‘Gay x Crente II’: Continuação de viral critica conservadorismo religioso

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Vídeo conta com narrativa contra o conservadorismo e diversos efeitos especiais (Divulgação/Zel Junior)

Você provavelmente já deve ter se deparado com algum vídeo do baiano Zel Junior, que faz produções com efeitos de todos os tipos, e tem uma narrativa contra o conservadorismo. O influenciador digital lançou hoje (31) a segunda parte do viral Gay x Crente, que fez sucesso no fim de 2019. A produção era muito aguardada pelos fãs de Zel, que precisou de muita determinação para superar os problemas durante a edição. Além disso, o influenciador também ficou mais conhecido após assumir a administração das redes sociais de Fiuk durante a passagem dele pelo Big Brother Brasil 21.

Com temática LGBT, o vídeo mostra, de forma bem-humorada, as dificuldades e preconceitos vividos pela comunidade no meio religioso. “A galera LGBT se identifica, pois vive isso todos os dias. No lançamento do primeiro Gay x Crente, era o auge da briga do Porta dos Fundos contra religiosos. Duas horas depois que o vídeo foi postado, teve aquele ataque ao Porta“, começa Zel Junior.

O assunto sério acabou virando um meme nas redes por conta do vídeo, o que impulsionou ainda mais a produção. “A gente ainda falou sobre a Luísa Sonza no vídeo, que na época sofria muito com o machismo. Ela compartilhou o vídeo no Twitter também, o que ajudou muito”.

Haters organizados

Com os ataques ao conservadorismo, essa parte da sociedade se uniu para derrubar os vídeo do influenciador. “Os únicos lugares que eles não caem são no YouTube e Twitter. Caiu umas três vezes no meu Instagram e várias vezes no Facebook, em páginas com milhões de visualizações”.

“Já recebi prints de grupos que se organizam para derrubar qualquer coisa que a gente lance. Na época que a gente lançou o primeiro, teve uma galera que fez uma campanha no Twitter para o Silas Malafaia e o Marco Feliciano para processarem a gente, mas não deu em nada”, continua Zel Junior.

Diferencial, investimento e melhor amiga

O principal ponto que se destaca das demais produções vistas no YouTube, é a grande gama de efeitos especiais que cada vídeo traz. “O meu lance com os vídeos é que faço algo que eu mesmo queria assistir, mas ainda não tinha em lugar nenhum. Não temos muitos canais no Brasil fazendo isso, com tantos efeitos. Conheço poucos que misturam tudo, efeitos especiais, explosões, etc. Acho que a galera vai começar a olhar para investir mais no audiovisual”.

Em uma situação normal, Zel conta que o vídeo poderia ser liberado para o público em um mês. “Isso com todo o processo certinho. Fiquei o ano de 2020 todo produzindo ele. Como tivemos a pandemia, a situação de São Paulo estava muito preocupante. Tivemos que prolongar muito mais o processo para garantir a segurança da equipe. Precisamos juntar muito dinheiro”.

O valor gasto do primeiro Gay x Crente para o segundo é bem elevado. “O primeiro produzi todo R$ 500. Já o segundo, a gente gastou no mínimo uns R$ 10 mil. A locação era no interior de São Paulo. Só para a gente chegar lá, eu não ia deixar a galera pegar transporte publico para ir para a gravação, aí paguei aplicativo de transporte. Teve deslocamento do elenco que chegou a R$ 500 a corrida. Eu e minha amiga Jade Mascarenhas, que também atua no vídeo, tiramos tudo do nosso bolso”.

Zel tem um apreço muito grande por sua amiga Jade. “Ela sempre fez teatro, desde a adolescência. Eu conheci ela há uns sete anos fazendo vídeos para a internet, pelo extinto aplicativo Vine. A gente acabou se conhecendo por meio de amigos em comum. Demorou muito tempo para a gente entender o formato que deveríamos seguir”. Por enquanto, a dupla não teve retorno financeiro. “Somos tão apaixonados que é esse o motivo de continuarmos fazendo. Estamos a tanto tempo nisso, que se fosse esperar retorno já teríamos desistido”, conta Zel entre risadas.

Veja um dos vídeos de Jade para o Instagram:

Gay x Crente II

Durante a entrevista, o influenciador conta que, após comentários feitos em uma matéria do BHAZ, ele se inspirou para uma fala no vídeo. “Quando a gente fez a matéria ano passado, alguém questionou no portal onde é que eu fazia sucesso, que só me ‘assistiam no meu bairro’. Daí veio a fala de seguidores e Jesus.

O vídeo também tem referências a vários outras produções do canal. “Fui incluindo referências de momentos que a comunidade LGBT sofreu essa opressão vindo desse lado cristão. Fui colocando tudo isso no vídeo”, relata.

O que mais complicou a situação para o lançamento do vídeo foi a parte dos efeitos especiais. “A gente contratou um cara que faz efeitos especiais práticos. Temos duas maneiras: os efeitos digitais e os práticos, que são feitos na hora com explosões, tiros reais”.

Segundo Zel Junior, essa pessoa se ofereceu para fazer parte da produção, pediu para que fosse contratado. “Acabamos contratando esse profissional, ele disse que fazia muito bem, contou até história de Hollywood. Pegamos o dinheiro que era para outros vídeos e o contratamos”.

“Ele acabou com o vídeo, foi um show de horrores. Tudo o que ele fez deu muito errado. Na edição eu tive que consertar os erros dele e fazer em cima das falhas. Tem umas três cenas no vídeo que tive que desenhar paredes falsas só para esconder erros grotescos”, conta o influenciador.

Mesmo com todos os problemas, o vídeo finalmente saiu, Veja o resultado:

Fiuk e BBB

Zel Junior estava realmente obcecado em entregar o melhor resultado possível para o vídeo, e convite de Fiuk foi uma surpresa. “Eu estava ficando meio doido. Precisava dar um tempo nesses vídeos, e focar em outra coisa. Já trabalho com a Cleo há um ano e meio. O Fiuk do nada me liga e diz que esta indo para o BBB e que precisava da minha ajuda”.

Após o pedido inusitado, Zel conta que topou na hora. “Preparamos todo o conteúdo antes dele entrar. Fiquei com a administração de tudo, desde grupos no Telegram, página no Facebook, TikTok, Instagram, Twitter”.

“Eu não imaginava que existia tanta fake news em um programa de entretenimento. Fui muito achando que era só coisas legais, melhores momentos”, lembra Zel rindo. “A gente foi pego por fake news gigantes, coisas bizarras. Por causa de uma briga dele por comida, a galera descobria meu endereço, família, desligaram a minha internet algumas vezes. Conseguiram localizar parentes que nem tenho contato”.

Fiuk posa com Zel Junior e equipe (Arquivo pessoal/Zel Junior)

Nos bastidores, ele ficou sabendo de situações ainda piores. “Eu soube que teve participantes com fãs do programa na porta para bater na família. É algo muito doido, nível muito ‘hard’. Acredito que esse foi mais tenso por conta do longo tempo em casa, era algo que tinha a se apegar. Foi tudo extremo muito grande, ódio e amor”.

Zel afirma que Fiuk levou todos os memes na brincadeira e que o BBB foi um divisor de águas na vida do artista. “Ele amou tudo, dava muita risada. Ele saiu de lá outra pessoa, muito livre, muito leve. Ele leva tudo numa boa. transforma sempre em algo bom”, completa.

Edição: Roberth Costa
Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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