[Bhaz nas Eleições 2016] Entrevista Rodrigo Pacheco

Confira a transcrição do que falou Rodrigo Pacheco (PMDB) nas Entrevistas Bhaz dos Candidatos à PBH 2016.

Thiago Ricci – Candidato, a educação infantil é responsabilidade do município e o senhor fala em construir outras 70 Umeis em BH, contemplando, assim, a pré-escola. Déficit de 17 mil no berçário. UMEI oferece vagas de 4-6 apenas em meio horário, o que não atende a necessidade das mães. Creche tem dificuldade para atender demanda. Como pretende solucionar?

Rodrigo Pacheco – Bom, primeiramente eu costumo dizer que eu não tenho propriamente promessas, eu tenho compromissos com aquilo que eu proponho para Belo Horizonte. Em relação à educação infantil, nós temos que compreender que a educação infantil está sendo resolvida pelas Unidades Municipais de Educação Infantil, que são as Umeis, em número de 128, mas não podemos nunca nos esquecer também das creches conveniadas, são 194, eu recentemente estive no movimento de luta pró-creche em que me advertiram muito sobre os problemas que eles estão enfrentando no dia a dia para poderem se manter adequadamente. Então a educação infantil tem que ser compreendida de maneira muito ampla, incluindo sempre as creches conveniadas. Em relação às Umeis eu tenho o compromisso de construção de 70 novas unidades para atingir quase 200 unidades em Belo Horizonte, que vai então abranger a demanda necessariamente que existe em BH das crianças que precisam ser incluídas nas Umeis. Eu reconheço muita inteligência, muito avanço nesse projeto das Umeis, que começou com o governo do Fernando Pimentel enquanto prefeito e continua e foi implementado mais ativamente pela gestão do Marcio Lacerda, então nós vamos fazer isso através das parcerias público-privadas. Você me pergunta em relação à integralidade. A minha prefeitura é uma prefeitura integral e o horário integral dos alunos também seria muito interessante. Evidentemente, que nós temos que avaliar isso dentro de impactos orçamentário, mas a ideia inicial é fazer a ampliação da rede da educação infantil com essas 70 novas Umeis, atingindo quase 200, abarcando realmente a demanda que nós precisamos e, parte dela, que eu ainda não sei quantificar com o horário integral justamente para atender esses casos de mães que precisam ter os filhos integralmente no ambiente escolar. Isso nós vamos avaliar a partir realmente da implantação dessas novas Umeis e nós queremos que BH seja realmente uma referência de educação infantil. E ao ser uma referência de educação infantil vai se tornar referência em muitos outros aspectos, porque educação é um investimento de base que precisa ser feito em qualquer sociedade civilizada.

Maira Monteiro – Candidato, em uma publicação no Facebook, o senhor afirma que mobilidade urbana deixará de ser um problema em BH, sugerindo a integração de ciclovias às estações de metrô. Como o senhor executará esse plano. Hoje, o acesso de bicicletas nos vagões do metrô funciona em horário restrito. O senhor pretende implantar bicicletários nas estações?

