Uma dica para o segundo semestre: Seja cético/a

Hulki Okan Tabak/Unsplash

No dicionário, a definição de cético é “que não confia, duvida; descrente”. Há quem não se sinta confortável em não confiar, em duvidar, em não crer, mas eu encontro nesse adjetivo substantivo uma paz tão fácil que seria até embaraçoso procurá-la em outros lugares.

Então, bato o pé e aconselho: seja cético/a.

Ao abraçar essa condição, nada nem ninguém poderá ditar o que você deve fazer. As pessoas, as filosofias de vida, a ciência e as estrelas apenas darão sugestões. Quando você deixa claro que ninguém além de você pode moldar seu mundo, se liberta de algumas amarras.

E, como 2019 não tem sido um ano fácil, se render ao ceticismo no segundo semestre pode te livrar de algumas enrascadas, como cair em fake news ou ser levado a confiar demais em pessoas ou situações que não merecem tamanho apreço.

Ser cético/a, no entanto, não significa não ter esperança de que as coisas vão melhorar; é, simplesmente, a arte de duvidar de quem tenta definir como elas deveriam ser.

Uma vida cética, ao contrário do que muitos possam pensar, não é uma vida vazia. Ao contrário: é cheia de significados, cada qual mais real que o outro.

Acredito que uma vida cética é uma vida mágica. Estranho? Eu explico: quando tiramos do caminho tudo aquilo que nos distrai de nós mesmos, ao buscar confiança, aprovação ou redenção, nos abrimos para o que pode realmente mudar nossa vida:

Encontrar uma pessoa interessante em um café.

Ler um livro que vai surpreender suas convicções.

Entender melhor o outro.

Parar de julgar as pessoas por detalhes.

Ser constantemente encantado/a pelo novo.

Ser cético/a é não acreditar que coisas desimportantes tenham alguma relevância. Ser cético/a é não achar que existe uma recompensa para a dor ou para a privação, porque as experiências já são sua própria recompensa. Enquanto doemos, vivemos, enquanto choramos, vivemos, enquanto amamos, vivemos, e os dias passam. Quando morrermos, não vamos sentir nada disso, então melhor deixar arder agora.

Que tal? Te parece um bom conselho?

Se a resposta for “sim”, seja cético/a. Em um ano como 2019, esse adjetivo servirá à carapuça dos sobreviventes.

Começar não é fácil, já que muitas amarras nos atam a quem não somos. Mas não é impossível. Em algum lugar do caminho, o sentimento é libertador. Isso eu prometo, porque eu vi, vivi e estou aqui para contar a história.

E, pra não falar que não falei de livros, indico na coluna de hoje um clássico da literatura que me fez ser uma pessoa conscientemente cética – e inúmeras vezes mais feliz depois da leitura. Trata-se de O Mágico de Oz, obra-prima de L.F. Baum que não demora mais de uma semana para ser concluída e que, na minha humilde opinião, deveria ser lida por todos que são alfabetizados.

Contudo, não tome essa sugestão como obrigatória. Seja cético/a. Você vai aproveitar mais a vida se não acreditar, de cara, em tudo o que se diz por aí.

E, certamente, se tornará mais completo/a quando começar a fazer as próprias escolhas. Inclusive as de leitura.

Lais Menini

Laís Menini é redatora sênior, com nove anos de experiência na criação de conteúdo para internet. Nas horas vagas, ministra cursos e oficinas de escrita criativa e é blogueirinha de literatura no Literama.

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