O espetáculo “Não sou nenhum Roberto”, do músico, ator e diretor de teatro Marcelo Veronez, completa, em 2023, 15 anos de história. Para celebrar a marca em grande estilo, a casa de shows Autêntica receberá, nesta quarta-feira (15), a apresentação em formato de pista com mesas. O evento está marcado às 20h.
“Para mim é um orgulho e ao mesmo tempo um espanto. Um show que nasceu para uma ocasião especial, pra ser realizado apenas uma noite, comemorar 15 anos de apresentações ininterruptas”, começa Veronez. De fato, a marca é digna de surpresa. Diferente do teatro, em que peças permanecem em exposição por décadas, na música popular, o feito atingido pelo multiartista é raríssimo.
“Esse show mudou muito desde quando estreou, mas ainda é o mesmo em muitos aspectos. O que mudou de fato fui eu. Eu tenho 15 anos a mais do que eu tinha lá no começo e isso faz muita diferença na abordagem das canções, mas a gente tenta manter a energia no mesmo lugar”, destaca o artista mineiro.
A fala sintetiza a postura roqueira e sexy de Veronez quando no palco. Formado pelo Teatro Universitário da UFMG, o artista faz valer a formação acadêmica no espetáculo, que não consiste em uma simples apresentação das músicas de Roberto e Erasmo Carlos, mas na interpretação do legado construído pelos amigos de Jovem Guarda.
“Sou um intérprete. As pessoas não vão encontrar ali uma cópia de Roberto e nem de Erasmo, o nome do show evidencia isso. O que eu faço é trazer essa obra pra dentro dos aspectos que me formam como artista de teatro, como pessoa LGBT, como alguém que começou a entender essa obra ainda adolescente nos anos 90 na periferia”, explica Veronez.
Realeza da música brasileira
Reconhecidos, respectivamente, como Rei e Tremendão, Roberto Carlos e Erasmo Carlos compõem a prateleira mais alta da extensa galeria de ídolos da MPB. Nascidos na década de 1940, ambos emergiram como talentos notáveis durante a efervescência da Jovem Guarda nos anos 60.
Roberto, com sua voz inconfundível e composições românticas, conquistou o título de Rei da Música Latina. Erasmo, de presença de palco única, ganhou o apelido de Tremendão devido a sua atitude arrojada e ao estilo rebelde que marcou sua trajetória.
A parceria entre os artistas, forjada nos anos dourados da música brasileira, resultou em composições atemporais que moldaram o cenário musical do país. Agora, com o espetáculo “Não sou nenhum Roberto”, Marcelo Veronez busca realçar aspectos notáveis dessa grande obra.
“E ao mesmo tempo ser absolutamente respeitoso com o que os dois fizeram, né. Esta obra existe, está ali, e o espetáculo é a minha visão sobre isso, sobre aquelas palavras. Essa visão contém deboche, humor, protesto e erotismo”, pontua Veronez.
Autêntico, na Autêntica
Nascido no saudoso Estúdio B Music Bar e cultivado no espaço cultural Gruta, “Não sou nenhum Roberto” chega, agora, à cultuada Autêntica. A casa permite a cultura mista de experiência na pista, em pé ou sentado em cadeiras com mesas.
Sobre o repertório da apresentação, homenagens a outros ícones imensuráveis que já se foram. “O que eu posso dizer sobre a temporada é que eu voltei a cantar Gal Costa, a maior cantora que eu já vi na vida, e que o nome precisa ser dito o tempo inteiro, por muitos anos”, lembra.
E continua: “Também tem um pouco de Rita Lee, que tem uma ligação muito forte com o Erasmo, por causa dessa raiz comum no rock’n’roll. Então é um show que traz essa ideia de saudade, de homenagem pra essas figuras imortais da música brasileira”.
Os ingressos para o show de Veronez ainda estão disponíveis e podem ser adquiridos pelo site da Autêntica.
Então anota aí
15 anos de “Não sou nenhum Roberto”, de Marcelo Veronez
Local: Autêntica | Rua Álvares Maciel, 312, Santa Efigênia
Data: 15/11
Horário: 20h
Ingressos: pelo site da Autêntica