RP – Perfeito. Boa pergunta. A mobilidade urbana em BH não é boa. Nós temos o título de pior, quarto pior trânsito no Brasil. A população de BH tem perdido o costume de andar de transporte coletivo; antigamente há 15 anos atrás eram 50% dos belo-horizontino usavam transporte coletivo, hoje menos de 30%. Infelizmente nós temos um cultura de motorização de veículos de passeio, temos uma frota de um 1,1 milhão veículos; 1,7 milhão de belo-horizontinos, em 2,5 milhões de habitantes, utilizam-se de veículos de passeio para se locomover em BH, e isso, obviamente não dá coisa boa. Os 150 pontos de estrangulamento de trânsito que nós temos em BH, o quarto pior trânsito, é muito fruto dessa cultura. Nós temos que mudar a cultura. E para mudar a cultura nós precisamos realizar. Realizar como? Tornando realmente a mobilidade integral. Não adianta ter o BRT Move que funciona bem, são estações boas, que precisam de mais segurança e mais reparos evidentemente, mas é uma ideia muito boa a do BRT Move. Se o complemento do trajeto através da irrigação para os bairros não funciona bem no sistema de 3 mil ônibus que nós temos no sistema convencional de transporte. Então, nós realmente temos que fazer essa gestão integral em relação ao transporte coletivo por ônibus e usar novos modais de transporte que possa dar acessibilidade às pessoas, e em deles, de fato, é a ciclovia. São 70km de ciclovia em BH e o projeto é de 411 ciclovias. Eu já me comprometi a fomentar essa cultura das ciclovias em BH, mas em locais que sejam apropriados. E fazendo o uso da bicicleta, não só como esporte ou lazer ou recreação, mas como um meio de transporte efetivo, especialmente nos acessos às estações do BRT Move e nos acessos às estações do metrô. Criando-se essa cultura, através de equipamentos que funcionem com as ciclovias, e não é um investimento alto, é possível então a gente fazer essa integração, até porque é um dado realmente extraordinário que nós temos, apenas 27% da população de BH mora próxima a uma estação do metrô ou do BRT Move. Em Paris, é 100% da população que tem acesso ao transporte de massa. E aí entra em uma questão que é fundamental a gente discorrer, Maira, que é a questão do transporte de massa em BH. É isso que vai resolver efetivamente o problema do transporte em BH. E falo mesmo é do metrô, da ampliação do metrô. Ninguém tem o direito de enterrar a nossa esperança, o nosso sonho, em relação ao metrô. E eu tenho dito o seguinte: o metrô já está planejado, é possível de ser realizado, desde que haja combate de desperdício de dinheiro público no orçamento de R$ 12 bilhões, parcerias público-privadas e concessões públicas, que é um tônica hoje mundial que nós temos que adotar, e fundamentalmente, incentivos do Governo Federal com uma prefeitura que seja alinhada com o Governo Federal do novo presidente da República. Eu digo: o presidente da República é do meu partido, e eu vou fazê-lo pagar a dívida histórica que o Governo Federal tem com BH, inclusive, especialmente nessa questão da mobilidade urbana. Leia-se: ampliação do metrô, novos modais de metrô que não sejam convencionais, inclusive o monotrilho é plenamente possível. Ele é cinco vezes mais barato, mais ágil de ser implantado. A linha de Calafate ao Barreiro é possível pelo metrô convencional. O anel rodoviário, que precisa ser remediado porque aquilo é uma vergonha para BH e para RMBH. O rodoanel e essas alças que precisam sair do papel, isso sai com alinhamento com o Governo Federal e nós vamos colocar BH num protagonismo que nunca podia ter deixado de estar.

Guilherme Scarpellini – Como a sua formação de advogado criminal pode contribuir em suas ações voltadas para a segurança pública em Belo Horizonte e quais são os seus planos para a guarda municipal?

