MPE apura existência de caixa 2 na campanha de Bolsonaro; Haddad quer Ciro no 2º turno

Fotos: Agência Brasil/Divulgação

O Ministério Público Eleitoral (MPE) apura a suspeita de que empresas privadas estejam fazendo doações ilegais para a campanha do candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL). Pelo menos dois pedidos de investigação já foram protocolados nesta quinta-feira (18) na Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE). A expectativa é que outras representações sejam apresentadas diretamente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os pedidos de investigação foram abertos depois que reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta quinta informou que empresários favoráveis a Bolsonaro estariam contratando o serviço de disparo de mensagens por aplicativo de celular, com investimentos que podem chegar a R$ 12 milhões. Esse tipo de transação é considerado caixa 2 de campanha eleitoral.

O serviço, segundo o jornal, se vale da utilização de números no exterior para enviar centenas de milhões de mensagens, burlando as restrições que o WhatsApp impõe a usuários brasileiros. As atividades envolvem o uso de cadastros vendidos de forma irregular. A legislação eleitoral só permite o uso de listas elaboradas voluntariamente pelas próprias campanhas. O financiamento empresarial de campanha também é proibido.

Ciro no segundo turno

Diante das suspeitas do envolvimento de empresários favoráveis a Jair Bolsonaro no envio de mensagens contra o PT no WhatsApp, o candidato do partido à Presidência da República, Fernando Haddad, disse, pela manhã, que o correto seria Ciro Gomes (PDT) concorrer com ele no segundo turno. Ciro ficou em terceiro lugar no primeiro turno ao obter 12,47% dos votos válidos.

“É o que a legislação prevê, porque ele [Jair Bolsonaro, do PSL] tentou fraudar a eleição, felizmente não deu primeiro turno. Se desse, isso tudo ia pra baixo do tapete”, disse Haddad referindo-se às informações publicadas nesta quinta-feira (18) na imprensa sobre a suposta existência de um grupo de empresários que financia o envio em massa de mensagens falsas via WhatsApp.

O petista defendeu ainda que pelo menos um dos empresários suspeitos de participar do grupo fosse preso para que os demais fossem delatados. Segundo ele, o grupo reúne de 20 a 30 pessoas.

“Basta prender um empresário que vai ter delação premiada e vai entregar a quadrilha toda. Nós estamos falando de 20 a 30 empresários envolvidos nesse esquema. Se prender um, em menos de 10 dias a gente vai ter a relação de todos os empresários que estão financiando com caixa 2 uma campanha difamatória.”

O candidato do PSL Jair Bolsonaro não se manifestou publicamente sobre o assunto.

Apoio

Fernando Haddad recebeu uma moção de apoio de um grupo de intelectuais das mais distintas áreas em um documento intitulado “às lideranças democráticas”. Assinam o documento Luiz Carlos Bresser-Pereira, ex-PSDB e ministro do governo do Fernando Henrique Cardoso; Paulo Sérgio Pinheiro, que também participou do ato com juristas; Maria Hermínia Tavares de Almeida, professora de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) e o historiador Luiz Felipe Alencastro.

Também subscrevem a moção André Singer, Roberto Schwarz, Rubens Ricupero, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, Celso Amorim, Belisário dos Santos Jr, José Carlos Dias e Paulo Nogueira Batista Jr.

“O que nós vemos como perspectiva é um período de fechamento profundo da sociedade brasileira se for eleito o senhor [Jair Bolsonaro, PSL]”, disse Bresser-Pereira. Ele defendeu a formação de uma frente democrática, com candidatos que participaram do primeiro turno. “Claro que eles querem o governo se abra para eles”, disse, dirigindo-se ao petista.

Da Agência Brasil

 

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