Esposa de Bonner lamenta morte do afilhado de 21 anos e faz alerta necessário sobre depressão

natasha dantas
Em postagens compartilhadas no Instagram, Natasha deixa apoio à pessoas que enfrentam a doença (Reprodução/@natashadantasb/Instagram)

A fisioterapeuta Natasha Dantas, esposa do apresentador William Bonner, compartilhou nas redes sociais um momento delicado e bastante doloroso que a sua família está enfrentando. Em uma série de postagens compartilhadas no Instagram, Natasha lamenta a morte do afilhado, de 21 anos, que tirou a própria vida em decorrência de um quadro grave de depressão.

“No início dessa semana, minha família sofreu uma grande perda. Meu afilhado, com 21 anos, sofrendo de depressão tirou sua vida”, anuncia a fisioterapeuta. Em seguida, ela faz um apelo para que as pessoas se atentem aos sinais emitidos por pessoas que enfrentam a doença.

“Precisamos estar sempre atentos aos nossos. São pequenos os sinais que eles nos emitem. É um comportamento. Uma conversa. Um olhar. A legenda de uma foto nas redes sociais. Tudo precisa ser observado!”, pontua.

Natasha ainda aproveita o espaço para deixar uma mensagem de apoio. “Fiquem atentos! Cuidem dos seus! E quem sofre desse mal: Cuide-se! Procure ajuda! Fale abertamente! Depressão tem tratamento! Você pode vencer essa batalha!”, finaliza.

‘Depressão não tem cara’

Nos comentários da publicação de Natasha Dantas, diversas pessoas diagnosticadas com depressão se sentiram a vontade para compartilhar as suas histórias. “Sofro com depressão desde 1988, sempre medicada. Enviamos sinais e ninguém percebe ou finge não perceber, pra não ter trabalho (comigo foi assim). E continua sendo até hoje. Tenho que me cuidar sozinha”, relatou uma pessoa.

E casos como esse, infelizmente, não estão isolados. Dados da Organização Pan-Americana de Saúde revelam que o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos em todo o mundo. Em reportagem especial sobre o assunto, publicada em 2020, o BHAZ conversou com o psicólogo e psicanalista mineiro Eduardo Lucas Andrade, que faz um alerta (veja aqui).

“A depressão não é do campo da lógica, então pode afetar qualquer pessoa. Pessoas consideradas belas, as ricas e com oportunidades também têm depressão. É preciso falar sobre e escutar pessoas nessas condições para que haja possibilidade de acolhimento”, explica.

‘É preciso empatia’

O psicanalista ressalta, também, que as pessoas ao redor do paciente que está enfrentando esse problema não devem invadir o seu espaço. “Quem tem depressão sabe que o excesso também pode ser um motivador, já que é uma doença do campo do sentimento. É preciso empatia para entender que trata-se de uma condição visceral, sem lógica concreta, que leva a um sofrimento existencial”, diz.

Para a psicóloga especialista em saúde mental Thaís Alves, também ouvida pela reportagem, o assunto deve ser encarado como um problema de todos. Ela ainda aponta caminhos para que as pessoas possam se cuidar.

“A sociedade tem que se envolver nessa discussão, assim como as famílias, amigos e pessoas próximas. O sofrimento do outro tem sido banalizado, mas é impossível pensar em intervenções sem traçar uma relação com o ambiente em que a pessoa propensa ao autoextermínio vive. Trata-se de todo um processo”, pondera.

Prevenção

Se você atravessa uma fase difícil, tomada por desânimo e, inclusive, esta notícia despertou sentimentos desagradáveis, procure ajuda. Uma das possibilidades é por meio de ligações para o CVV (Centro de Valorização da Vida), que auxilia na prevenção do suicídio, pelo telefone 188.

Ligações para o CVV (Centro de Valorização da Vida) são gratuitas em todo o país. Por meio do telefone 188, pessoas que sofrem de ansiedade, depressão ou que correm risco de cometer suicídio conversam com voluntários da instituição e são aconselhados. A assistência também é prestada pessoalmente, por e-mail ou chat.

Além do CVV, também existem no Brasil os Caps (Centros de Atenção Psicossocial). Trata-se de um serviço aberto constituído por uma equipe multiprofissional, que atua interdisciplinarmente no atendimento a pessoas com sofrimento ou transtorno mental.

Especialistas em saúde mental reforçam a necessidade de busca por ajuda em momentos difíceis, já que todos nós estamos sujeitos a enfrentar questões que nos atordoam e causam sofrimento. Por isso, a mensagem é: você não está sozinho(a).

Edição: Vitor Fernandes
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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