RP – Bom, boa pergunta Guilherme. Eu devo dizer o seguinte: o bom gestor público ele deve cuidar de diretrizes, de número e colocar pessoas que entendam sobremaneira daquela pasta que vai cuidar. É uma pessoa que tem que entender mais de educação do que o prefeito, mais de saúde do que o prefeito. Mas de segurança pública, esse ponto que você pergunta, eu vou cuidar pessoalmente. Justamente pela premissa que você colocou que é o fato de eu ser um advogado criminalista há 16 anos. Já na faculdade eu era ambientado às matérias de Direito Penal, de criminologia, de vitimologia, não é? Então eu trabalho há 20 anos com o estudo de criminologia, de ciências que estudam o fenômeno da criminalidade e da violência. Fui membro do conselho de criminologia e de política criminal do Estado por quatro anos, fui membro da Ordem dos Advogados do Brasil e, em várias situações temáticas, cuidávamos dessa questão de segurança pública. Então eu vou usar toda a minha experiência para poder fazer um projeto de inteligência em relação à segurança pública, que passa pela prevenção e pela repressão. Prevenção é tudo aquilo que significa inclusão de jovens e crianças, programas sociais, maior dignidade nas vilas e favela, com o sistema que é inteligentíssimo que nós estamos trazendo de Medellín, que é das unidades de vida articulada que vai dar mais dar mais cidadania, interação e inclusão para essas pessoas. Então, a prevenção se trabalha assim: com iluminação de vias com ocupação de espaços públicos. E a repressão entra justamente na pergunta que você disse. Nós precisamos aumentar o investimento que hoje é de 1% do orçamento da prefeitura em segurança pública para pelo menos 3% desse orçamento. E investir efetivamente em sistemas de repressão, de punição, que sejam eficientes. E o DNA disso está na guarda municipal. A guarda municipal tem um papel fundamental. São cerca de 2,2 mil homens, que precisam ser valorizados, treinados, integrados com outras forças policiais, inclusive do Estado, aparelhados devidamente, inclusive com armamento, e essa questão já está superada em razão da lei federal os permite portar armas de fogo. Então nós vamos realmente não militarizar propriamente. Nós vamos treiná-la para que seja uma guarda municipal que constitua uma força policial efetiva. Para isso eles precisam estar treinados, valorizados, felizes de trabalhar. E fazer uma guarda municipal que seja comunitária, que esteja próxima do cidadão. Porque não pensar em bases comunitárias em que os guarda municipais que estão aqui no bairro Santo Antônio, por exemplo, conheça os comerciantes, conheças os moradores e a população, por sua vez, conheça os guardas municipais que são os patrulheiros do patrimônio e da dignidade e da integridade das pessoas. Nós temos que fazer com que haja essa proximidade da guarda municipal com o cidadão de BH e, nessa gestão, então, de prevenção e de repressão, nós vamos conseguir fazer com que BH saia desse título de uma das capitais mais violentas do Brasil, mais do que SP e mais do que RJ. Não sei se você sabe disto, mas os crimes violentos em BH superam proporcionalmente capitais como RJ e SP e nós precisamos realmente romper com esse título e tornar BH a cidade mais segura do mundo, do Brasil, do mundo não, não vai ser possível por enquanto, mas do Brasil é possível tornar a capital mais segura, e nós vamos trabalhar muito, envidar muitos esforços para que isso aconteça.

Roberth Costa – A PBH alega que 50% do orçamento do Hospital do Barreiro é proveniente de recursos do Ministério da Saúde e, com a falta do repasse, parte do hospital está fechada. Já que é um candidato alinhado com o governo federal, esse problema será definitivamente resolvido caso o senhor seja eleito?

