A primeira edição da festa independente Reuaind, prevista para acontecer neste sábado (10), no Tulipa’s Bar, no bairro Esplanada, região Leste de Belo Horizonte, precisou ser adiada. Segundo a organização do evento, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) embargou o alvará de funcionamento com base em supostas irregularidades na via e no local. Em nota ao BHAZ, o Executivo municipal informou que não foi possível autorizar o licenciamento da festa porque a fonte sonora do bar foi interditada no dia 4 de abril, em razão de infrações e irregularidades relacionadas à poluição sonora, ocupação irregular do espaço público, desordem e perturbação do sossego da vizinhança.
A festa é um movimento que pretende resgatar as raízes periféricas da música eletrônica, valorizando à acessibilidade, diversidade e ao perecimento. Por meio das redes sociais, a organização alegou que a atitude da PBH reflete “um padrão de tratamento opressor e discriminatório que coletivos culturais independentes enfrentam de forma cada vez mais frequentes na cidade”.
“A PBH tem se mostrado cada vez mais indiferente às necessidades da cena cultural, impondo regras discriminatórias que dificultam a atuação artística e marginalizam manifestações culturais autênticas, sobretudo pretas e periféricas”, afirmou em uma postagem no Instagram.
O evento também disse que, em breve, será divulgado a nova data e local. “A cultura é, sobretudo, resistência e, não vão nos parar”, finalizou.
Em nota ao BHAZ, o Executivo municipal informou que recebeu diversas reclamações referente ao Tulipa’s Bar envolvendo poluição sonora por música ao vivo e mecânica em volume excessivo; ocupação irregular do espaço público com mesas e cadeiras; desordem e perturbação do sossego causadas por frequentadores. Diante da reincidência das infrações e da gravidade da situação, a fonte sonora do estabelecimento foi interditada no dia 4 de abril de 2025.
“Em razão do descumprimento das normas vigentes, não foi possível autorizar o licenciamento do evento solicitado”, disse em nota.
Ainda conforme a PBH, após as orientações e notificações emitidas, as irregularidades persistiram, o que resultou na aplicação de três multas por poluição sonora e cinco multas por uso indevido de mesas e cadeiras em área pública. “Além das reclamações registradas nos canais oficiais da Prefeitura, o caso também foi denunciado ao Ministério Público, que acompanha o andamento das ações fiscais em curso”.
