FBC fala sobre ‘treta’ por desejo de assinar com a Kenner e anuncia coleção da marca

fbc ensaiando para show
FBC recebeu a reportagem no ensaio de sua turnê para explicar ‘treta’ envolvendo música De Kenner e a marca (Andreza Miranda/BHAZ)

A polêmica entre cantor FBC e a Kenner teve um final feliz. Na última segunda-feira (9), após a marca de calçados divulgar uma colaboração com João Gomes, o rapper foi às redes sociais demonstrar frustração por nunca ter assinado um produto da Kenner, mesmo após sua música “De Kenner” ter feito sucesso Brasil afora.

Com a repercussão dos tuítes de FBC reclamando não ter sido notado pela marca para uma collab, muitos internautas começaram a criticar o artista, alegando que ele queria a “patente” da fama dos chinelos da Kenner.

A situação ficou ainda mais polêmica pelo fato de João Gomes ser nordestino, natural de Pernambuco, e ser um cantor de piseiro. Após uma reunião com a Kenner, FBC anunciou, na última sexta-feira (13), que fechou uma coleção com a marca

FBC explica ‘treta’ no Twitter

O cantor belo-horizontino recebeu o Guia BHAZ no ensaio da turnê “Para Outro Planeta” e explicou toda a situação. “Eu vou começar explicando o que a galera não entendeu muito do meu ponto de vista. Eu me considero um artista independente, que trabalha no underground”.

“E as pessoas têm a ideia de que eu sou um mega artista. ‘Ah, o cara não precisa fazer muita coisa que ele faz’, mas eu acredito que precisa, sim, porque eu construí a minha imagem com esse contato com as pessoas, sempre sendo real e sincero”, diz sobre o desabafo nas redes a respeito da marca.

FBC e Vhoor lançaram a música De Kenner nas plataformas de streaming em dezembro de 2020. A canção acumula mais de 8 milhões de reproduções só no Spotify. A marca só foi notar FBC no ano passado, após o sucesso da música “Se Tá Solteira” ter colocado o artista nos olhos doBrasil.

FBC distribui Kenner nas periferias

À época, o cantor pediu à Kenner três caminhões de chinelos para distribuir em bairros periféricos de BH (Cabana do Pai Tomás), Belém e Recife. “Eu falei, ‘cara, quer saber de uma coisa? Vamos fazer uma parada real'”.

“Eu poderia falar me dá um dinheiro aí que eu vou calçar o chinelo, vou postar foto usando. Mas não, me dispus a receber na minha comunidade e levar um caminhão lá para Recife porque eu sei o poder do Nordeste no consumo da marca”, reconhece FBC.

O artista acredita que desenvolvimento de uma campanha entre ele e a Kenner não tinha acontecido ainda por falha de comunicação da parte de sua antiga equipe. Isso porque a marca afirmou para ele que já quis fechar um contrato.

‘Quero participar de uma coisa que eu amo’

“Eu estou querendo participar de uma coisa que eu amo, entendeu? Quando fiz a música, eu não queria fazer propaganda, só queria fazer um registro da história de como que as pessoas, nesse momento, no lugar de onde eu venho, se comportam e se vestem”.

A respeito de ter se pronunciado na data de lançamento da coleção da Kenner junto com João Gomes, o belo-horizontino diz que não tem nada contra o cantor e nem contra outras pessoas que sejam a cara de campanhas da marca. “Mas pô, eu acho que eu mereço”, diz FBC.

“Não só por mim, mas também pela minha comunidade e pelo meu trabalho que eu fiz com Baile [o álbum com a música De Kenner]”. O artista conta que o marketing da marca o procurou, após os tuítes, para tentar resolver a situação.

Preconceito contra o nordeste?

“A gente sabe qual é o preconceito que existe com o pessoal do Norte e do Nordeste, porque o pessoal do Sudeste acha que o mundo é Sudeste, que é São Paulo e Rio de Janeiro. Mas não é, é um Brasil com vários ‘brasis’ dentro. São várias culturas, são muitos dialetos, é muita gente”.

Fechando o assunto, FBC pede desculpas às pessoas que se ofenderam com a situação nas redes. “Não fui eu quem popularizei a marca em nenhum desses lugares, mas eu aposto que, em todos esses lugares, teve uma bolha que eu furei e a pessoa olhou para a Kenner de uma forma diferente”.

Na sexta-feira (13), o cantor anunciou que fechou uma coleção com a Kenner. “E não foi só isso, vamos fazer ativações no Brasil inteiro”, contou, por meio do X. Em uma outra postagem, o belo-horizontino mobilizou seus seguidores a pedir modelos acessíveis para a marca.

“E que também tenham números menores para mulheres e crianças. Tudo que eu consegui foi com a ajuda de vocês. Meu corre é uma mobilização popular”, disse FBC.

Shows de FBC em BH

Nos dias 29 e 30 de setembro, FBC fez dois shows esgotados em BH, na casa de shows Autêntica, com a turnê “Para Outro Planeta”. Ele conta que foi a primeira vez que fez uma apresentação solo que todos os ingressos esgotaram na capital mineira.

“Na minha cidade, no lugar onde as pessoas são tão criteriosas e exigentes, para mim, foi um carimbo ali que falou, ‘tá aprovado'”, brinca. “Eu me senti muito feliz de estar com as minhas irmãs e irmãos celebrando a música brasileira”, declara.

Para quem perdeu os shows e ainda quer ir na turnê do último álbum do cantor, FBC voltará a BH com o show no Festival Equilibrista, no dia 2 de novembro. Save the date!

Outro Planeta em São Paulo

Neste fim de semana, nos dias, 12, 13 e 14, o rapper se apresentou em São Paulo, no Sesc Pompéia. Os shows na capital paulista também ficaram esgotados.

“Mas uma coisa é um dia [de ingressos esgotados], né? Agora três dias, aí eu fiquei surpreso, eu falei, ‘caramba, o pessoal realmente quer ir para outro planeta’. E vamos juntos”, afirma.

O próximo plano da checklist de FBC consiste na abertura de uma camisaria. O belo-horizontino já vendeu algumas peças avulsas, porém, pretende levar o negócio para frente. “Quero vender camisa com as estampas que eu gosto, principalmente fotos, lugares que eu fui”.

“Sempre tive esse sonho e quero realizá-lo em 2024. Estou começando a fazer as primeiras”, finaliza.

Arreda pra Cá

Se você é mineiro, é quase impossível que nunca tenha ao menos ouvido falar do Giramundo. O teatro de bonecos com maior acervo do Brasil – são 1,7 mil bonecos ao todo – começou como uma brincadeira no quintal de uma família mineira.

Agora, mais de 53 anos e inúmeros projetos de sucesso depois, eles estão no Arreda pra Cá, podcast do BHAZ. A conversa com o Giramundo está disponível no Youtube do BHAZ, confira:

Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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