RP – Roberth, obrigado pela pergunta. Primeiro temos que compreender que a saúde tem que ser avaliada mais amplamente, não só são os equipamentos do município. Hoje eu estive na Santa Casa da Misericórdia de BH, que é um fenômeno em termos de estrutura, que precisa ser valorizada pela prefeitura. Então nós temos realmente que fazer interagir todos esses equipamentos de saúde para gente ter saúde de qualidade em BH. A saúde de BH eu tenho como base de governo a não construção de novas unidades por enquanto. Fazer funcionar realmente as que existem, as 148 Unidades Básicas de Saúde, as nove UPAs, Hospital Odilon Behrens e o Hospital Metropolitana Dr. Célio de Castro, que é esse justamente lá do Barreiro. 42 mil metros quadrados, 439 leitos, funciona apenas 10% de sua capacidade. Falta de prestígio político da prefeitura, não comprometimento do governo estadual e governo federal nesse quesito. Então nós realmente temos que ter esse prestígio, junto ao Governo Federal, para que pague essa dívida histórica. Dentro dessa dívida histórica está o funcionamento do Hospital do Barreiro. Ontem eu estive com o presidente Michel Temer em Brasília e dos 30 minutos que nós tivemos de conversa, 15 minutos foi relacionado ao Hospital do Barreiro. Eu expliquei a ele o que é o Hospital do Barreiro, a beleza que é aquela construção e o significado que terá para BH e para RMBH. Expliquei como vai funcionar quando estiver funcionando em 100%, e é um dos compromissos que o Governo Federal terá com nosso gestão. Como é o do metrô é também o Hospital do Barreiro de fazê-lo funcionar na sua plenitude. Um vez funcionando todos os equipamentos, os 580 Equipes de Saúde da Família, Núcleo de Assistência à Saúde da Família, todos esses equipamentos de saúde pública e, ainda assim, houver demandas da saúde, aí nós podemos pensar em construção de novas unidades. Mas às vezes é melhor incentivar o hospital filantrópico como a Santa Casa para criar lá novos mecanismos, novas especialidades, do que realmente construir uma unidade nova. O que é importante é a população ter saúde, esse compromisso eu tenho. A população de BH vai ter uma saúde de qualidade nos quatro anos de minha gestão.

Thiago Ricci – O Cine Pathé na Savassi recebeu o título de Patrimônio Cultural de BH, mas o prédio é uma propriedade privada. Existia uma negociação para que o cinema fosse reativado. No entanto, nenhum acordo foi firmado e o espaço funciona como um estacionamento. Esse é um problema que já vimos acontecer com outros espaços, como o Teatro Francisco Nunes que chegou a ficar fechado durante cerca de sete anos. Como resolver esse tipo de impasse?

RP – Bom, sem dúvida alguma. O quesito guru nessa matéria, que é meu amigo e colega de partido Angelo Oswaldo, secretário de Cultura. É realmente um sábio nessa matéria, um homem com uma sensibilidade, fruto da atividade cultural dele mesmo. Eu o ouço muito nessa matéria, como tenho outras pessoas também que me ajudam nesse sentido. É dentro daquela questão: nós temos que colocar pessoas que conheçam mais do que a gente disso. Nós temos que compreender Cultura como algo essencial para manutenção da nossa tradição, da nossa identidade histórica, para fomentar o turismo, e a cultura como alavanca do desenvolvimento econômico. Eu costumo dizer que não há desenvolvimento humano e social sem desenvolvimento econômico. E para se desenvolver a economia de BH, um dos itens é evidentemente a valorização e a preservação da Cultura. Leia-se inclusive o patrimônio cultural da humanidade, que é a Pampulha, que também precisa cumprir lá as condicionantes para manter esse título da Unesco. E você cita o Cine Pathé, o teatro Francisco Nunes e outros equipamentos de cultura que nós temos em BH. Nós temos que fazê-los funcionar bem através da fundação. Não penso propriamente na criação de uma secretaria, porque eu acho o seguinte: melhor do que aparelhar ou dar status é fazer funcionar efetivamente com um orçamento que seja adequado. Fazer as parcerias público-privadas e usar recursos da iniciativa privada para manter a nossa cultura pujante, porque nós temos uma cultura realmente formidável em BH e MG que precisa ser destacada. Então eu teria uma atenção muito especial e um respeito absoluto a cultura, não só pelo que falei de manutenção da tradição e de valorização de um item que é fundamental, mas como fator de algo que eu tenho como prioridade de governo que é de geração de renda, riqueza e de emprego em BH. E um dos catalisadores disso é a cultura, e quase que eu ia me esquecendo também. A cultura integrando nosso sistema de prevenção e de segurança pública, que é fundamental. As unidades de vida articulada que nós vamos criar nas vilas e favelas de BH têm necessariamente a presença de cultura. De dança, de arte de teatro, enfim, todas as modalidade de cultura são essenciais para ocupar as nossa crianças e os nossos jovens e idosos também, para evitar que haja outros problemas que são desencadeados a partir de um política que não tenha cultura. Então, nós temos a prioridade em relação à cultura.

