 metros acima do nível do mar, enquanto que em Peixoto é de 663 metros. O Governo de Minas apoia integralmente o estabelecimento deste limite mínimo. No entanto, o governo federal entrou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a norma.

Com Agência Minas

Edição: Vitor Fernandes
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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