Fumaça de incêndios na Austrália chega ao Brasil e pode se alastrar

INPE/Reprodução + MetSul/Reprodução

O céu do Rio Grande do Sul amanheceu nublado nesta quarta-feira (8), mas não era a chuva que se aproximava. A fumaça dos incêndios que se alastram pela Austrália percorreu mais de 12 mil quilômetros e chegou ao Brasil na terça-feira (7). Uma imagem de satélite divulgada pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostra o estado gaúcho encoberto pela fumaça.

No começo da manhã desta quarta, a empresa de meteorologia MetSul registrou que o Rio Grande do Sul, assim como parte da Argentina e do Uruguai, ainda estavam sob a fumaça.

Segundo o instituto Climatempo, os efeitos só podem ser percebidos por uma mudança na coloração do céu, mas a temperatura e as condições de chuva não se alteram. Imagens que registram um pôr do sol mais avermelhado, decorrente da chegada da coluna de fumaça, foram compartilhadas na internet.

O Climatempo divulgou, ainda, que mais plumas das queimadas devem chegar à América do Sul nesta quarta-feira. Imagens de satélite mostram uma grande quantidade de fumaça em deslocamento no Oceano Pacífico em direção à região sul-americana.

O fogo na Austrália

As queimadas são um fenômeno comum na Austrália e costumam acontecer principalmente nos meses de novembro e dezembro. O fogo é causado pelas temperaturas altas características do verão australiano e a pouca quantidade de chuva, que deixa as grandes áreas de vegetação extremamente secas. Os ventos fortes dessa época do ano também ajudam a espalhar as chamas, agravando naturalmente a situação.

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No entanto, no ano passado os incêndios começaram antes do previsto, em setembro, e foram agravados pelas temperaturas que passavam dos 44ºC, mais altas do que o normal para a época. Esses fatores fizeram com que a situação saísse do controle e preocupassem autoridades do mundo todo.

Na manhã desta quarta-feira, o Centro de Meteorologia do Governo da Austrália informou em um comunicado que o país teve o dezembro mais seco da história.

Imagens de satélite publicadas pela NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço) na última quarta-feira (1) mostram a diferença do país em julho, quando ainda tinha o céu limpo, e em janeiro, coberto de fumaça. Sydney foi declarada a cidade mais quente do mundo devido aos incêndios.

Com altas temperaturas esperadas para os meses de janeiro e fevereiro na Austrália, não há previsão iminente do fim dos incêndios.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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