Maira Monteiro – Candidato, a rixa entre Uber e taxistas tem criado uma sensação de medo em passageiros e até mesmo nas categorias. Em São Paulo, por exemplo, essa situação foi amenizada com a regulamentação dos aplicativos. O senhor pretende ter uma postura ativa na resolução do problema ou seguirá a linha de que se trata de uma problema judicial?

RP – Bom, primeiro nós temos que obedecer as leis e as decisões judiciais. Decisão judicial é para ser cumprida. Ela pode ser obviamente objeto de recursos mas decisão judicial é para ser cumprida. Esse é um tema muito controvertido que a gente tem que enfrentar efetivamente. Nós temos que ver de um lado, o direito dos taxistas. São quase 15 mil trabalhadores do táxi, são 7 mil táxis, agora vai passar para 7,5 mil. É uma classe que precisa ser valorizada e respeitada. Até porque eu defendo muito, Maira, a previsibilidade a segurança jurídica das relações. E nós não podemos nunca, a pretexto de nos render a uma inovação, sacrificar o direito deles. Mas, sobretudo, nós temos que entender que esses métodos inovadores são uma tendência mundial, não é só de BH ou nacional. Essa é uma tendência mundial e quem for refratário a novas inovações pode cair realmente na mesmice da tradição. O que nós temos é que fazer coabitar as duas modalidades, das duas formas, mas a condição para isso é que haja realmente definição por parte do poder Judiciário em relação a isso e digo mais: a solução não necessariamente será do prefeito de BH ou de qualquer outro prefeito de qualquer outra cidade. A solução do Uber passa pela regulamentação através de lei federal. Isso já está em trâmite na Câmara dos Deputados, estará em trâmite no Senado Federal. Isso precisa ser regulamentado em cima, em nível de Brasília e, a partir dessa lei federal, a lei haverá de ser cumprida. Mas, neste momento, nós temos que parar com esse momento, esse ódio que está criando entre as duas categorias, os taxistas têm as razões deles em relação ao trabalho que eles já desenvolvem, a programação que eles já fizeram de vida, previsibilidade, educação jurídica das relações. E as pessoas, 80% são favoráveis ao Uber, porque é uma inovação, presta um bom serviço, então nós temos que coabitar isso. Mas a condição para isso é que haja uma regulamentação efetiva e um pronunciamento efetivo do poder Judiciário e fundamentalmente do Congresso Nacional e do presidente da República em relação a isso.

Thiago Ricci – Candidato, o senhor entrou na vida pública há um ano e meio, quando se elegeu deputado federal, em 2014. O senhor sempre atuou no campo do Direito e nunca participou efetivamente de um governo, seja em secretaria ou qualquer outra estrutura executiva. Qual o tamanho do desafio que é governar Belo Horizonte para o senhor?

RP – Olha, experiência ela tem que ser avaliada no todo. Eu sou um profissional, advogado há 16 anos. Graças a Deus muito bem sucedido. O que eu peguei para fazer na minha vida eu fiz muito bem. Na advocacia, na Ordem dos Advogados do Brasil, onde eu geri comissões importantes, como a Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados, revolucionamos a defesa das prerrogativas dos advogados e da própria cidadania, no modelo, na época que nós criamos, de delegados de prerrogativas, plantão de prerrogativas etc. Fui o conselheiro federal mais jovem da história da entidade, da OAB, da história, representando MG. E me tornei deputado federal. Além de ser empresário. Eu tenho negócios fora da advocacia, que graças a Deus também são bem sucedidos. Então eu tenho experiência administrativa na vida privada, tenho experiência administrativa como advogado, tenho experiência administrativa na entidade na qual participei que é a OAB, e agora estou na Câmara dos Deputados, sou vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça também, que é um fato inédito, de presidência de CCJ de deputado de primeiro mandato. Então eu considero que eu tenho inteligência, boa vontade, sabedoria e fundamentalmente, com a característica que eu tenho de saber ouvir quem entenda mais do eu de determinado assunto. Então o gestor é isso: ele é o maestro de uma orquestra, cada um toca um instrumento, o instrumento da segurança pública eu vou tocar, junto com a orquestra, e faz a platéia gostar. E a nossa plateia é o povo de Belo Horizonte que vai ter uma gestão com governança pública de qualidade, bem assessorada, com critérios técnicos e com base na meritocracia e não apadrinhamento político. Com gestão na saúde, segurança, mobilidade urbana que funcione. Com governança com transparência, com sustentabilidade, com conformidade legal, com prestação de contas responsável para você e todo cidadão de BH. Isso eu vou fazer. Mas o que é uma característica minha e eu repito, que é de saber ouvir as pessoas, o que essa prefeitura atual não tem. Que é ouvir o cidadão, ouvir o servidor público, ouvir os mais de 600 comissões, colegiados, conferências que nós temos em BH, que não têm vez e não tem voz. Então eu considero que não me falta experiência e vou ser o melhor prefeito da história de BH se eu merecer o apoio das pessoas de BH.

Maira Monteiro – Candidato, o senhor votou pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) e alguns eleitores, alinhados com partidos de esquerda, se referem ao senhor como “candidato golpista”. De que forma a alusão ao processo de impeachment pode prejudicar a campanha do senhor, e como o senhor avalia os movimentos “Fora Temer” que ocorreram na capital?

RP – Olha, eu integro um partido político, estou há um ano e meio na política como deputado federal. Embora eu integre um partido político, que eu costumo dizer, é o partido da redemocratização, é o partido de Pedro Simon, Jarbas Vasconcelos, Ulysses Guimarães, Tancredo Neves. Eu tenho orgulho dessa história do meu partido. Não concordo com determinados grupos e segmentos do meu partido, que, por ser o maior partido do Brasil, tem a suas opções. Mas digo a você o seguinte: independente do meu partido eu votaria na admissibilidade do impeachment de novo. Por convicção pessoal, por convicção jurídica, a Ordem dos Advogados do Brasil apoiou a admissibilidade do impeachment, o meu partido apoiou a admissibilidade do impeachment e eu votei de acordo com a minha consciência. Essa denominação de golpista não só eu acho que é jogo de marketing e, sinceramente, isso está soando música para os meus ouvidos porque eu cumpri o meu dever. O meu compromisso é com o cidadão, com a minha consciência e com o meu país. Eu voto assim. E voto de maneira independente. Votei contra o meu partido várias vezes na Câmara dos Deputados. Várias mesmo: contra a atividade-fim, a terceirização da atividade-fim, que meu partido queria que votasse e eu votei contra; a redução da maioridade penal, que eu fui contra e o meu partido era a favor. O financiamento a candidatos, eu votei contra ao financiamento a candidatos em eleição, na reforma política, eu votei contra, o meu partido era a favor. Então eu voto com independência, então eu não tenho dúvida nenhuma quanto a isso. Meu mandato de deputado pertence a mim e pertence aos 93 mil votos que eu tive. Eu financiei minha própria campanha, não precisei de ajuda de pessoa jurídica, aliás não as tive, e agora eu tenho independência para votar da forma que eu achar que a minha consciência determina, que meu país determina e que as pessoas que eu represento. Votei pela admissibilidade do impeachment, votei pela cassação do Eduardo Cunha e vou continuar votando de acordo com a minha consciência independente do título que queiram me dar determinados segmentos derrotados da sociedade.

Guilherme Scarpellini – O PMDB vem perdendo espaço no Governo de Minas. Começando pela exoneração do secretário Altamir Rôso, a extinção do Deop (ocupado pelo PMDB) e agora a exoneração de Mateus Moura da vice-presidência da Cemig, um dos homens de confiança de Antônio Andrade. Como está a relação do PMDB com o PT em Minas?

RP – Favorável à gestão municipal em um projeto nosso? Em um projeto nosso, claro. Não, não, o PT tem o candidato dele PT, que é o candidato do governador do Estado, que é o Reginaldo Lopes. O PMDB tem o candidato dele que sou eu, apoiado pelo Antônio Andrade, pelo Mateus Moura, pelo Autamir Rôso, pelas pessoas que são do PMDB. Eu quero acreditar o seguinte, que em um eventual desgaste que pode haver entre PT e PMDB são pontos isolados. há, obviamente, um interesse maior, que é o interesse da governabilidade do Estado. A gente sai de uma crise que é realmente uma crise histórica em MG. Tem o secretário de saúde, que é o do meu partido e um apoiador meu, que o Sávio Souza Cruz. Então há critérios do governador do Estado que eu não quero discutir, em relação a quem fica, quem sai, quem permanece, quem pode ser substituído. Então é uma coisa que eu não participo, não interfiro, até porque o meu foco, Guilherme, é o foco no meu mandato de deputado federal e o meu foco em BH na proposta que tem, que nós temos em BH. O que eu quero é deixar claro o seguinte: eu sendo prefeito de BH, nós temos a preferência do presidente da República e, portanto, há portas abertas do Governo Federal para gente colocar BH no cenário que não podia ter perdido, que é o cenário de protagonismo das três principais capitais do país. E ter uma excelente relação com o governo do Estado, independente de algum desgaste que possa ter havido em algum pormenor nessa relação PMDB com o PT, eu tenho a absoluta convicção que o governador Fernando Pimentel será um parceiro da nossa administração pública e os recursos do Governo do Estado virão para BH como virão, certamente, os do Governo Federal. Eu prefiro fazer isso. Uma política de construção, diminuindo as arestas e valorizando o que há de positivo nessa relação, porque nós temos um inimigo comum. Nosso inimigo não é partido político, nosso inimigo é a deficiência do governo, é o não atendimento das políticas sociais, é o não funcionamento de postos de saúde, é o trânsito que não funciona, esses são os nossos inimigos. Essa politicagem de época de campanha aí a gente deixa de lado.

Roberth Costa – LEITOR: Cristiane Da Conceição Silva Queria saber se como dito pelo Senhor Marcio Lacerda a Pampulha estará limpa em 2017. O senhor garante que continuará esse processo?

RP – Bom, acho que aí é uma crítica construtiva à gestão atual que ela se preocupou mais com o título da Unesco de patrimônio cultural da humanidade, que é algo que nós temos que aplaudir e comemorar, mas deixou aquilo que na prática interessa à população da Pampulha e para população de BH. Essa questão da despoluição da Lagoa da Pampulha já não é mais faculdade do governo. É obrigação do governo municipal e nós temos que fazer, na nossa gestão, a despoluição da Lagoa da Pampulha. Já houve investimentos e financiamentos para isso, que infelizmente foi por água abaixo, pelo ralo o dinheiro. Nós temos agora que despoluir, não tem mais conversa, isso tem que ser resolvido, até porque é uma das condicionantes para manter o título de patrimônio cultural da humanidade que nós não podemos perder. Então no meu governo eu tenho o compromisso de fazer a despoluição da Lagoa da Pampulha e ela será feita. Então, quanto a isso, não tenha dúvida alguma. Em relação aos prazos, nós temos que cumprir os prazos. Evidentemente, se dilatar algum prazo ninguém vai morrer por causa disso. Mas nós temos que realmente fazer a programação funcionar e efetivamente entregar a lagoa despoluída. Então esse é um compromisso que eu tenho, vamos tentar cumprir os prazos, vamos tentar obter os recursos, vamos obter os recursos com a ajuda inclusive do Governo Federal para despoluir a Lagoa da Pampulha.

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